🏳️‍🌈Entre amigos (pt. 1)

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Capítulo 9
Entre amigos


Chegar na faculdade em roupas que a sociedade não denomina como próprias para homens, foi mais fácil do que fazer Taehyung chegar de cabeça erguida. Nós conseguimos, é claro, mas o nível de dificuldade superou, e muito, todas as nossas expectativas.

Ele usou um conjuntinho verde, de calça solta com cropped, e seus famigerados saltos. De maquiagem, apenas uma máscara de cílios e um gloss, nada extravagante. Nós já estávamos chamando atenção o suficiente. Já estava de bom tamanho.

Na verdade, como eu não morri do coração com o convite de Jungkook para sairmos juntos na próxima sexta-feira, acho que nada mais me abala nesse dia. O sorriso não vai sair do meu rosto e nada, nem ninguém, será capaz de tirar isso de mim.

Durante o caminho para a faculdade, ele descansou a mão em minha coxa nua outra vez e se manteve sorrindo de canto por todo o tempo. A coisa mais linda do mundo, sabe? Ele até se distraiu conversando com Hoseok e Taehyung, mas sua maior concentração estava em minha pele.

Depois de chegarmos, entramos juntos – os quatro –, levantamos a cabeça e seguimos pelos corredores. Obviamente só fizemos isso para acompanhar Taehyung, já que não estudamos no mesmo prédio.

Por isso, deixamos Taehyung e Hoseok juntos e voltamos a andar pelo campus, só Jungkook e eu.

— Você não precisa me levar, Jungkookie. — Reforço, mas sei que seu jeito emburrado não vai se desfazer caso eu não acate seu pedido. — Por que parece tão irritado?

— Porque as pessoas estão olhando como se você fosse uma carne em um açougue e eu odeio essa objetificação de corpos bonitos. — Resmunga. — Eles só enxergam isso e cobiçam você de um jeito despudorado e absurdo.

— Você está com ciúme? — Acabo perguntando, vendo-o morder o interior da própria bochecha.

— Sendo honesto, eu sinto isso o tempo inteiro. — Resmunga de novo. — Eu não me importo com o fato de admirarem você, porque você é lindo e merece ser olhado. O que me irrita é o jeito.

Acabo sorrindo pequeno, porque vejo que até o próprio ciúme é algo incômodo para ele. Eu não acho que seja uma coisa negativa, enquanto não nos atrapalhar ou se tornar doentio. Um pouquinho de ciúme não faz mal. Lembrando: um pouquinho.

— E por que te irrita?

— Porque se querem desejar o seu corpo, eles precisam fazer do jeito certo. — Me encara assim que paramos na porta da minha turma. — Eles precisam saber que você não é uma diversão de uma só noite, que vai rolar nos lençóis de um motel barato.

— E o que eu sou, então?

— Você é um homem incrível que merece ser despido lentamente, beijado com amor e devorado com intensidade, com a luz da lua como a única espectadora além de m... — Ele força uma tosse, provavelmente porque estava prestes a se referir a ele mesmo.

— Diz, bebê. — Incentivo, segurando sua mão. — Quem além da lua pode me ver sem roupas?

Ele respira fundo, está vermelho por todo o rosto e as orelhas. Continua sendo a coisa mais linda do mundo e me faz querer morrer de tanto amor. Como pode? Ele é simplesmente tudo.

— Alguém que possa fazer tudo isso que eu disse, hyung. — Murmura, baixinho, parecendo perder a coragem de segundos atrás. — Porque eu não posso. Eu vou indo. Boa aula, hyung.

Ele não me dá tempo, apenas deposita um beijo em minha testa e corre para seu prédio. Em parte, sei que ele realmente tinha que ir, por causa do horário. Mas a outra parte, a que se torna uma voz irritante na minha cabeça, entende que ele quis fugir de mim, de novo.

As Cores do Amor | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora