Capítulo 16
A conchinha de fora
Jungkook e eu estamos juntos há duas semanas.
Juntos como namorados, no caso.
E a cada segundo que passa, isso me soa mais real. Eu fiquei tão feliz com seu pedido de namoro, que fiquei duvidando da realidade disso por dias, pensando sempre que era coisa da minha cabeça, que eu estava sonhando e que, ao acordar, um de nós encontraria mais um empecilho para empurrar essa ideia mais para frente.
Mas aconteceu. Ele me beijou pela primeira vez e foi o responsável pelo pedido que mais ansiei desde que o conheci. A felicidade presente em meu peito só aumenta a cada dia que passa e a cada instante me sinto mais grato por saber que também o deixo feliz a esse ponto.
A essa altura, só consigo pensar que fomos mesmo feitos um para o outro. Nós nos encaixamos, nos completamos, somos um do outro. Não existe outra explicação, nem qualquer outro sentido em nosso relacionamento. É simples assim.
Eu pensei que o levaria de volta para sua casa e que voltaria para a minha própria na sequência, sentindo sua falta no carro e frio em minha coxa desprotegida de seus dígitos firmes. Mas não foi bem isso o que houve quando cheguei na sua residência.
Seus pais são uns amores e me tratam com ainda mais carinho agora que sabem sobre o nosso namoro. Mas isso não me fez pensar que eles me convidariam para jantar e que desenvolveriam uma conversa tão gostosa sobre tudo – e nada ao mesmo tempo – durante a refeição.
Jungkook e eu sempre temos conversas aleatórias, algumas mais sérias, outras cheias de baboseiras e comentários supérfluos, mas sempre flui bem e é gostoso. Com seus pais não é diferente.
— E você sempre quis estudar música? — É o que Somin me indaga, enrolando mais macarrão em seu garfo.
Uma comida deliciosa, inclusive, e o molho foi feito por Jungkook em uma velocidade assustadora. É o que faz a prática. E de canto ele me olha, como se estivesse me perguntando se gostei da comida.
Jungkook, com seu cabelo grande e levemente bagunçado, mordendo o lado da boca que carrega seu piercing e nitidamente balançando a perna contra o chão, é motivo o suficiente para meu descontrole de amor e paixão. Como eu poderia, em algum momento, ter cogitado não me apaixonar por ele?
— Sempre tive apego por cantar e dançar, mas costumava ser apenas um hobby ou uma brincadeira de criança. — Dou de ombros. — Mas o ensino médio chegou, os sonhos se aprofundaram e eu entendi que precisava ir além com isso. Então, eu fui. Ainda não me arrependo, mesmo com a dificuldade de arranjar um emprego na área.
— Viver um sonho muitas vezes significa abrir mão de alguns dos nossos desejos. — Donghyun, pai de Jungkook, comenta. — É válido, sabe? De nada adianta ficar preso em uma rotina exaustiva por algo que você não ama o suficiente. Eu fui para o lado dos negócios por ser minha paixão, e tive sorte que é uma área que abrange muitos locais de trabalho.
— Eu tenho um amigo contador, ele disse que mesmo que metade da população se formasse em contabilidade ou administração, todos conseguiriam algum lugar no mercado de trabalho. Dependendo das condições de cada país, claro. — Digo. — Meus pais não se opuseram quanto as minhas decisões, eles sempre me deram força e coragem.
— Os meus também. — Jungkook ri. — Apesar de que eles dizem que eu seria um artista incrível por conta dos meus desenhos.
Os desenhos de Jungkook são incríveis, e até hoje só vi seus projetos da faculdade. Ele tem uma grande facilidade para plantas, mas é ainda mais detalhista quando desenha como os ambientes ficarão por dentro. Ele faz o desenho das luminárias, a sombra das janelas e cortinas, os vasos de plantas de decoração, uma fruteira sobre o balcão da cozinha. Enfim, ele faz tudo, como se a casa já viesse mobiliada.
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As Cores do Amor | jjk + pjm
Hayran Kurgu[Long-Fic | Volume 1] Jeon Jungkook não gostava de lugares lotados ou de ser alvo dos olhares alheios, pois se sentia desconfortável com a própria presença. Ele não se via encaixado em nenhum grupo específico, sempre confuso sobre si mesmo. Park Jim...