🏳️‍🌈Pontos finais

679 116 29
                                    

Capítulo 31
Pontos finais


Jeon Jungkook

Eu sempre tive dificuldade em acreditar em algumas coisas, especialmente em relações com outras pessoas além dos meus pais. Parte disso aconteceu por conta do que fizeram comigo, outra parte porque não havia tanta fé em mim de que tudo isso melhoraria.

Mas mudou, claro.

Eu não acreditava, por exemplo, que o sorriso de alguém pudesse significar paz para a minha alma; não acreditava que os braços confortáveis de alguém, mesmo sendo menores que os meus próprios, pudessem se tornar o significado mais confortável possível de lar para mim. Talvez eu sempre tivesse sonhado em conhecer esses sentimentos, mas estava tão fechado que não me permitia.

E o cadeado que usei para prender meu coração, foi arrebentado com tanta força por Jimin, que ele segue aberto inteiramente para o Park.

Além disso, eu também não acreditava no quanto alguém é capaz de apaziguar o caos do meu interior apenas com o toque de sua mão. Uma mãozinha pequena e linda que eu amo quando está encaixada na minha, como agora, onde mais uma vez Jimin me passa força por meio do seu toque.

Parece surreal e muitas vezes acho meu psicológico um pouco exagerado por se sentir tão bem com um gesto tão pequeno, mas sempre resolveu, mesmo quando eu ainda não me dava conta da possibilidade de me sentir tão calmo exclusivamente devido ao seu carinho singelo.

O café escolhido por nós não é longe da universidade, inclusive fizemos o caminho a passos pesados e com um sentimento ruim dentro do meu peito. Encarar Minyeoun é como estar de frente para o meu maior pesadelo. Ainda que ele pareça agora um gatinho assustado, ele já foi o vilão da minha vida.

Por muitos anos.

E agora eu não me importo verdadeiramente em ouvir o que ele tem a me dizer, porque nada disso soa real em minha mente. Estou fazendo isso, unicamente, para tentar virar essa página de uma vez por todas e superar o que a existência dele causou na minha.

Meus dias foram manchados de dor e sofrimento pelas mãos dele. Nem sempre foi físico, mas o emocional sempre doeu muito mais. Ainda dói. Quando me sinto inseguro, sua voz ecoa em meus pensamentos e sinto vontade de esmurrar a primeira coisa que aparecer em minha frente.

Nesses momentos, eu respiro fundo e penso em quem se importa. Lembro-me das palavras gentis dos meus amigos, dos meus pais e do meu namorado. Me recordo do dia em que fiz amor na frente do espelho e, pela primeira vez, me enxerguei dono de certa beleza. Lembro-me de todos os olhares brilhantes que Jimin já me direcionou e todas as vezes que ele não apenas me disse o quão incrível eu estava, mas que me fez sentir exatamente assim, também.

E mais uma vez o meu namorado está sentado ao meu lado, segurando em minha mão que repousa sobre minha coxa. Ele acaricia o dorso da minha mão e respira pesado ao meu lado. Eu sei que Jimin está tão tenso quanto eu, e que olhar para o Kang o faz ter memórias vívidas e péssimas, seja do dia em que este fez da vida de Taehyung um inferno, ou de todas as vezes que ele me fez preferir não respirar a ter de ouvi-lo por mais dois segundos.

Jimin sente ódio, ele sente raiva, e ele não queria sentir. Assim como eu.

— Certo, fale o que quer tanto dizer. — Peço, encarando Minyeoun logo em minha frente.

Ele respira fundo outra vez. Eu nunca o vi desse modo, nervoso e com as mãos trêmulas. Queria dizer que me sinto comovido ou que fico feliz em vê-lo em uma posição tão passiva agora, mas eu estaria mentindo em ambas as ocasiões. Eu não desejo o mal dele, apesar de tudo.

As Cores do Amor | jjk + pjmOnde histórias criam vida. Descubra agora