IHUUL, mais uma pra conta. Espero que gostem.
Tudo havia se tornado estranho. Não do jeito estranho que eu gostava. Um estranho diferente, e eu não fazia ideia de como lidar com aquilo.
Eu precisava de respostas. Para perguntas as quais eu não fazia ideia de como faze-las. Pela primeira vez eu me via em uma encruzilhada, cujo o alvo eu não tinha intenção de atacar.
Meu alvo? Enid Sinclair.
A alguns dias aquela estranha criatura havia começado a se aproximar demais de mim. Uma aproximação completamente desnecessária. As vezes se tratava apenas de toques em minha mão, um leve encostar de ombros enquanto andávamos, ela até mesmo tentou apoiar sua cabeça em meu ombro enquanto ouvíamos a diretora falar.
No começo foi estranho, porém com o tempo percebi que não era tão repugnante te-la tão perto assim; eu até que gostava. Pensei que talvez fosse bom tempo uma aproximação com outras pessoas, erro meu. Xavier resolveu fazer o mesmo, o que acabou com os desenhos dele completamente queimados.
Esqueça o que eu disse sobre aproximação com pessoas, o limite já havia sido atingido por Enid. Pensando na loba, suas demonstrações de afeto havia se tornado mais, digamos que ousadas ao meu ver.
A duas noites ela havia se aproximado de mim enquanto eu escrevia e me abraçou por trás, uma coisa que ela já havia feito, porém o que chegou a me alarmar foi ela colocar a cabeça em meu pescoço e suspirar nele.
Acabamos por discutir sobre espaço pessoal e ela acabou por ficar com raiva de mim. O motivo? Eu não faço ideia.
Desde então ela não tem se aproximado mais. Nenhum toque de mãos, encostar de ombros, nada. Voltamos a convivencia de sem toques.
O pior de tudo era a sensação amarga que ficou em minha boca. Eu queria perguntar o porque dela ter parado, porém eu não sabia como e nem o motivo para eu querer tanto o seu toque em mim. Abstinência de algo não era tão bom quanto achei que seria.
Meu precioso tempo com a escrita havia sido arruinado por ela. Motivo? Eu não conseguia pensar em outra coisa que não fosse ela e o porque de quere-la me tocando.
-Wednesday eu preciso de ajuda! -Ela parou o que fazia. No caso, jogar todas suas roupas sobre a cama. Não me surpreenderia se descobrisse que um unicornio havia vomitado-as para ela.
-Peça a Yoko. -Respondi sem encara-la.
Meu foco sempre a maquina de escrever em minha frente.
-Yoko está ocupada. Por favor, eu preciso saber se está roupa está perfeita para está noite.
Essa noite ela sairia em um encontro com Ajax. Eu torcia para que chovesse e um raio caísse sobre a cabeça dele.
Eu não precisava encara-la para saber que seu "look" seria composto de varias cores, provavelmente quem criou a paleta de cores choraria quando visse todas elas misturadas em uma só pessoa.
Eu particularmente achava monstruosamente diferente. E eu amava coisas monstruosas.
-Mãozinha. -Falei.
Não precisei me virar para saber que mãozinha, como sempre, estava elogiando-a.
Mais alguns barulhos, possiveis trocas de roupas, e logo mãozinha voltava a minha frente, ao lado da maquina de escrever.