Four

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HEAVEN P.O.V

Uma pessoa vestida de palhaço...

Foi em tudo o que consegui reparar assim que pisei no palco. Talvez tenha sido intencional para chamar minha atenção, já que como fã, o ser humano provavelmente sabe sobre minha fobia por palhaços.

Ei, qualé...

Não é engraçado. Esse medo advém de acontecimentos ruins da minha infância, onde em minha festa de 8 anos de idade, meu pai alcoólatra decidiu colocar uma peruca ridícula, pintar a cara e bater em mamãe em frente à todas as crianças de  San Diego. Não tinhamos dinheiro para uma grande festa, então mamãe fez alguns cachorros quentes com ingrediente baratos que resultou em dor de barriga e serviu bolo feito com farinha de trigo e algo que eu duvidava muito ser achocolatado.

Ela achou que seria uma boa ideia colocar papai para entreter à todos, achou que ele conseguiria segurar à onda sem colocar uma gota de álcool na boca, ou cheirar uma fileira de coca por um dia sequer...

Mas ele era a porra de um viciado, e o Simples fato de ser meu aniversário, jamais mudaria isso.

Mas ele não só arruinou minha festa naquele dia, como também arruinou minha vida. Bater em mamãe não foi a única coisa que ele fez, ele a espancou até a morte, resultando em um psicológico fudido para a filhinha tão amada dele, e sua prisão, que não durou tanto quanto eu queria, já que quando passei à receber meu dinheiro, fui persuadida à pagar sua fiança.

Depois da morte de mamãe e do julgamento de papai, minha tia passou à tomar conta de mim e fui obrigada à me mudar para Los Angeles, ela é uma boa pessoa, porém não tinha muito dinheiro para cuidar de uma criança, então quando achou seguro, me entregou um violão e um chapéu, e me pediu para conseguir algumas moedas com aquilo. Bom...

Acho que o resultado disso, todos já sabem.

Max Martin, mais conhecido como meu anjo da guarda, que mudou minha vida apenas com 7 palavras.

" Tá afim de sair das ruas, garotinha  ?"

Ele assistiu à uma de minhas apresentações em uma praça de L.A, e em seguida me fez uma proposta, dizendo que minha voz tinha potencial e ele estava afim de achar um artista digno, que merecesse todo o reconhecimento.

Ele me aceitou de braços abertos e me ajudou à compor meu primeiro álbum, porém durante o caminho, eu conheci Jesse Rutherford, que havia acabado de literalmente falir com sua banda, então pensei que seria legal cantar em dupla, mas como hoje somos em 6 membros, pode-se perceber que as coisas saíram um pouco do controle...

— Onde está Heaven  ? Eu trouxe a garota que ela pediu  — Ouvi a voz de Laura procurando por mim, enquanto isso eu estava no banheiro trocando as roupas estilosas por moletom velho e surrado.

Eu diria que é bem mais confortável...

E voltando à explicação da noite sem sentido que eu estava tendo, reparar na garota vestida de palhaço, teve como consequência, meu ser completamente hipnotizado pela garota ruiva ao seu lado, que chorava em silêncio enquanto me olhava com seus olhos brilhando. Admito que ela conseguiu chamar minha atenção ...

Não por também estar vestida de palhaço, pra ser sincera, ninguém mais estava. Mas ela ainda sim era diferente de todos os outros, pois em momento algum eu a vi pegar seu celular para gravar, ou gritar frases explícitas e desconfortáveis ...

Ela apenas ficou ali, me escutando e parecendo realmente apreciar as palavras que saíam de minha boca, e seu olhar era um dos mais gratos que eu já havia visto.

Poderia ser apenas mais uma fã com uma história merreca de como eu havia salvo a vida dela, mas a ruiva...

Ela de fato transparência isso apenas com o olhar, e eu senti como se ela me amasse. Tipo, de verdade mesmo.

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