Ana
Após deixar Josh e Ethan em suas respectivas residências e receber meu pagamento semanal, segui brincando com Noah até sua casa. Eu estava desejando, desesperadamente, um bom banho. O suor da caminhada matinal mais o do jogo no parquinho estava começando a me incomodar.
Diálogo em português:
- Chegamos! - falei entrando pela porta da frente com o garoto.
- Estamos na cozinha - ouvi Nathan e segui pra lá enquanto Noah subia as escadas e ia para o banho.
Sim, Sam conseguiu trazer os costumes brasileiros para o seu lar. No Brasil, costumamos tomar banho, no mínimo duas vezes ao dia e, quando os dias eram mais quentes, pode duplicar esse número. Alguns americanos eram um pouco diferentes quanto a isso.
- Isso é pão de alho? - perguntei encarando a embalagem que cunhado levantou e colocou no freezer.
- Perguntei onde o pessoal do restaurante compra e fomos lá - Sam respondeu piscando um olho - Churrasco à lá brasileira amanhã?
- Pode contar comigo! - rimos e Nathan arregalou os olhos.
- Isso significa que vamos usar o karaokê? - perguntou coçando a cabeça - Vamos ter que chamar alguns vizinhos para que a polícia não bata a nossa porta novamente.
Sam revirou os olhos e eu tentei segurar a risada, mas falhei miseravelmente. Caipirinha, um monte de pessoas provenientes de diversas culturas e um karaokê era a mistura perfeita para confusão.
- Não precisamos chamar todos e tentaremos manter o volume na medida aceitável - Sam respondeu sorrindo inocentemente.
- Convidamos o Stephen? - perguntou e Sam assentiu se virando pra mim.
- Vai ser um problema? - dirigiu-se a mim e a olhei sem entender.
- Por que seria? - rebati não entendendo seu ponto.
- Porque eu vi a forma como você desejou chutar as bolas dele após ele esquecer Sloane na escola - revirei os olhos ante suas palavras.
- Não é da minha conta o que ele faz ou deixa de fazer - respondi me levantando - Além do mais, ele estava no parquinho com ela hoje. Parecia realmente empenhado em não repetir o erro.
- Stephen? no parquinho? - Nathan perguntou curioso - Uau.
- Pois é - comentei e me dirigi ao corredor - Vou tomar um banho fortemente gelado e já vou indo.
Nathan estremeceu e voltou a guardar as compras.
- Por que não fica pra almoçar? - Sam perguntou e a única resposta rápida que tinha pra ela era uma desculpa.
- Vou enviar umas encomendas para Andréia, e você sabe que os correios daqui é longe pra cacete - respondi e corri escadas acima.
Não falei de todo uma mentira, realmente iria mandar algo pra Andréia. Era ela quem cuidava da casa de mamãe e isso era o mínimo que eu poderia fazer. Só que não era apenas isso que eu iria fazer hoje.
O detetive que eu havia contratado, o décimo quinto na verdade, havia enviado uma mensagem ontem a noite e parece que ele tem alguma informação sobre o meu pai. Samila não queria que eu mantivesse esperanças sobre ele, e eu entendia ela. Também não queria quebrar a cara conhecendo uma pessoa que não era nada do que eu imaginava, mas era o meu pai. Eu queria ao menos saber como ele é ou era.
Entrei no quarto de hóspedes, onde eu mantinha alguns pares de roupas para emergências, e segui para o banheiro da suíte. Ajustei os jatos para uma temperatura fria e entrei de cabeça lavando até a alma.
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Caindo no amor
ChickLitAna deixou um passado turbulento para trás e está tentando recomeçar em outro país. O amor não faz parte dos seus planos, mas, com crianças envolvidas, nada sai como o esperado. Stephen tenta criar a filha sozinho, mas não está conseguindo dar conta...