Ana
Peguei duas das inúmeras velas aromáticas que tinham no lavabo do corredor e voltei para o quarto de Sloane. Já passava um pouco das 20 horas e a pequena precisava estar na cama antes das 21 horas.
- Voltei - anunciei fechando a porta atrás de mim e caminhei até a sua janela levemente aberta, colocando as velas em cima de um aparador que arrastei para nossa frente.
Sentamo-nos na grande almofada que colocamos próximo a janela, Sloane pulou para o meu colo e acendi ambas as velas.
- Como fazemos, Ana? - perguntou encarando a pequena vela a sua frente, enquanto aconchegava-se em mim.
- Bom, eu gosto de começar falando o quanto sinto a falta dela, do seu cheiro, do seu beijo de boa noite - falei sinceramente - De como o Noah está crescendo. Semana passada eu contei que conheci uma pequena garotinha muito inteligente.
- Você contou de mim? - perguntou com aqueles olhinhos verdes bem abertos.
- Sim - respondi a abraçando - É importante falarmos também sobre como nos sentimos. Você também pode conversar com seu pai sobre isso, tudo bem?
- Tudo bem - assentiu freneticamente.
- Oi, mãe. Hoje não estou aqui sozinha. A Sloane está comigo e viemos contar que tivemos um dia maravilhoso - comecei e senti a garotinha mais relaxada em meus braços - Montamos uma árvore de natal muito bonita com a ajuda dos rapazes, da Agnes, e do pai da Sloane. E ela realmente ficou muito bonita com todos os enfeites coloridos e as pequenas luzes brilhantes. Gostaria que a senhora estivesse aqui para vê-la.
- Realmente ficou muito bonita, Ana - Sloane concordou.
- Você quer falar com sua mamãe também? - perguntei - Estarei aqui com você.
Ela sentou-se mais confortavelmente entre as minhas pernas e encarou as pequenas velas.
- Oi, mamãe. Eu nunca te conheci, mas o papai falava muito de você - começou tímida - Você é muito bonita nas fotos e papai diz que era muito inteligente também. Todo mundo diz que eu sou muito inteligente também. Hoje montamos nossa arvore de natal e ela ficou muito linda. Ah, essa é a Ana. Ela é minha amiga e é muito legal. Eu também tenho mais três amigos: o Noah, o Josh e o Ethan. Brincamos muito no recreio da escola e eu ajudo eles no dever de casa.
Sloane falava com o coração e dava pra sentir a saudade que sentia da mãe. Eu não sabia se a Sam tinha algum tipo de informação sobre o que aconteceu, e também não sabia se seria certo perguntar. Não queria me intrometer em algo que poderia ferir alguém, ainda mais a Slo.
Ouvi a porta abrir de leve e meus olhos chocaram-se com os de Stephen. Não sabia se ele havia ouvido algo ou se acabara de chegar. Esperava que não se sentisse incomodado por estar compartilhando esse momento com a filha dele.
- E agora, Ana? - Sloane chamou a minha atenção de volta para si.
- Agora apagamos as velas, querida - respondi - Você pode conversar com sua mamãe sempre que quiser, mas quero que lembre que você também pode conversar com seu papai, tudo bem?
- Sim - assentiu e coçou os olhos.
- Para a cama, mocinha - a coloquei de pé e a segui até a cama.
Acomodei a pequena sob as cobertas, dei um beijo de boa noite, fechei a janela e saí do seu quarto. Nem sinal de Stephen no corredor. Esperava que estivesse tudo bem comigo dormindo aqui hoje, porque pela hora e pela situação do meu pé, não havia a mínima chance em voltar para casa.
Depois de ontem a noite, tentei evitá-lo o máximo que podia. Não imaginaria que ele fosse passar o dia todo conosco hoje, e foi um tanto quanto surpresa vê-lo brincando com as crianças durante todo o dia.
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Caindo no amor
ChickLitAna deixou um passado turbulento para trás e está tentando recomeçar em outro país. O amor não faz parte dos seus planos, mas, com crianças envolvidas, nada sai como o esperado. Stephen tenta criar a filha sozinho, mas não está conseguindo dar conta...