Stephen
Ana brincava com seus dedos em seu colo e dava pra sentir que estava nervosa. O carro estava em uma temperatura agradável e ela estava bem aquecida. Não queria vê-la doente novamente.
- Como está a Sloane? - perguntou repentinamente.
- Está bem - respondi sorrindo - Me ajudou a fazer o nó da gravata e escolheu o meu perfume.
- Ela tem o olfato bem sensível, não é? - perguntou, sorrindo em minha direção.
- Poucas pessoas entendem - respondi curioso - Ela espirrava muito quando chegava perto de alguém com perfume forte.
- Hiperosmia - falou e a olhei rapidamente - Eu também tenho. Não é nada alarmante. Só é complicado perto de pessoas que gostavam de uma variedade infinita de perfumes fortes.
- Vocês têm muito em comum - concluí, após alguns minutos.
- Sim. Também gosto muito das tortas de maçã da Agnes - respondeu e ri de sua astucia - O que foi? Não tem como negar que é um dos pratos mais deliciosos que já comi, e é totalmente viciante.
- Eu lembro de todas as vezes em que provei as receitas dessa torta até Agnes acertar - comentei perdido nas lembranças - Ela esqueceu do açúcar na primeira tentativa. Eu acho que tinha uns 12 anos na época.
- Vocês estão juntos há muito tempo, não é? - a pergunta não me pegou desprevenido. Já suspeitava que elas tivessem uma amizade saudável - É nítido o amor que sentem um pelo outro.
- Não consigo me lembrar de nada de antes da Agnes entrar na minha vida - respondi - Ela é mais importante pra mim do que possa imaginar.
Segui para o sul do Central Park, em direção ao Marea. O restaurante era badalado, mas existia uma parte dele que era mais reservada. Sentia que a Ana não queria ter sua vida exposta, muito menos eu. Atravessei a frente do restaurante e parei na lateral, onde havia dois guardas e um valet. Entreguei a chave para o jovem rapaz e fiz questão de eu mesmo abrir a porta para Ana.
- Uau - exclamou observando o restaurante a nossa frente - Isso parece muito caro.
- Não se preocupe - respondi sorrindo pra ela.
Conduzi-a para a entrada ao nosso lado e seguimos o maître para a nossa mesa. Ter um nome atrelado a uma imagem tinha suas vantagens e desvantagens, e no momento a vantagem estava ganhando.
- Senhores - o maître apresentou a mesa com a vista panorâmica para o Central Park, e afastou-se um pouco.
Afastei a cadeira para Ana e ela sentou-se, ao invés de sentar a sua frente, ocupei a cadeira ao seu lado. O rapaz aproximou-se com os cardápios e observei Ana fazer o seu pedido.
A mesa ficava bem afastada das demais e trazia uma certa privacidade para nós.
- O mesmo que o dela - entreguei a pasta de volta ao rapaz, que logo afastou-se, deixando-nos a sós.
- Esse lugar é lindo, Stephen - ela possuía um brilho natural que sempre me atraía.
- Espere até apreciar a culinária do chef - pisquei pra ela - Sem falar que eles possuem um verdadeiro arsenal quando se trata de sobremesas.
- Está tentando me conquistar pela barriga, senhor Hartley? - perguntou sorrindo e piscou.
- Está funcionando? - devolvi e ela sorriu ainda mais.
- Você não precisa disso - apontou para tudo ao redor - Eu não sou assim.
- Eu sei disso - pontuei - Mas queria muito trazê-la aqui. É um dos restaurantes favoritos da Sloane.
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Caindo no amor
Chick-LitAna deixou um passado turbulento para trás e está tentando recomeçar em outro país. O amor não faz parte dos seus planos, mas, com crianças envolvidas, nada sai como o esperado. Stephen tenta criar a filha sozinho, mas não está conseguindo dar conta...