| Capítulo 23 - A espera |

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Stephen

- Me desculpa, Stephen - ouvi sua voz pelo celular e depois nada.

- Ana? Ana? - chamei enquanto corria em linha reta para chegar a casa abandonada.

Depois da ligação de Mike, não esperei por mais nada e apenas corri. E continuei correndo enquanto falava com Ana.

Joguei o celular de lado e avistei a casa decrépita a minha frente.

- STEPHEN! - parei abruptamente reconhecendo a voz de Ana e olhei para cima.

Ela se voltou para o lado de dentro e deu um passo para trás, mais perto da varanda.

Não! Não!

Tudo em mim congelou quando ela se voltou pra mim mais uma vez e vi a determinação em seus olhos.

Perdi o ar em meus pulmões quando a vi colocar Sloane para fora do limite de segurança da varanda. Corri o mais rápido que consegui e parei bem abaixo da minha filha que balançava suas perninhas.

Ana a segurou pelos braços e a soltou. Agarrei Sloane e a apertei em meus braços.

- Jamais deixarei que nada de mal aconteça com você, meu amor - prometi a segurando apertado - Você esta bem? Eles te machucaram? Está ferida em algum lugar?

Eu perguntava e ia tateando em busca de qualquer coisa fora do lugar.

- Mamãe! Ana! - gritava agitada, mas eu temia soltá-la e algo acontecer.

Foi quando ouvi o disparo e olhei para cima congelado no lugar. Sloane se soltou dos meus braços e correu gritando 'mamãe' a plenos pulmões.

- Ana! - chamei e eu mesmo não conseguia me ouvir - ANA! - gritei com tudo o que tinha e corri para dentro da casa atrás de Sloane que estava bem a frente.

Passei pelos seguranças que estava em cima de Mike, e teria parado se eu não sentisse a necessidade avassaladora de ter Ana em meus braços.

- MAMÃE! - ouvi o grito desesperado de Sloane e pulei alguns escombros diante de uma porta.

Notei Bianco de joelhos ao lado de uma gaiola. Jethro tentava segurar Sloane, impedindo-a de ir para a frente e olhei nessa direção.

Nathan estava ajoelhado de costas pra mim, curvado. Lá estava Ana. Deitada no chão. Sem movimentos.

E tudo explodiu.

O som da chuva, os gritos de todos ao redor, e um som alto, como algo cortando o ar.

Corri para Ana e vi as mãos de Nathan embebidas de sangue tentando estancar o sangue.

- Ana? Ana? - bati em seu rosto muito pálido, mas ela não respondia - Acorda, por favor. Você não pode me deixar, droga!

Chequei sua pulsação e estava muito lenta.

- UMA AMBULÂNCIA! - gritei para Jethro que já estava com o celular no ouvido.

- A ambulância não vai passar por aquela ponte - Nathan falou.

- Precisamos dar um jeito de sair daqui, porra! - falei consternado.

Retirei os casacos pesados e molhados que usava. Tirei o terno e desabotoei a minha camisa. Era o único tecido que aparentemente estava seco e limpo.

- Continua pressionando - coloquei o tecido amassado sob as mãos de Nathan, e Ana gemeu - Vai ficar tudo bem, meu amor.

Passei meus braços sob suas pernas e costas e a argui. Nathan andava de costas ainda pressionando o ferimento e passamos por todos no corredor até o final da escada.

Caindo no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora