| Capítulo 10 - Confissões |

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Ana

Os lábios de Stephen eram macios e pressionavam os meus sem exigência. Ele não tomou passagem ou reivindicou, não. O homem que me tinha presa em seus braços deixou toda a responsabilidade em meu colo.

Subi minha mão direita do seu ombro para o seu pescoço e eu mesma exigi passagem. Não entendia de onde vinha essa ousadia, nunca fui disso. Mas caramba, os lábios e a língua desse homem estavam provocando coisas que eu não sabia ser capaz de sentir, e eu queria mais.

Stephen grunhiu, um som forte que vibrou em meu corpo quando diminuí meu ataque a sua boca, e me apertou mais junto a si como se pedisse para eu não parar.

O mais estranho era a sensação avassaladora correndo em minhas veias, o frisson em minha barriga e meus batimentos cardíacos descontrolados. Sensações que nunca senti antes e que agora explodiam dentro de mim sem controle algum.

A contragosto parei meu ataque, mas não me afastei muito. Nossas respirações estavam rápidas e podia jurar que meu coração sairia pela boca em alguns segundos.

- Pode me colocar no chão? - pedi, precisando de um pouco de espaço.

- Não - negou com a voz rouca e estremeci involuntariamente sem saber o porquê.

Abri meus olhos e fitei sua boca perfeitamente desenhada. Subi para seu nariz e finalmente seus olhos. Suas pupilas estavam dilatadas e me olhavam com tanta intensidade que desviei meus olhos.

- Não vou pedir desculpas por isso - falou e voltei a olhá-lo.

- Desculpas? - por me beijar?

- Eu queria muito beijá-la - respondeu e li a verdade em seus olhos - E quero mais.

O problema aqui? Eu não sabia o que fazer nesse momento. Se eu estivesse sobre os meus pés, teria dado as costas e corrido para longe dele.

- Eu... - procurei qualquer resquício de raciocínio para tentar formular uma frase coerente.

- Sem desculpas, Ana - interrompeu - Você também sente o mesmo que eu. Consigo ler isso em seus olhos e em sua pele. Estamos no mesmo barco.

- Eu não sei o que fazer - respondo honestamente. Se for acontecer algo, que pelo menos sejamos honestos um com o outro.

- Eu tampouco - falou e voltou a andar em direção a sala.

Stephen me colocou sobre o sofá, na parte mais longa e sentou-se ao meu lado. Muito próximo na verdade. Nossos ombros, quadris e pernas tocavam-se e eu podia sentir seus olhos sobre mim.

- Eu não consigo nomear o que sinto, mas posso afirmar que nunca senti algo assim antes - falou e o encarei - Estamos na mesma página. Sou tão novo nisso quanto você.

- A diferença é que você possui experiência, Stephen - mal consegui controlar as palavras que saíram.

Não tinha medo ou vergonha em confessar que era virgem. Não me guardei pra ninguém em mente. Só queria passar longe dos homens e o mais despercebida possível. De onde vim, ser invisível era uma regra básica para sobreviver.

A surpresa em seu rosto era notável. As sobrancelhas arqueadas em uma pergunta silenciosa me teve desviando os olhos dele mais uma vez.

- Patético, eu sei - respondi encarando a televisão.

- Não - falou e senti sua mão em meu queixo fazendo-me encará-lo outra vez - Você certamente teve seus motivos. Não estou julgando, só fiquei um pouco surpreso. Você é uma mulher linda e inteligente, Ana.

Por que ele insistia em me deixar sem palavras? Por que eu estava sem palavras?

- Acho melhor mudarmos de assunto - falei tentando me arrastar para um pouco mais longe dele.

Caindo no amorOnde histórias criam vida. Descubra agora