Capitulo 4

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"𝑨𝒃𝒓𝒊𝒓 𝒂 𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒂𝒃𝒓𝒊𝒓 𝒑𝒐𝒓𝒕𝒂𝒔 𝒑𝒐𝒅𝒆 𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂𝒓 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒓𝒂𝒏𝒈𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔"

"𝑨𝒃𝒓𝒊𝒓 𝒂 𝒎𝒆𝒏𝒕𝒆 𝒂𝒏𝒕𝒆𝒔 𝒅𝒆 𝒂𝒃𝒓𝒊𝒓 𝒑𝒐𝒓𝒕𝒂𝒔 𝒑𝒐𝒅𝒆 𝒆𝒗𝒊𝒕𝒂𝒓 𝒄𝒐𝒏𝒔𝒕𝒓𝒂𝒏𝒈𝒊𝒎𝒆𝒏𝒕𝒐𝒔"

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A garota ri sem parar. Parece até eu quando cai meu salário. O pior é que a sua risada parece a de uma bruxa. Cruzo os meus braços sentindo minha bochecha adquirir um tom avermelhado.

— Ninguém te avisou que a festa não era do pijama? — Ela fala entre risos. É cada luta que eu passo nesse lugar e na vida.

— Eu não vim pra festa. Quero falar com o dono do apartamento. — Na verdade, nesse momento só quero ir embora. Tem 24 horas que esse homem se mudou, mas já conseguiu me estressar mais do que qualquer outro vizinho.

— Entra. Ele tá ali, ou é ali? — A garota diz apontando com a cabeça para vários lados. Eu que não vou entrar nesse estado no apartamento dele que está cheio de gente. Estou toda descabelada e de pijama.

— N-Não, depois eu vol... — A garota me puxa com tudo pelo braço, me fazendo entrar a força no apartamento. Senhor!

— Entra logo. — Ela diz quando já me puxou para dentro do apartamento. — Acho que Carter tá no quarto dele, pode ir lá. — As pessoas me olham estranho. Também, olha o jeito que eu estou. Não é a roupa mais adequada pra uma festa.

Deve ter mais ou menos quinze pessoas no apartamento. Nem sei como ele conseguiu colocar tanta gente aqui. Dando uma olhada rápida, seu apartamento parece menor que o meu.

— É ali naquele corredor. — Ela aponta. Um garoto passa por nós e a entrega dois copos de plástico. — Quer? — Ela me oferece um copo. Nego. Deve ser cerveja porque a boca dela fede a cerveja.

Respiro fundo e ando no meio das pessoas em direção ao corredor. O que não faço pelo meu sono e o de Aurora.

Chego no corredor onde tem duas portas. Uma está fechada e outra encostada. Vou primeiro na que está encostada. Bato, mas ninguém responde. Lute, vou entrar de vez.

— Vizi... — Digo ao entrar no quarto, mas logo paro ao ver uma cena horrorosa! Um homem sem camisa e sem sua calça em cima de uma mulher. As pernas dela estão enroladas em suas costas e o homem parece prestes a devorar ela.

— Ai caramba! — Digo na surpresa. Eles notam minha presença. O homem se levanta de cima da mulher e me olha. Lucca! Ai merda! Merda! A mulher está sem blusa e sem sutiã. Meu Deus!

— Desculpa, desculpa! — Digo tampando os olhos com a mão. Que besteira que eu fiz em entrar nesse quarto? Eles estavam quase se comendo e eu atrapalhei!

— Maya, o que você tá fazendo aqui? — Ele pergunta. Sua voz está rouca e ele parece muito, muito, muito bravo. Esse homem já foi um sem educação na primeira vez que o vi, imagine agora que entrei de penetra na sua festa e atrapalhei seu... Seu... Sua baixaria.

— Eu já tô indo embora. Só vim pedir pra você baixar a música, mas já tô indo. — Me viro ainda tampando meus olhos para sair do quarto o quanto antes!

— Ma... — Nem deixo que ele termine de falar, praticamente corro para fora do quarto. Passo pelas pessoas e saio o mais depressa do apartamento. Meu Deus! Que loucura!

          (...)

Após voltar pro meu apartamento, em questão de segundos a música parou. Parece que passar vergonha me trouxe algum resultado. Acho que agora consigo dormir.

Me sento na cama, e me encaro no espelho. Estou derrotada. Toda descabelada, com olheiras enormes. Sempre fico assim quando passa do horário que estou acostumada a dormir.

— Você só passa vergonha, Maya Almendra! — Converso comigo mesma me encarando no espelho. — Onde já viu atrapalhar o vizinho e a namorada? Eles todos relaxados lá, ele sem camisa, de cueca... — Me lembro da cena e balanço a cabeça. Deus me livre passar por essa situação vergonhosa novamente.

Enfim, eu poderia ter falado com o síndico, mas sei que ele não ia resolver nada. O síndico desse prédio e nada, são a mesma coisa. Sempre que alguém reclama de um vizinho pra ele, ele encara a pessoa com imenso desdem e responde "ah! Vai lá, tenta dar um jeitinho de conversar com ele." é capaz do prédio pegar fogo e ele falar pra tentar dar um "jeitinho".

Me deito de vez na minha cama e me cubro. Respiro fundo e fecho os meus olhos. Pronta e agora em paz para dormir!

    (...)

Quando acordei, senti cheiro de café fresco. Adoro! Me levantei em um pulo, e fui quase correndo para a cozinha. Eu tenho uma paixão por café, mas apenas pela manhã. Não gosto de beber em outros horários.

Tracey estava fazendo o café. Diferentemente da noite anterior, ela parece bem melhor e mais animada.

— Bom dia! — Tracey diz enchendo a xícara com café. Ela sorria bastante.

— Está animada hoje em. O encontro foi bom? — Me sento na bancada bebendo um gole de café. Delicioso. Tracey sabe fazer um café como ninguém.

— Ótimo, rendeu um dinheiro ótimo! E o cara era muito legal. Acredita que ele me chamou pra uma entrevista de emprego na empresa dele?

— Uau, legal! É uma empresa de aviação? — Digo por ter me lembrado que ela tinha dito que ele era piloto.

— Não, melhor. Ele abriu uma nova firma no ramo de marketing digital. Ele precisa de uma secretária, e apesar de eu não ser formada. Ele disse que tenho cara de esforçada e confiável.

— Uau, que ótimo! Parabéns Tracey! Mas toma cuidado, parece bom demais para ser verdade. — Ela me encara assentindo. Cuido das minhas irmãs há muito tempo, e sempre tenho essa mania de extrema proteção. No final, só quero o bem delas.

— Vou tomar. — Aurora aparece na sala, já arrumada para a escola. Provavelmente Tracey acordou ela. Mesmo com despertador, é sempre mais confiável que alguém a acorde pra que ela não perca a hora.

— Bom dia, Maya. — Respondo com um "bom dia". — Já estou indo pra escola. Beijos!

— Beijos! — Tracey e eu dizemos em simultâneo. Aurora sai para ir pra escola. Penso se devo tocar no assunto da conversa de ontem com Aurora, com Tracey. Mas decido não falar disso agora, depois eu digo. Não quero estragar a felicidade dela.

A Culpa É Do VizinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora