"𝑹𝒆𝒑𝒊𝒕𝒂𝒎 𝒄𝒐𝒎𝒊𝒈𝒐: 𝑬𝒖 𝒎𝒆𝒓𝒆ç𝒐 𝒖𝒎 𝒑𝒊𝒋𝒂𝒎𝒂 𝒏𝒐𝒗𝒐."
Quando fiquei sozinha em casa por Aurora ter ido para escola e Tracey ter ido trabalhar, me senti bastante só. Tem momentos que amo a paz e um silêncio, principalmente pra dormir e ler. Mas geralmente, eu amo casa cheia.Para passar o tempo, decidi ir em uma livraria para renovar minha estante de livros. Tenho muitos romances, mas agora quero me aventurar por outros gêneros de livros. Então quando chego na livraria, não vou correndo pra seção de romances que sou apaixonada. Passo primeiro na seção de livros clássicos.
Nenhum me parece tão interessante ao ponto de me fazer gastar dinheiro. Vou para a seção de manuais. Talvez tenha algum manual para parar de passar vergonha. Preciso urgente! Começo a pegar alguns livros aleatórios da seção para ver do que se trata. Vejo um com uma capa amarela de um tom bem bonito. Tenho mania de me interessar primeiro pela capa do que pela sinopse.
Pego o livro e leio o seu nome "manual de como seduzir o seu vizinho". Solto uma risada. Quem diabos precisa de um manual pra seduzir o vizinho? Eu precisaria disso só se quisesse seduzir a senhorinha que é avó de Ashley. Solto uma risada com meu pensamento.
— Agora seduzo o vizinho.— Digo me sentindo uma vilã de novela mexicana. Aurora sempre diz que às vezes acha que tenho problema de cabeça, e Tracey concorda.
— Quer seduzir um vizinho? Hum! — O livro é tirado da minha mão no mesmo momento em que ouço uma voz exatamente igual a do vizinho novo. Me viro e entendo, é o próprio! — Que eu saiba, sou seu único vizinho do andar. — Ele fala como se já fossemos amigos íntimos. Homem estranho! Lucca encara a capa do livro com um sorriso sarcástico.
— Eu não ia comprar isso. Só achei a capa bonita. Não tô afim de seduzir nenhum vizinho. — Ando para sair de perto dele, mas ouço seus passos atrás de mim.
— Certeza? Agora entendo o porquê de ter invadido minha casa e entrado no meu quarto com aquele pijama de nuvens. Estava querendo me seduzir, certeza que era sua roupa mais sexy. — Me viro irritada. Nunca dei confiança pra ele falar assim comigo! Sem noção. Até zoar o meu pijama, ele tá zoando.
— Em que dia nos tornamos amigos íntimos e eu não percebi? — Lucca fica em silêncio. Parece bastante surpreso com minha resposta. Ele pensava que eu ficaria calada? — Sem noção. — Murmuro.
— Ei, calma! Eu só estava brincando. — Me viro de costas pra ele decidida a parar de ouvir ele falar. Já está me aborrecendo. — Eu só vim comprar um livro e por acaso vi você... Queria me desculpar pela música alta de ontem. — Respiro fundo.
— De boa. -— Digo tentando encerrar o assunto. Entro no corredor de livros de fantasias e o sinto me seguir. O que esse cara quer comigo? Não já se desculpou?
— Enfim, mas você não precisava ter invadido minha casa. Era só mandar uma mensagem. Seria muito menos constrangedor. — Sinto minha bochecha ficar vermelha ao me lembrar da cena dele quase comendo a mulher.
— E por acaso eu tenho o seu número? — O confronto. Sou muito paciente, mas em questão de segundos esse Lucca Carter consegue me deixar irritada.
— Bom, não... Mas, esperava. Nas vinte e quatro horas em que moro naquele prédio, nunca invadi seu apartamento. — O olho extremamente, indignada. Ele tem problema? Eu só pedi pra ele baixar o volume da música! Por que está tão incomodado que eu tenha entrado no seu apartamento? Deve ter ouro lá. Não é possível.
— Tá! tá, tá! Lucca! Desculpa por entrar de penetra na sua festa ilegal! — Só podia ser ilegal. Está nas regras do prédio que não pode música muito alta, principalmente a noite.
-—Não foi ilegal. — Ele responde simples passando a mão pelo cabelo de forma metida. Obvio que foi.
— Não? Ah! não me diga que a dona do prédio permitiu isso. — Me aproximo de Lucca estreitando os meus olhos em um ato de desafio.
— Permitiu. — Seus olhos se fixam no meu me confrontando.
— Ela não permitiu. -— Sei disso porque nas primeiras semanas em que me mudei pro apartamento, deixei a música um pouquinho mais alta e levei um aviso. O síndico nunca faz nada, mas detesta qualquer coisa que possa atrapalhar seu sono.
— Ela permitiu, permitiu porque é minha mãe. — Solto um gemido estranho. Ah não! Não acredito que estou tretando com o filho da dona do prédio. Minha vida não poderia ser melhor, pra não dizer ao contrário.
— Ah... Que bom pra você então! — Pressiono os meus lábios. Quer saber, eu pago meu aluguel e nem por ele ser filho da dona do prédio pode tirar a paz de outra moradora! — Mas continua estando nas regras do prédio que música alta não pode.
— Sim, e quero me desculpar por isso. — Ele parece estar fazendo isso com tanta má vontade. Mas vamos lá, pelo menos ele reconheceu o erro.
— Tudo bem, de boa. — Lucca continua imóvel me encarando com seus olhos verdes. — De verdade! Só peço pra não colocar a música tão alta. Eu tenho uma adolescente no meu apartamento e ela estuda cedo. — Lucca assente. Bom, ele se desculpou. Suponho que devo me desculpar por entrar do nada no quarto dele. — Me desculpa também por atrapalhar você e sua namorada.
— Ela não é minha namorada. — Murmuro um "hum" desinteressado. — Enfim, é isso. — Lucca que ainda segurava o manual estranho de seduzir o vizinho, me entrega o livro.
— Hãm? - Digo confusa. Pra que vou querer esse livro, gente? Já era para ele ter colocado lá de volta.
— Talvez você precise pra seduzir alguém, estressadinha. — Lucca toca rapidamente na ponta do meu queixo. Faço uma careta extremamente feia.
— Espera, estressa...! — Paro de falar ao ver que o homem já saiu andando como um foguete. Estressadinha. Ele tem atitudes erradas e eu sou a estressada. É cada doido que me aparece. Uff!
— Quanto mais eu oro, mais assombração me aparece. — Digo comigo mesma balançando a cabeça negativamente.
Volto para a seção de manual, e coloco o livro de volta na estante. Definitivamente não preciso disso.
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A Culpa É Do Vizinho
RomansMaya e suas irmãs Tracey e Aurora perderam a mãe muito novas. Logo em seguida, as garotas foram abandonadas pelo pai. A vida delas nunca foi fácil, principalmente para Maya, a irmã mais velha. Maya sempre fez de tudo para proteger as irmãs, e recome...