UM

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Agora

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Agora...

Siracusa, Sicília. Quinta-feira, 06:30h

Alguma vez já se passou pela sua cabeça, o que seria necessário para lhe fazer desistir?

Mas não estou falando de desistir de um relacionamento, ou do seu trabalho... e sim, desistir de tudo, desistir da vida.

Jogar tudo para o alto e simplesmente desligar.

Se me perguntassem isso há cinco anos, provavelmente, eu não tinha uma resposta, mas naquele momento, pensava naquilo todo santo dia.

Já me imaginei cortando os pulsos na banheira e me banhando no meu próprio sangue. Tomando algum tipo de droga, tendo uma overdose e me afogando no meu próprio vômito, ou até mesmo me jogando daquele penhasco, com meu corpo sendo destroçados pelas pedras.

Enquanto isso, a água do mar lavaria a minha alma.

Pensei em várias possibilidades e em todos os detalhes. Começo, meio e fim.

Mas nunca tive coragem.

Porque por algum motivo, eu tinha esperança de um dia rever minha família, mesmo sabendo que isso nunca ia acontecer.

— April, amore mio... — Com o corpo colado ao meu, Lorenzo me abraçou, depositando beijos em meu pescoço e ombros. — Acordei e não te vi ao meu lado.

— Perdi o sono e vim ver o nascer do sol — respondi com um sorriso no rosto, mesmo sabendo que ele não veria.

Uma das coisas que eu gostava aqui, era vista. A casa de Lorenzo ficava no alto de um penhasco. A construção era antiga, mas foi reformada nos últimos anos, dando um ar mais moderno, sem perder os traços antigos.

Depois de todos esses anos, trabalhando como uma... como um objeto qualquer que só servia para satisfazer os desejos mais doentios de vários homens, ter sido comprada — também como um objeto — por um mafioso italiano, não foi de todo mal. Tinha que aguentar somente ele e, comparado ao que vivi antes, aquilo era o verdadeiro paraíso.

Lorenzo não era nenhum príncipe encantado, longe disso, mas me tratava bem, do jeito dele.

Sempre me levava a vários lugares caros, assim como me dava presentes que facilmente custariam uma casa, e em troca, eu tinha que ser sua amável companheira que ele exibia para todos aonde íamos e, também, uma puta na cama — ou em qualquer lugar que ele quisesse — na hora que ele bem entendesse.

Minha sorte, era que nesse quesito ele era normal, não tinha nenhum fetiche doido e para ser franca comigo mesmo, o sexo com ele não era ruim, na verdade, era ótimo.

Quem eu quero enganar?

E o conhecendo bem, tenho quase certeza que era isso que ele queria. Ele sempre dizia que o melhor jeito de começar o dia, era com uma boa transa.

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