capítulo 28

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Ana 📍
Complexo do alemão

Já faz uma semana que estou aqui na barra e não vou mentir que é tudo muito lindo, o lado ruim é que não posso pisar na rua já que o Filipe falou que é muito perigoso, ele também me avisou que as coisas no morro estão melhorando apesar dele não me contar nada sobre a invasão é as mortes que teve lá, mas como estou acompanhando pelo jornal fico sabendo de algumas coisas, não muitas mas o necessário. Filipe não gosta de falar sobre esse assunto ele só me falou que o máximo de tempo que vou passar aqui é um mês, eu quero muito ir em um salão de beleza para fazer as unhas e o cabelo, meu cabelo está horrível, a única coisa que tenho aqui é champoo, condicionador e um pente, más não sei que não posso é muito perigoso, saio dos meus pensamentos com o celular tocando, é Filipe ligando, esses dias ele tem ligado quatro vezes no dia até mesmo cinco as vezes.

_ Alô_  atendo a ligação.

_ Como tá as coisas por aí ?

_ Bem, estamos todos bem.

_ É o bebê como que tá ?

_ Bem também, nada fora do normal.

_ Aham, ele já chutou ?

_ Filipe, ele não está nem com dois meses como vai está chutando.

_ Tô ligado nessas parada não, tá precisando de alguma coisa ?

_ Não, eu só queria ir em um salão arrumar o cabelo.

_ Agora não dá não, é muito perigoso quando as coisas estiverem de boa de novo eu te levo.

_ Tá bom então.

_ Qualquer coisa me liga.

_ Tá.

Ele desliga em seguida, vou para o banheiro, tomo banho e visto um vestido soltinho já que está fazendo muito calor.

As vezes eu queria alguém pra conversar, me abrir falar coisas idiotas sair pra tomar sorvete alguma pessoa em que eu possa confiar, infelizmente a única pessoa que me passa confiança nesse momento é Filipe, até porque só estou nessa situação por causa dele.

Talvez ele realmente sinta algo por mim só não acho que isso seja amor, já que o amor não machuca e isso que vivo com Filipe me machuca com frequência.

Eu queria poder ir em bora desse lugar, sair do rio de janeiro, ir para uma cidadezinha no interior e viver em paz com meu filho sem preocupação sem ter que me esconder, viver sem medo, é tudo que eu mais quero.

Saio dos meus pensamentos com uma barulhos muito altos, olho para o lado e vejo os vidros da janela quebrados e os dois vapores que antes estavam perto da para a janela agora estão caídos no chão sem vida. Meu corpo entra em total desespero o outro vapor que estava assistindo corre até o quarto e volta com uma metralhadora, me dou conta do que está acontecendo e corro para o quarto pegando minha carteira com minha coisas e o celular, ando para a saída, mas no desespero acabo esbarrando no homem que está caído no chão e meu celular cai.

Não consigo pegá-lo já que com toda a correria e os tiros, o medo não me faz voltar a trás para pegá-lo,  corro para a saída do apartamento entro no elevador que para na recepção, vou para fora da quele local, caminho sem saber para onde ir, não posso voltar para o morro já que é muito perigoso e pensando por outro lado essa pode ser minha chance de ficar livre de tudo isso, como estou com bastante dinheiro que Filipe me deu no dia em que ele me falou que eu iria viajar e também alguns cartões essa pode ser minha chance de mudar de vida, pego um táxi e peço para ele me deixar no aeroporto.

Sim finalmente irei embora daqui, dessa vida, Filipe nunca vai saber onde estou ou com quem, ele conserteza vai achar que estou morta. Não tenho mais nada aqui que me prenda a esse morro só o meu filho que está comigo.

Embarco no avião rumo a Bahia, apesar de nunca ter ido lá me parece um bom lugar para viver e tenho certeza que o Filipe nunca irá me procurar lá, e também vai ser um bom lugar para achar um emprego. Depois de um tempo, eu acho que foi duas horas pro avião pousar, o avião pousa em salvador na Bahia, pergunto a hora para um senhor que passava por mim e o mesmo fala que são quase três horas. Quando essa confusão começou era doze horas da manhã.

Saio do aeroporto em seguida pego um táxi, entro no carro e vejo o senhor de idade dirigindo.

_ Com licença senhor, você sabe onde posso encontrar uma casa pra alugar.

_ Bom moça, eu conheço uma casa pra alugar, é perto de um condomínio.

_ Que bom e o senhor sabe se eles podem me alugar ?

_ Os donos da casa estão morando em São Paulo, eles estão precisando do dinheiro.

_ Entendo, pode me levar lá por favor ?

_ Posso mais vai te custar mais dinheiro.

_ Tudo bem.

Ele me leva até uma área que nem sabia que existia, um tipo de favela mas isso nem me importa já que vivi minha vida toda em favela isso nunca me incômodou. De fato a casa é boa não é muito grande nem muito pequena, é do mesmo tamanho como a que eu morava com meu pai e já tem alguns móveis que eu posso usar como uma mesa e uma geladeira, fogão e algumas coisas.

Depois de falar com a pessoa responsável pela casa e fazer o pagamento que foi 400 reais, vou para uma loja que o senhorzinho me falou que tem aqui perto, então compro uma cama e um colchão, também comprei um botijão de gás e fiz umas comprinhas para comer.

O senhor que me ajudou muito hoje me falou que estão precisando de uma pessoa para trabalhar em um supermercado aqui do bairro, o salário não é muito mais é o necessário por enquanto. No começo vai ser difícil mais tenho certeza que vou conseguir me reerguer pelo meu filho e por mim, se meu pai tivesse vivo ele estaria com orgulho de mim.

O dia foi tão corrido que nem tive tempo de pensar em como o Filipe deve estar, conserteza a essa hora ele já está sabendo do que aconteceu e não sabe onde estou. Estou com um pouco de medo por estar em um lugar que não conheço e sem ninguém, mas só de pensar que eu iria voltar a morar com Filipe na quele morro, me sinto aliviada por está aqui e poder estar livre das garras dele.

Agora são quatro horas da tarde e percebi que não tenho nenhuma roupa nem toalha ou até lençol de cama, começar do zero é horrível, crio coragem e vou até uma lojinha de dez reais que vi quando fui na loja, e compro algumas roupas e lençol, toalha de banho e outras coisas, ainda bem que eu estava economizando bastante dinheiro esses dias ou então agora iria ficar na rua.

As coisas que comprei não são resistentes mas vai dá pra eu usar por enquanto.

Nao revisado.

Está sendo um tormento pra publicar essa capítulo.

Está sendo um tormento pra publicar essa capítulo

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