♡ Capítulo 20: "Eu quero conquistar Zoey..."

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Estou no mesmo restaurante da semana retrasada esperando por Katy

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Estou no mesmo restaurante da semana retrasada esperando por Katy.

Eu havia ligado para ela há uma hora atrás, logo que saí do trabalho. Preciso falar com ela sobre toda essa confusão.

Zoey não veio hoje. Quero dizer, eu não a vi por aqui ainda, levando em consideração o quão mal ela passou hoje é de se imaginar que não virá trabalhar.

Sou tirado de meus pensamentos com a visão de uma Katherine encharcada. Nem tinha notado que começará a chover.

— Desculpa a demora, o trânsito está uma loucura. — Diz Katy, se sentando.  — Então, o que tem para me contar?

— Não quer comer primeiro? Ainda não fiz o meu pedido. — Falo, tentando ganhar um tempo para organizar as coisas na minha cabeça. — Alguma coisa quente, uma sopa de tomate? — Pergunto levantando a sobrancelha.

— Não seria ruim, estou congelando. — A mulher chama o garçom e faz os nossos pedidos. — Então Keanu, é sobre Zoey?

Suspiro.

— Não quer esperar a sopa primeiro? — Tento mais uma vez desviar do assunto.

— Desembucha logo, Davies! — Paciência, com total certeza, não era o forte de Katherine.

— Eu levei Zoey para conhecer o lugar favorito de Marie. Foi bem proveitoso. -Sorrio ao lembrar da garota se deliciando com o suco de morango. — Ela também gosta de suco de morango.

Os olhos de Katy brilharam. Havia esperança neles.

Decido deixar de fora a parte do beijo.

— No lago, ela teve as mesmas atitudes, parecia como se realmente fosse a Marie quem estava ali comigo. E hoje na faculdade, aconteceu algo extremamente bizarro. Zoey passou muito mal, teve dores de cabeça e alegou sentir muita dor no peito. Depois que ela acordou no quarto da enfermaria, a garota disse ter visto o teatro. A dor que Zoey sente é bem no lugar onde Marie levou o tiro.

— Isso tudo é realmente muito incrível, Keanu! Ela é Marie. Não temos mais escapatória, precisamos provar isso. — Katy está toda eufórica com as novidades, eu já nem tanto. Me sinto preocupado.

— Como iremos provar isso? Não é só chegar na garota e dizer que ela é minha esposa que voltou.

— Eu vou pensar em algo. — Katy finaliza ao chegar a nossa sopa.

O resto do jantar é em silêncio. Eu não consigo tirar todos os acontecimentos de hoje na Universidade da cabeça. Eu estou lutando contra a minha sanidade e tudo em tudo o que eu acreditava no início. Deixo tudo para trás.

Se eu pudesse admitir, diria que estou feliz pela ideia de ser Marie, eu quero conquistar Zoey, mas isso é uma ideia extremamente absurda vinda de mim. Sou o professor.

Essa foi uma longa e exaustiva segunda-feira, minha mente está mais cansada do que o habitual.

Antes de poder curtir um pouco a minha cama, eu preciso encontrar meu passaporte. Eu não o via já faz alguns bons anos, sem ele, eu não poderei acompanhar a turma em viagem alguma.

Vasculho toda a casa, procuro de cima a baixo e nada desse maldito passaporte. Desisto de procurar e me sento no sofá. Onde eu posso tê-lo colocado?

Ligo a TV e relaxo, assistindo um filme. "E Se Fosse Verdade? "

Isso já estava parecendo perseguição, algo predestinado.

No filme, o cara se muda para o apartamento de uma moça que está em coma, ele é perseguido por seu fantasma e se apaixonada por ela. É uma loucura, isso não acontece na vida real.

Continuo o filme até adormecer.

E lá estou eu, de volta a fachada do teatro com minha esposa. Um ladrão puxa seu colar e seguida atira em seu peito. O barulho é muito alto, de doer os ouvidos. Ela olha para mim, apavorada e com muita dor, não era Marie quem vejo, é Zoey.

Zoey está morrendo em meus braços.

Acordo do meu pesadelo. Quando será que vou conseguir descansar sem ter pesadelos? O filme havia acabado já algum tempo e agora um documentário aleatório está passando, deixo rodando, apenas para não ter somente as vozes da minha cabeça na casa.

Não presto muita atenção ao programa, estou com a minha mente no lago e na risada maravilhosa de Zoey. As lembranças daquele dia faziam meu coração mais leve.

A voz na televisão parece estar cada vez mais longe, e então, acabo por adormecer novamente, mais profundo e relaxado, com um belo par de olhos na mente.

Naquela manhã, eu estou surpreendentemente relaxado apesar dos acontecimentos anteriores. Eu estou calmo e pronto para enfrentar o dia na Universidade St.Andrews. Pela primeira vez, em meus pensamentos não há uma garota ou Marie. Está tudo claro, bem cristalino como água do mar.

Posso dizer que estou de bom humor. Tomo meu café como se fosse a coisa mais importante do mundo, consigo ler o jornal pela manhã. Me sinto em paz.

— Pessoal, eu tenho aqui em mãos as autorizações para a nossa vigem até a Polônia no mês que vem. — Ouço algumas comemorações. — A autorização é como um contrato, já que vamos ficar fora por três dias, em hotel e tudo mais. É para conscientizar os pais que está tudo bem.

Finalizo entregando as autorizações nas mesas dos alunos, ao passar pela mesa de Zoey, seu perfume parece mais presente no ar hoje.

Volto para minha posição em frente a turma e dou sequência ao restante da aula.


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