Keanu Davies é professor de uma renomada Universidade chamada Saint Andrews.
Sua vida era de certa forma perfeita, tinha uma linda esposa chamada Marie.
Ela possuía uma característica única e inconfundível, seus olhos, um castanho escuro tão intens...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
O caminho até a casa de Keanu é triste, em minha mente revivo os vários momentos bons que tive ao seu lado.
Mas, eu preciso tomar essa atitude.
Eu não me sinto vivendo a minha própria vida.
Me sinto vivendo em função de viver a vida de Marie outra vez, isso não é saudável e percebo isso hoje.
Toco a campainha de Keanu duas vezes.
Meus dedos tremem e meu coração parece saltar para fora do meu peito em qualquer instante.
Esse está sendo o momentos mais difícil da minha vida.
A porta é aberta e revela um Keanu recém saído do banho. A calça de moletom cinza lhe caí tão bem, o seu peitoral nu, os cabelos molhados... Em outro momento, eu me jogaria em seus braços e o deixaria me possuir por inteira.
Um sorriso brota nos lábios de Keanu.
— Pensei que não queria companhia.
— Keanu... — Minha voz é um sussurro.
— Não imagine que não estou feliz em te ver, meu amor. Eu só estou confuso. — Keanu se aproxima de mim e eu o afasto com as mãos em seu peito desnudo.
— Eu preciso conversar com você, é algo sério.
— Vamos para dentro. — Sua voz é preocupada e eu o sigo de cabeça baixa até o sofá. — O que quer conversar?
Mecho os meus dedos nervosamente e não sou capaz de olhar em seus olhos castanhos.
— Estou me sentindo muito sufocada e não quero mais continuar com as terapias regressivas. Eu estou enlouquecendo. É tudo demais para a minha cabeça. — Falo atropelando as palavras.
— Tudo bem, vamos cancelar tudo então. — Levanto meus olhos para o homem em minha frente. Ele está sorrindo e se inclina para me beijar, eu o afasto novamente, desta vez me levantando do sofá e ficando em pé a sua frente.
— Eu vou embora. — Falo o olhando de cima.
— Como assim? — A expressão de seu rosto é de surpresa e muita confusão.
— Eu vou embora, Keanu. Eu vou voltar para a minha cidade. — Despejo as palavras bem rápido antes que eu desista de tudo, em frente ao seu olhar. — Eu não consigo mais ficar aqui. — Desvio o meu olhar para os quadros de Marie que preenchem a sala.
— É sobre os Olsen? — Keanu aperta a minha mão. — Nós não precisamos mais ir vê-los.
— Não é só sobre os Olsen, Keanu! É tudo! — Exclamo, tirando minha mão da sua. — Eu estou sufocando! Me sinto vivendo a vida de Marie e deixando de viver a minha. Estou farta daquela universidade, cada canto daquela sala de aula é uma memória de vocês dois juntos. E tem, essa casa! Isso aqui é todo um altar para Marie e isso é muito incômodo! — Despejo tudo, não prendo mais nada dentro de mim.