♡ Capítulo 44: "Não há mais dor."

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É incrível como um banho pode revitalizar a gente

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É incrível como um banho pode revitalizar a gente. Visto uma calça de moletom preta e me permito ficar sem camisa. Meu cabelo está molhado, os pingos de água que escorrem dos fios não estão me incomodando no momento.

Desço as escadas e encontro uma Katherine se deliciando com uma taça de vinho no balcão da minha cozinha.

— Minhas costas estão me matando. — Falo, ao me aproximar de Katy. Apanho uma taça vazia, a enchendo do meu vinho favorito.

— Precisa trocar o colchão. — A mulher toma mais um gole da taça.

— Não durmo em casa faz quatro dias. — Katherine me encara surpresa. — Estava em viagem e noite passada eu dormi em uma cadeira de hospital. — Respondo dando as costas e caminhando até a sala. Encosto as minhas costas no sofá macio e o meu corpo agradece.

— Como assim, no hospital? — Katy pergunta ao se sentar ao meu lado.

— Zoey teve um outro ataque quando estávamos no aeroporto. — Bebo mais um gole do líquido vermelho da taça e encaro Katherine. — Estive com ela a noite toda no hospital e depois que tivemos alta, passei a tarde com ela. — Um sorriso aparece em meus lábios ao recordar das lembranças desta tarde ao lado de Zoey. O calor de sua pele em meu peito, o cheiro suave de seus cabelos...

— Você esteve com ela a tarde toda? — Seu tom é de surpresa. — Então tem algo acontecendo entre vocês? — Katherine arqueia a sobrancelha e sorri.

— Acho que sim.— Respondo receoso.— Nós nos beijamos naquele dia do passeio de barco e depois, ela me beijou no escritório de um amigo... — Sou interrompido por um grito histérico de Katy.

— Vocês se beijaram! Quando pretendia me contar?!

— Estou te contando agora, não estou? — Solto uma pergunta retórica. — Eu estava preocupado com o que você fosse pensar. Minha profissão torna tudo isso tão horrível.

— Não, não é horrível. Olha só para você, Keanu. Parece vivo novamente,  há um brilho em você. Ela voltou para você. Para nós dois. — Katherine não sabe, mas havia tirado um peso enorme dos meus ombros. Saber que ela, de todas as pessoas, está apoiando essa insanidade, de certa forma é libertador.

— Teve um momento no hospital que Zoey disse que eu sou o sonho dela. — Deixo escapar um pequeno sorriso.

De repente, tudo se interliga.

Zoey não passou mal por conta do esforço da viagem ou por estar ansiosa com alguma coisa, ela havia se lembrado de mais alguma parte da vida de Marie. Pelo desespero que Zoey demonstrou, talvez ela tenha se recordado do teatro. A dor no peito se encaixa com a dor que Marie deve ter sentido com a bala perfurando seu coração.

Me levanto sobressaltado do sofá. Em aflição levo minhas mãos para o cabelo, puxando levemente os fios. Ignoro o olhar confuso que Katherine me lança, não posso perder a linha de raciocínio.

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