Keanu Davies é professor de uma renomada Universidade chamada Saint Andrews.
Sua vida era de certa forma perfeita, tinha uma linda esposa chamada Marie.
Ela possuía uma característica única e inconfundível, seus olhos, um castanho escuro tão intens...
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— Pelo menos agora sabemos que não estamos enlouquecendo. — Katherine diz, assim que Zoey e eu regressamos para a sala.
— É. — Isso é tudo o que consigo responder.
Eu estou atônito.
Eu sabia que seria difícil no começo, mas não imaginava que seria assim. Zoey se remexeu muito no sofá, seus olhos estavam apertados em desespero. Seus gritos tinham me causado arrepios e por vários momentos durante a sessão de terapia, virei o rosto para não ver aquelas cenas agonizantes.
Eu não queria observar a dor de Zoey.
Quando terminou a sessão e a minha menina correu para os meus braços procurando por refugio, quis desistir de tudo.
Eu não preciso de mais provas.
Zoey é Marie. Quero dizer, Steven Stoucker disse que Zoey apenas possui a alma de Marie, mas ao olhar para a garota que está encolhida em meu sofá, ao encarar seus olhos, um azul e outro castanho, para mim ela é minha Marie. Eu não consigo evitar de pensar isso.
— Não estou me sentindo bem. Pode me levar para casa? Quero conseguir descansar antes de ir para o restaurante. — A voz de Zoey soa cansada. A minha garota tinha passado por um horror. Eu não posso imaginar a sensação angustiante que é ser enterrado vivo.
— Levo sim. — Caminho de volta para a cozinha, onde estão as chaves do carro, em cima do balcão de mármore. — Mas antes de irmos, precisamos conversar sobre o que Steven nos disse.
— Não tem o que se resolver quanto a isso, Keanu. — Zoey escora-se nas costas do sofá e cruza os braços em frente ao peito.
— Você não pode ficar sozinha. Suas crises vão piorar com as regressões, você o ouviu.
— Eu não posso simplesmente pedir para ficar na casa da Mirna, ela me fará muitas perguntas das quais eu não quero responder.
— Você pode ficar comigo. — A voz de Katy ecoa por toda a casa. — Eu estava mesmo pensando em deixar a casa dos meus pais, eles estão me sufocando. Sou uma mulher madura e ainda moro com eles. Não é patético? — Katherine pergunta, arqueado uma sobrancelha. Eu estou com a resposta na ponta da língua e umedeço vagarosamente meus lábios para responder. — Não responda! — Minha cunhada exclama apontando o dedo indicador em minha direção, fecho imediatamente a boca, lançando um sorriso irônico para Katherine.
— Minha casa é pequena, não dá para acomodar nós duas. — Zoey responde, em sua voz noto um tom de desapontamento.
— Não seja por isso, querida. Eu já aluguei um apartamento faz alguns dias e só não tive coragem para fazer a mudança. — Katherine pisca para Zoey. — Será ótimo ter você morando comigo!
— Vai ser muito legal! — Minha menina exclama animada. — Eu estava mesmo preocupada com isso, as crises já são péssimas e se vão piorar, não quero estar sozinha quando acontecer. — Zoey confessa e os pêlos dos meus braços se arrepiam, ao lembrar da crise que a levou até em casa pela primeira vez. — Eu vou morar com você, mas com uma condição. — Vejo-a levar as mãos para a cintura, decidida.
