GÊMEOS

Capítulo 25

Ricardo

Quando eu vi a silhueta da Yvi na minha frente achei que era mais um dos meus sonhos. Como uma felina, uma pantera, sensualmente sobe em cima da cama, engatinha em minha direção e me beija , achei que neste momento iria acordar como das outras vezes. Estava engado desta vez não, desta vez é real.

Sentir Yvi entregue, gemendo, chamando meu nome, gozando para mim era tudo que eu mais queria.

Ela dorme placidamente em seus braços, sua perna enroscada na minha. Sei que preciso deixar ela descansar mas, minha vontade era estar enterrado nela novamente.

Quero aproveitar cada segundo juntos, pois não sei se depois que conversarmos será a mesma coisa.

Depois de tudo que aconteceu em nossas vidas, nosso reencontro, nossa primeira vez, depois essa tragédia, não tinha dúvidas. Não queria perdê-la e estava disposto a fazer de tudo para tê-la ao meu lado.

Ela se meche se aninhando mais em meu peito. A aperto beijando seus cabelos. Relaxo e tento dormir um pouco pois, a madrugada foi agitada demais. Transamos em varias posições, em cada ponto deste quarto.

Olho para ela novamente e vejo seus olhos azuis me olhando.

- Oi - Saudo beijando a ponta de seu nariz.

- Bom dia. - Ela se espreguiça projetando seus seios para frente.

- Me acharia um maníaco se quisesse me enterrar em você de novo? - A abraço beijando seu pescoço.

- Não está cansado? Jesus o que você toma para ter esse energia toda? - Ela ri beijando meu pescoço também.

- Quem manda ser gostosa demais. Culpa sua amor. - A aperto mais forte a fazendo montar em mim.

Ela me olha estudando meu rosto e eu seguro o seu entre minhas mãos.

- O que foi? - Pergunto curioso.

- Nada, admirando sua beleza. - Ela sorri me beijando levemente.

- Todo seu. - Sorrio e dou uma piscada.

- Huumm que sorte a minha. - Se esfrega debaixo de mim.

Deixo escapar um gemido rouco mas, me surpreendendo ela desmonta e se levanta indo ao banheiro.

- Qual é serio que vai me deixar assim? - Pergunto incrédulo.

- Natureza me chamando - Diz antes de fechar a porta atrás de si.

Solto a ar frustrado e me encosto sentado na cabeira aguardando ela sair. Escuto barulho do chuveiro sendo ligado e me contenho para não entrar junto. Minutos depois, ela sai com uma toalha enrolada na cabeça e outra no corpo. Seu rosto não tem nenhum resquício de maquiagem e confesso que a acho mais linda natural.

- Precisamos voltar a realidade - Diz começando a se vestir. - Como faremos agora? - Me olha ansiosa.

- Você havia me perguntado ontem o motivo de nossa briga e foi essa. Queria assumir para todos e você manter no sigilo. - Ela se senta na cama já vestida.

- Me conte tudo do começo, adianto que sei muita coisa por Laila, mas quero escutar de sua boca. Por favor, não quero que me poupe, seja cem porcento honesto. - Seu rosto fica sério e ela se afasta mais um pouco de mim.

Respiro fundo e começo minha narrativa. Observo atentamente as suas feições. Neste momento que estou contando sobre o dia do enterro do Rafael, sua expressão é dura. Suas sombrancelhas estão juntas, fazendo vincos em suas testa. Sua boca está fechada em uma linha fina. Seus olhos estão fixos em mim mas, o brilho que tinha alguns instantes atrás sumiu. Quando entro na parte na qual nos acertamos sua expressão se suaviza, porém seu brilho não retorna como antes.

- Pelo que posso entender, eu estava em conflito comigo mesma e você não satisfeito com minha decisão. - Ela pergunta me olhando fixamente.

- Resumidamente é isso. Não estava de acordo em esconder nossa relação. E minha posição continua a mesma só a titulo de informação. - Sustento o olhar e percebo ela se mexer desconfortável .

- Só te peço paciência ok? Não irei lutar contra o que estou sentindo,mas minha vida está um caus. Preciso urgente dar um jeito de colocar ela no prumo. - Ela segura minhas mãos me olhando com intensidade.

- Tudo bem - Digo por fim. - Por dentro não estava muito bem, mas não posso forçá-la a nada agora.

Vejo ela pondo a cabeça para fora do quarto para em seguida sair fechando a porta. Deveria estar feliz por termos nos acertado, mas algo me incomoda e não sei o que é. Decido também sair e ir para o escritório trabalhar.

As horas passaram rápidas, estamos esquematizando tudo para por nosso plano em prática. Marcelo iria se infiltrar com um possível traficante de mulheres brasileiras.

Amanhã Marcelo dará o primeiro passo indo ao clube e nós iremos monitorar tudo.

- Enrico você irá fazer a segurança do local como da outra vez, Mike com garçom. Marcelo entrará como possível parceiro comercial, os demais nos bastidores.

- Marcelo, vou te implantar uma escuta e um mini gravador de video, precisamos ter o maior número de informações possíveis. - Laila diz mostrando os equipamentos.

- Nesta missão qual seria minha função? - Ela indaga e todos viramos para olhá-la.

Ela está sentada no sofá com o semblante triste e confuso.

- Entraria disfarçada como dançarina - Garcia responde.

- E não posso fazer isso agora? - Eu sei dançar, posso ajudar? - Quem sabe indo a campo não recupero minha memória. - Ela fala esperançosa.

- Essa missão é muito perigosa, eles sabem quem é você. A Yvi de hoje, não sabe manejar uma arma ou lutar para se defender. - Garcia responde calmamente.

- Não é possível que não possa fazer nada ! Sou uma inútil! - Ela sai com lágrimas nos olhos. Ameaço sair mas, Laila me impede.

- Deixa ela um pouco sozinha para pensar ok? - Relutante, voltamos a nossa reunião. Yvi não voltou mais na sala.

Já é de noite , tudo está organizado. Não pode haver falhas, falhas podem custar nossas vidas, e o únicos que devem morrer são eles.

Ainda estão na sala eu, Garcia, Mike e Laila, os demais já tinham se recolhido ou estavam fazendo outras coisas. Me despeço no intuito de passar no quarto de Yvi. Subo as escadas rapidamente e quando viro em direção a seu quarto vejo uma cena que me desagrada e muito. Yvi e Marcelo estão abraçados.

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