Capítulo 23

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Yvi

Os dias passam lentamente, um misto de sentimentos se apoderam de mim. Alegria por recordar algumas coisas pequenas, tristes por não lembrar a maioria. Dúvidas sobre essa pessoas que me cercam. Sinto que gostam de mim, mas não passam de estranhos.

E tem o Ricardo, sempre próximo, solicito, não perde a oportunidade de me tocar de alguma forma. Seja segurando minhas maõs, acariciando meu cabelo. Ele me olha com intensidade que chega a me deixar sem graça. Estou adiando essa conversa mas, preciso por fim tentar lembrar dessa fase de minha vida.

Caminho lentamente até o quarto de Laila e bato na porta antes de entrar.

- Atrapalho? - Pergunto pondo minha cabeça dentro do quarto.

- Nunca! - Ela sorri abrindo espaço na cama.

Me deito ao seu lado, ela está tomando sorvete e assistindo uma série.

- Nossa você não se cansa de assisitir essa série? - Dou risada pegando um pouco de sorvete.

- Você sempre diz isso toda vez. - Ela da uma risada alta.

- Laila, precisamos conversar sério. - A encaro analisando suas feições suaves. - É sobre o Ricardo.

- Ok pergunte. - Ela se ajeita melhor na cama.

- Me conte nossa história, sei que existe uma. Vejo como ele me olha. Como ele tenta sempre ficar perto. - A encaro e percebo ela se remexer na cama.

- De verdade, creio que eu não seja a melhor pessoa a conversar com você sobre ele. Pois, sei que tinha detalhes mais íntimos que você não chegou a compartilhar comigo. Irei te contar o que sei, o resto converse direto com ele ok? - Laila se posiciona na cama ficando de frente comigo.

Escuto atentamente cada palavra proferida por ela, faço um esforço para tentar lembrar nem que seja algum trecho mas, não consegui me recordar de nada.

Digerindo o que ela me disse, fica nítido agora o arrependimento do Ricardo referente nossa briga no dia do enterro do Rafael. Consigo entender sua raiva, seu ódio, mesmo que seja extremamente errado ele ter me batido. Também consigo entender minha mágoa quanto a isso. Mas, se realmente estavámos juntos significa que eu havia perdoado. E não posso negar, existe uma química entre nós.

- E o que acha que eu deva fazer? Procurá-lo, deixar fluir? - Tomo um copo de água gelada e olhando pela borda do copo.

- O que seu coração está mandando? - Ela devolve rapidamente.

- Estou confusa com toda essa informação, mas não consigo negar que sinto algo a mais por ele. - Confesso por fim.

- Então, siga seu coração. - Ela me abraça e saio do quarto dela seguindo para o meu. No meio do caminho encontro Marcelo que me encara com seus lindos e grandes olhos azuis.

- Oi, estava indo justamente falar com a Laila, mas como te encontrei quero falar contigo agora, está ocupada? - Ele me olha intensamente aguardando uma resposta.

- Sim, também queria falar conversar , você pode preencher lacunas que as pessoas que estão aqui não poderão. Venha. - Abro a porta do meu quarto e sentamos no sofá.

- O que quer saber? - Ele pergunta se ajeitando melhor no sofá.

- Tudo que possa de contar, nos mínimos detalhes. - O incentivo a começar a falar.

Nos próximos minutos ele fala de quando nos conhecemos, de como entrei na policia, de casos que trabalhamos juntos, rotina na policia, a forma que eu trabalhava, sobre as investigações sobre o caso do Rafael. Porém, em determinado momento ele se aproxima mais e pega as minhas mãos.

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