você é o meu sonho.

1.1K 88 23
                                    

Pov S/n


Meus olhos ardiam, minha cabeça doía e girava, parece que algo me acertou com força. Meu corpo tinha força apenas para segurar o pulso de Jenna, que era quem estava mais perto de mim ali. Eu não entendia porque escutava a voz da mulher alterada, e entendia menos ainda porque também escutava a voz da minha... mãe? Sim, era a voz dela. Eu poderia reconhecer de longe essa voz ameaçando alguém.

Abro os olhos devagar, com dificuldade, para encarar todas aquelas pessoas no quarto. Um quarto de hospital... Que porra aconteceu?
Encaro Jenna, ainda chamando pelo nome da mulher, que agora me olhava espantada.

— Cara mia... — Jenna sussurra se abaixando, ficando na altura da cama e beijando minha mão. — Você... Acordou! — ela diz visivelmente emocionada e animada.

Como assim? Eu por acaso estava morta?

— S/n, mi vida, como é bom vê-la acordada! — ouço alguém dizer.
Vovô? Meu avô está aqui? O que aconteceu?

Um médico se aproxima, ele pede calma a todos e em seguida me pede para seguir seu dedo, eu o faço, e então o homem começa às perguntas.

— Como está se sentindo? — ele diz.

— Eu... — começo, tentando achar as palavras, que agora pareciam embaralhadas em meu cérebro. — Estou com dor de cabeça.

O médico ri e olha para Jenna.
— Essa parte é normal. Sn, você passou por uma cirurgia. Você por acaso se recorda do acidente?

— Acidente?

— Você e Jenna sofreram um acidente. Você sofreu um trauma craniano, sn. Precisamos realizar uma cirurgia, e você demorou alguns dias para responder a isto. Estávamos ansiosos para que você acordasse. — ele explica. Encaro Jenna assustada, como assim, um acidente?

— Certamente você quase morreu por estar pecando contra os céus. — a mulher fala, fazendo notarmos sua presença.

Minha mãe nunca aceitou minha sexualidade, com o tempo, a mesma simplesmente escolheu fingir que isso não existia. E é por este motivo que morei com meu avô durante os últimos anos em que vivi na minha cidade natal.

— Senhora, se irá começar, peço que se retire. — o médico a nossa frente diz. Em seu crachá, além de seu nome, Brayan, havia um broche com as cores da bandeira lgbt. Certamente lutava pela causa.

Melina apenas revirou os olhos e deixou a sala.

— Eu irei falar com ela. — meu avô diz se despedindo e em seguida saindo do lugar.

— Doutor, e agora? Sn poderá ir pra casa? — Jenna pergunta, enquanto acariciava minha mão.

— Vamos com calma... Precisaremos fazer alguns exames. Mas, está mais perto do que longe, Srta Ortega. — ele ri e se retira da sala, deixando apenas eu e Jenna.

.
.
.

— Quando sairmos daqui, você terá tudo o que quiser. — Jenna tentava me confortar, já que eu não podia ir ao cinema e estava mal por isso.

— Até você? — pergunto.

— Isso você já tem, silly. — ela sorri e cola nossos lábios.

— Eu estava com saudades de você. Pude ouvir todas as vezes em que conversou comigo, quando me contou histórias e quando cantou... Você nunca saiu do meu lado. — sorrio emocionada. A voz de Jenna era a que eu podia ouvir mais claramente, até mesmo quando todo o meu corpo doía, ou quando o medo de nunca mais acordar cercava minha mente. Ela sempre estava ali. Eu podia senti-la.

— Eu também senti a sua falta. Saudades de olhar nos seus olhos, e de ouvir a sua voz... Estou tão feliz que acordou. — ela confessa.

Jenna me abraçava como se fosse me perder, mal sabia ela que eu era totalmente dela, e não pretendia mudar isso nunca mais.

— Todo o tempo em que passei desacordada, estava pensando em você. — confesso olhando os castanhos da menina. Minha menina.

— Em todo o tempo que você estava dormindo, eu estive aqui te olhando. — ela diz.

— Você não deveria ter voltado para Califórnia? — pergunto confusa. Havia passado muito tempo desde o acidente. Jenna não deveria estar no Brasil, segundo seu cronograma.

— Não iria sair daqui sem antes te ver acordada e bem. E nem mesmo agora tenho planos de ir... — Ela diz.

Jenna estava de férias, disso eu sabia. As gravações de Wednesday só começariam novamente no ano seguinte, o que significava que a morena teria um tempo relativo para descansar.

— Eu não te largo. — ela sussurra se aproximando.

— Você é o meu sonho, Jenna. — eu encarava a menina, que agora parecia tão emocionada quanto eu. Suas lágrimas desenhavam caminhos longos em seu rosto.

— E você é o meu. — ela diz antes de beijar meus lábios. Um beijo sem pressa, apenas carregando todo o sentimentos do mundo.

.
.
.

Alguns dias depois

Após semanas no hospital, finalmente eu e Jenna podíamos deixar o lugar.
De mãos dadas, seguimos até a entrada

— Vamos para o hotel. — Jenna sugere.

— Acho que está na hora de você conhecer minha casa... — digo abraçando a mulher, que abre um enorme sorriso.

.
.
.


Desculpem o cap minúsculo. Eu não estou bem, e quis postar apenas pra não deixar vocês sem nada.

Obrigada por lerem. <3

Be mine - Jenna Ortega e s/n Onde histórias criam vida. Descubra agora