destinos.

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Pov Narradora

Você quer se casar? – Felipe perguntava á s/n enquanto tomavam a segunda xícara de café desde que entraram na cafeteria.

Os dois amigos passavam um tempo juntos enquanto Jenna resolvia suas próprias coisas com seu agente e acessores.

– Fê... Eu não sei. Eu... Meu avô alugou um triplex na minha cabeça com essa história de casamento! – a morena de cabelos cacheados explicava, seus dedos agora apertavam levemente as têmporas.

– Você sabe que ele sempre quis ver você casando. E vocês estão juntas a tanto tempo, sem falar nessa história de morar juntas. Não é surpresa ele achar que já estão com data marcada. – ele dizia, encarando a amiga. – E Jenna? Falou algo sobre isso, depois que saíram de lá?

– Não, na verdade ela ficou alheia no mundinho dela o tempo inteiro, depois disse que ia trabalhar, e aí eu saí de casa. – disse simples.

Após algum tempo de conversa com Felipe, a morena decidiu voltar para casa, se deparando com uma Jenna apenas de sutiã e calcinha sentada no chão da sala. Pequenas frestas de sol banhavam o corpo da latina enquanto a mesma respirava fundo com os olhos fechados, não notando a presença da namorada em casa.
S/n se sentou atrás da mulher, respirando próximo ao seu rosto. A outra - como de costume a não ser assustada facilmente - apenas sorriu, inalando o perfume de s/n a abrindo vagarosamente os olhos para encarar a morena.

– Você chegou. – ela diz. S/n sorri e beija o rosto da mais baixa, apenas para de algum jeito concordar com a fala.

– Como está Felipe? – ela pergunta, voltando a fechar seus olhos.

– Bem. Conversamos sobre nossa visita ao vovô.

– Hm... Sobre a ideia de casarmos?

S/n acena, logo se dando conta de que Jenna estava de olhos fechados. – S-sim...

– Quer falar sobre isso agora?

– Só se você quiser...

Jenna abre os olhos novamente, dessa vez se virando para olhar diretamente nos olhos de
s/n. A mulher se encontrava alheia, seus olhos passeavam pelo corpo seminu da outra, enquanto seu cérebro tentava formular palavras conexas para iniciar uma conversa.

– Você quer começar falando? – Jenna perguntou, sendo prontamente interrompida quando S/n buscou seu celular.

– Preciso de uma trilha sonora, acho que irei desmaiar. – ela diz, rindo nervosa ao colocar uma música. O som estava baixo, para que Jenna escutasse e entendesse o que a morena gostaria de dizer.

Yellow - Coldplay

– Não quero ser precipitada, ou fazer parecer que estou desesperada por casamento, ou apenas indo à loucura depois da conversa com o meu avô... – s/n começou, atropelando as palavras enquanto gesticulava rapidamente com as mãos. Sua boca estava indo mais rápido que seu cérebro, fazendo a morena atirar as palavras sem antes revisá-las. – Eu amo você, sabe disso. Passaria o resto da minha vida inteira ao seu lado, ninguém nunca me fez sentir como você faz. – a morena encarava a outra à sua frente, seus olhos começando a lacrimejar, fazendo a voz ficar minimamente embargada. – Seu olhar quando encontra o meu, seu jeito de me acalmar segurando minhas mãos quando tudo parece perdido, seu abraço que me deixa confortável o suficiente pra dormir sem me preocupar com o resto, sua voz calma e paciente quando parece que o mundo vai desabar na minha cabeça... – ela tomou fôlego, dessa vez olhando novamente para o corpo de Jenna. As lágrimas banhavam timidamente a face de S/n. – e esse bendito corpo, Jenna porque você está só de calcinha e sutiã na nossa sala? Estou desfalecendo aqui... – ela diz manhosa, gemendo involuntariamente e arrancando uma risada de Jenna, que agora, após ouvir toda a declaração da morena mais alta, também chorava silenciosamente, encarando as orbes escuras. –  Sequer consigo raciocinar enquanto você parece tão comvidativa bem na minha frente e... Enfim, eu, eu nao quero te assustar, você me conhece melhor que ninguém e eu seria a mulher mais feliz do mundo se pudesse passar o resto da vida ao seu lado... Meu avô apenas me deu o empurrão que precisava para te falar todas essas coisas... E-eu... Eu quero você pra sempre, Jenna. – ela terminou, soltando o ar que sequer notou ter prendido esse tempo todo.

Jenna não pensou antes de puxar o pescoço de s/n, selando seus lábios em um selinho calmo, apenas para que conseguisse sentir cada centímetro dos lábios da morena, para que pudesse colocar todos os seus sentimentos naquele beijo. Calmamente, pediu passagem com a língua, que logo foi cedida por s/n. Suas mãos repousavam na cintura nua de Jenna. Quando o ar lhes faltou, a mulher mais baixa separou seus rostos, encarando a vermelhidão nos lábios da namorada que sorria emocionada.
As lágrimas ainda banhavam o rosto de ambas mulheres, e então Jenna capturou o celular em suas mãos.
– Sendo assim, também quero uma trilha sonora pro que vou dizer. – ela disse, arrancando uma risada da outra enquanto se ajeitava para falar.

Explodir - Anavitoria

– Estou apenas de sutiãe calcinha porque aqui está muito quente, e queria te surpreender quando chegasse... – ela pigarreia, segurando as mãos de s/n e olhando fixamente os olhos da namorada. – Eu acho que já cheguei a lhe dizer, que nunca imaginei encontrar alguém como você.
Sequer imaginei encontrar alguém. Não estava nos planos. E como uma autora despretensiosa, você chegou, pegou na minha mão e me ajudou a reescrever meus planos. – ela suspirou, nervosa e ansiosa pelo que diria. – S/n, eu sequer conseguiria colocar em palavras tudo o que senti e ainda sinto desde que nós nos conhecemos. Desde que encontrei seus olhos naquela boate, desde que decidi adiar minha volta a LA, desde que te levei pra conhecer meu mundo. Você conheceu partes da Jenna Ortega que nem a Jenna Ortega sabia que conseguiria mostrar a alguém. – as lágrimas voltavam a banhar o rosto de Jenna enquanto ela apertava as mãos da outra contra as suas – Nós cuidamos de um pássaro juntas – ela ri – brincamos com meus sobrinhos na California, você me mostrou seu lado brasileira, e seu lado exploradora de todos os cantos do mundo em que pisarmos.
Me mostrou o lado bom e ruim de viver essa vida, e eu nunca permitiria que o universo nos separasse. Eu não sei mais viver sem estar ao seu lado, e por mais clichê, brega e totalmente contra meus princípios que essa frase é, eu não sei como viver sem você.
Eu quero poder te mostrar um pouco mais do lado bom da vida, quero poder viver as melhores aventuras ao seu lado, e ainda estar aqui quando tiver de viver o pior. Quero te mostrar que o mar está lá apenas para que seu reflexo seja visto de cima, que o sol nasce todos os dias apenas para te ver brilhar na mesma intensidade em que ele brilha, e o quanto as estrelas brilham apenas pra você...
Eu te escolhi, te escolhi naquele dia na boate, e te escolho todos os dias de todas as minhas vidas... E eu também quero você, s/n. Pra sempre vou querer você. – a voz de Jenna falhava, suas mãos tremiam como se tivesse acabado de vomitar o que guardou por tanto tempo, seus olhos ganhavam a coloração vermelha enquanto encontravam a imensidão castanha que a encarava a tanto tempo.

– Se isso foi um pedido, a resposta é sim. – S/n disse, soltando uma gargalhada em seguida. Seus braços agora rodeavam o pescoço de Jenna, fazendo seus narizes encostarem. As duas de olhos fechados, respirando calmamente enquanto a voz das Anavitoria soava pelo ambiente.

– ...A gente vive junto e vive só, e você do meu lado porque teu caminho te coloca bem aqui, mas se algum dia a nossa historia explodir, eu nunca vou te segurar... Eu nunca vou te segurar. – Sn falava no mesmo tom em que cantavam na música, voltando a encarar os olhos de Jenna.

É claro que ela gostaria de passar sua vida inteira ao lado da pessoa que lhe trazia a paz e a serenidade de um relacionamento que ela sequer imaginava merecer antes, mas nunca seguraria Jenna, caso esse não fosse o destino das duas. Acontece que o destino das mulheres estavam traçados, sempre estiveram. E para Jenna não restavam dúvidas de que ficariam juntas por toda a eternidade. Seus olhos mostravam isso à mulher a sua frente.

– Eu quero tudo que eu puder viver, amor. – ela concluiu, fazendo a mais baixa sorrir tímida ao tentar traduzir as palavras na própria cabeça.

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Como estamos? Meu deus, quanta emoção! Pelos meus cálculos, mais duas att e chegamos ao fim de "Be mine".

Até a próxima, babycakes! ;)

Be mine - Jenna Ortega e s/n Onde histórias criam vida. Descubra agora