Sua cabeça estava baixa, e sua mão apertava firme o copo, estou começando a achar que ela tem problemas com copos. Balançando as pernas, ela mostrava inquietude. E Jennie ficou mais paralisada ainda quando chamei pelo seu nome.
Não pude evitar deixar um sorriso crescer em meus lábios, fico feliz em que ela tenha seguido minha recomendação de sair, e de alguma forma algo cresce dentro de mim, á princípio continua sendo pequeno.
Seu rosto é coberto pelos seus cabelos, e a única coisa que vejo são suas orelhas ficarem vermelhas, apesar de a toca cobrir também. Posso até mesmo escutar seus batimentos, mas já não sei distinguir se é realmente seu coração ou uma pessoa mais a frente batendo na mesa.
Como Jennie contínua na mesma posição, penso em dá meia volta e ir embora, talvez ela não esteja preparada para falar comigo sem ser no meu consultório.
Imediatamente eu suspiro, e alívio a garganta com frequência, ainda estou de pé, em frente a ela, que não me olha e nem diz nada, penso em chamá-la novamente, apesar que sei que ela me escutou.
Enfim, acabo sentando-me na cadeira a pouco centímetros a sua frente, e simultaneamente olhamos para a janelas juntas, e aquele é o momento que nos conectamos através do reflexo do vidro.
Suas órbitas não param de circular por toda a paisagem, então eu começo a admirar aquelas íris, que não demonstra só solidão, mas aquela imensidão mostra-me que Jennie ainda tem esperança.
Ela só não percebeu.
— Oi — Sua voz sai tão baixa, de tal forma em que tudo pela cafeteria parece ficar em silêncio para somente eu a ouvir.
Tivemos apenas uma sessão, e eu já percebi que Jennie não é uma pessoa de muitas palavras, entretanto ela não precisa dizer muito para eu saber o que ela está sentindo. Suas expressões mostram muito mais.
A seguinte levo meu café a boca, que faz meu corpo arrepiar da espinha até a nuca, então eu encolho-me na cadeira, enquanto Jennie vai desenrolando igual uma tartaruga saindo do casco.
Jennie parece está permanentemente em seu casco.
— Que dá uma volta? — Sugiro, deixando o pedido no ar, eu espero que ela dê algum sinal de que ela quer ir comigo para longe daquela cafeteira. Embora, não temos muita intimidade.
Mesmo assim eu continuo a esperando, sinto-me na obrigação de a esperar, se não fosse pelo meu pai, eu não a teria que esperar tanto assim.
Eu evito o contato visual, por mais que ela não tenha olhado-me direito, então eu mordo meus lábios meio hesitante, e seu silêncio começa a incomodar-me. Ajusto meu casaco sobre meu corpo, respirando pesado, um ar carregado de incertezas, e quando já estou perdendo a esperança, Jennie vem e a acende.
— Quero — Finalmente ela dá-me uma correspondência e eu não sei nem como reagir.
●
Estamos caminham há pelo menos três minutos, um pouco distante já da cafeteria, Jennie está do lado direito da calçada, enquanto eu me mantenho do lado esquerdo. Suas mãos estão escondidas na calça, e sua postura curvada. Em virtude disso, eu continuo a olhando, a cada passo que ela dá, a observo.
Jennie tenta-me não me encarar, todavia, sinto seu olhar de canto sobre o meu, e quando a pego no flagra ela corta o contato visual.
Não sei bem o que dizer ou o quê perguntar, pois aparentemente ela não é apta a iniciar uma conversa, talvez eu a esteja, a subestimado, contudo, isso depende de mim.
— O que você sentiu ao sair?
— Se eu te responder agora, vou precisar voltar na próxima sessão? — Sorrio intimidada pelo seu comentário ligeiro, e ela pega-me desprevenida.
Nesse exato momento quero enfiar-me em um buraco sem fim, ela sabe que conseguiu acanhar-me, pelo modo que estufa seu peito.
Então nós voltamos a caminhar, e dessa vez ela distraí-se com uma pedra que vai chutando até mais a frente, e permito-me pensar onde Jennie estaria agora se aquele acidente não tivesse acontecido, se ela ainda tivesse estável emocionalmente.
São tantos e se...
— Sim, você vai
— Então vou te deixar na curiosidade.
— Está bem — Concordo, e penso em quais sentimentos ela irá descrever na próxima sessão, será bons ou ruins? Vindo de Jennie, eu posso esperar tudo.
Quando estamos próximas ao parque (caminho de volta para sua casa), a boca de Jennie começa a tremer, juntamente a seu corpo, então ela retrai-se dentro de seu sobretudo, com os músculos ficando espremidos. Sua roupa de agasalho não foi o suficiente para a aquecer.
Como estou com dois casacos, deslizo por cima do outro, e ele escorrega até minhas mãos, fico duvidosa entre minha aproximação com Jennie, então sem pensar ou pensando, a visto com o meu casaco por cima de seus ombros cobertos com seu sobretudo, que mesmo assim parece não a esquentar; e finalmente ela para de tremer.
Conforme deixa sua postura ereta novamente, seus olhos passam pelo, o meu e Jennie ameaça em tirar meu casaco de suas costas, contudo eu a paro e mantenho o pano grosso a aquecendo.
— Pode usar, estou com outro.
— Depois vou lavar e...
— Não precisa, fique com ele. Ele ficou melhor em você do que em mim — Assim que concluo minha frase, ela esconde-se entre a gola do casaco, e só precisamos andar alguns passos para chegarmos a seu apartamento, onde me despeço com um aceno, e seguimos rumos diferentes.
Que minha frieza
não te assuste,
porque pareço gelo,
mas derreto nas mãos certas.Espero que saiba
que as tuas
me fazem
ferver.
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O Que Tem Por Trás Da Chuva? - Chaennie
Fiksi PenggemarApós uma ocasião desastrosa na vida de uma ex-psicóloga. Jennie desenvolveu Pluviofobia, um medo recorrente da chuva, trancando-se em casa nos dias chuvosos. E também foi diagnosticada em um quadro de depressão. Dentre isso, ela se vê deprimida em u...