VII

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Contagem regressiva pras coisas boas chegarem kkkkk (eu juro que to sofrendo aqui e não é drama!)

Existe algum tempo limite para curar um coração partido? Harry não sabia responder essa questão porque, se dependesse dele e do quão triste estava se sentindo, não sairia da cama pelos próximos meses, mas ele não estava com a vida ganha, não tinha alguém para bancá-lo, então, após alguns dias mergulhado em autopiedade e lágrimas, ele se obrigou a levantar.

Precisava justificar suas faltas na faculdade junto com as provas que perdeu, isso sem contar a necessidade de arrumar seu apartamento, que estava um caos desde a partida de Louis, mas ele sabia que não adiantava se cobrar desesperadamente, o baque havia sido mesmo pesado então Harry precisava ter empatia com ele mesmo porque ninguém mais teria.

Optou por começar arrumando sua cozinha, assim ele poderia também fazer algum almoço decente, já que ficou basicamente a base de água e dos restos do que Louis havia comprado. Mesmo que seu apetite não fosse dos mais fortes, ele se sentia um pouco tonto então se obrigaria a comer querendo ou não.

Com certeza escolher carne de refeição não tinha sido sua melhor ideia, assim que ele encarou o pedaço de bife para temperar já se sentiu esquisito e a esquisitisse se tornou um forte enjoo quando começou a fritar o alimento, sendo rápido em desligar o fogo e jogar o bife no lixo antes de correr para o banheiro e vomitar até mesmo o que não tinha em seu estomago.

A carne não estava estragada, Harry tinha certeza absoluta disso, mas era de se esperar que fizesse mal a ele considerando a forma precária que havia se alimentado nos últimos dias.

Levou um certo tempo para ele criar coragem de se afastar da privada e, quando enfim conseguiu, abriu todas as janelas do apartamento para tentar dissipar o cheiro de fritura que havia impregnado o local.

Na verdade ele queria se lavar também porque tinha a sensação pegajosa daquele cheiro grudado em sua pele e cabelo, mas preferiu terminar de arrumar a casa antes, arriscando comer algumas das poucas frutas que ainda tinha em sua geladeira junto de um copo imenso de água extremamente gelada, algo que pareceu acalmar a revolta dentro de seu corpo.

Ele ignorou com veemência sua cama porque, por mais que tentasse ignorar essa realidade, sabia que precisava tirar a roupa de cama para lavar, mas seus lençóis ainda cheiravam perfeitamente a Louis e ele simplesmente não conseguia dar um fim nisso e, depois de arrumar tudo e tomar um bom banho, aceitou em seu coração que não seria capaz de tomar essa atitude.

Vendo seu apartamento completamente arrumado, exceto por sua cama, Harry teve a sensação esquisita de que o espaço era grande e perigoso demais, algo que não fazia o menor sentido porque tudo o que seu apartamento não era, era grande, por Deus, sua cozinha era dividida por uma bancada da minúscula sala/ quarto — como o local era todo aberto, ele fez uma pequena parte com pufes e um confortável sofá de dois lugares mais próximo da cozinha e lavanderia enquanto sua cama ficava mais afastada, próxima do banheiro e do closet — aquilo não era grande de forma alguma! Mas seu lado racional não era mais forte que seu instinto que praticamente implorava para que ele buscasse um local seguro para ficar e isso fez com que seus olhos enchessem de lágrimas.

Ele queria se deitar em sua cama e se afogar no cheiro de Louis impregnado nos lençóis ao mesmo tempo que queria se esconder de algo que ele não entendia o que era, mas seu Lobo interior parecia desesperado então ele também estava. A única coisa que conseguiu pensar foi em entrar em seu closet, tirando as poucas coisas que ocupavam a parte de baixo do local e pegar o mais rápido possível seus travesseiros, lençol e coberta para improvisar um ninho ali, relaxando apenas quando fechou a porta do local e se cobriu até a cabeça, cercado pelo cheiro de Louis.

O Desejo Tem Teu Cheiro [L.S]Onde histórias criam vida. Descubra agora