O Mal Enraizado

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No castelo de uma terra distante, em uma montanha acima das nuvens negras como um tempo nublado, residia um castelo escuro como a noite como se fosse feito de obsidiana, mas em simultaneamente tão transparente como vidro, apesar disso não era possível enxergar o seu interior por conta da escuridão que rondava o mesmo. Sentada em um belo trono, aquela conhecida como a irmã de Deus já havia ordenado para uma de suas calamidades mais poderosas ir até os seus aposentos; Shinobu, a rainha dos venenos que para salvar seus amigos mergulhou no caminho das trevas.

- Shinobu, é ótimo ver você. - Disse Amara através de um pequeno sorriso.

- Preciso que realize algo para mim. - Ela se levantou do seu trono e caminhou até a garota.

- Você é nossa mais nova integrante e também uma das mais poderosas, praticamente ninguém conhece o seu rosto, o que faz de você uma das nossas melhores apostas. Shinobu, você ficou sabendo sobre uma arma lendária que pode ser capaz de me derrotar? Bom, em dois dias acontecerá um torneio por essa arma, eu preciso que você participe e que me entregue, não posso deixar que ela caia em mãos erradas, entendeu? - Amara após tocar suavemente nos cabelos lindos de Shinobu, com um sorriso satisfeito no rosto ela voltou para seu trono.

- Você pode partir hoje mesmo, já escrevi uma carta com todos os detalhes que você precisará saber, deixei na bancada do seu quarto, se arrume e vá o mais rápido que puder e tome cuidado; mesmo que eu tenha enviado outros pequenos servos para o torneio, você é a verdadeira chave para garantir a vitória, pequena Shinobu.

Enquanto as trevas lentamente se espalhavam pela cidade, Anne que havia tido a confiança de seus companheiros depositada em si, caminhava entre os corredores de mármore, cada centímetro do lugar era limpo, haviam enormes quadros na parede que se mexiam como se estivessem vivos, os olhos de cada um encaravam a loira a medida que ela caminhava; enquanto buscava respostas, Anne sabia que um dia inteiro havia se passado desde sua última conversa com a Madre, poderia seus companheiros terem encontrado algo para lhes ajudar na batalha que estava por vim? Imersa em seus pensamentos, Anne em algum momento chegou em frente a uma enorme porta de madeira, dessa vez com um desenho esculpido a mão de dois anjos que tentavam segurar uma enorme espada; ela não sabia o significado disso, mas uma coisa era fato, seus sentidos estavam em total alerta, era como se uma sede de sangue descontrolada estivesse do outro lado da porta fazendo com que mesma Anne sendo extremamente poderosa pudesse pela primeira vez, sentir medo. Como um choque de coragem que percorreu todo o seu corpo, ela empurrou a porta.

O quarto estava escuro, era difícil distinguir o cenário, mas a medida que os olhos de Anne se acostumavam com a escuridão ela pôde ver nitidamente o corpo de uma mulher pendurado pelas mãos com um crucifixo dourado, sangue escorria através de um enorme buraco em seu peito e as gotas se espalhavam pelo chão, estava pálido e frio, provavelmente havia sido assassinado na noite anterior; um arrepio percorreu a espinha da Suporte quando ao se aproximar percebeu que aquela pessoa era a Madre Teresa, a informante e aquela que havia abrigado os jovens no convento; a sensação de frio na barriga penetrou diretamente seu coração ao ouvir passos nos longos corredores que davam acesso ao quarto.

Do outro lado do convento estava Orfeu, o rapaz havia decidido pedir informações as freiras do local, mas todas simplesmente o ignoravam e ele não sabia o motivo até finalmente se encontrar com Maria, a morena que outrora havia lhe escoltado. - Não adianta falar com elas. Fizeram um voto de silêncio até que a transformação seja feita... - Orfeu poderia não entender o que ela estava falando, mas a morena prosseguiu. - Mas, respondendo sua pergunta, os únicos livros que você encontrará aqui serão úteis apenas aos nossos guerreiros e iluminados, você não poderá lê-los e recomendo que nem tente, não aconteceu nada muito agradável quando tentaram isso. - Ela soltou um pequeno sorriso antes de se virar. - Sinto muito, tem algo que preciso fazer agora, vá conhecer um pouco a cidade, ficar aqui dentro pode não te fazer muito bem. - Dito isso, Maria desapareceu nos corredores do convento, deixando Orfeu completamente sozinho em um lugar tão vazio que se ele falasse sua voz criaria eco; mesmo sua tentativa falha de fazer algo se provou útil, diferente da do seu companheiro Kronos, que desde o dia anterior não havia saído do seu quarto, dormindo invés de fazer algo.

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