Anne e Orfeu, aventureiros designados a ajudar aquela cidade perdida, estavam agora no chão, cercados e condenados por um crime que não cometeram. Anne, a suporte mais forte de Arcádia, estava incrédula com o que estava acontecendo, ela que havia presenciado o assassinato da Madre.
— Presos? — Disse simultaneamente Anne e Orfeu, sem acreditar no que havia acontecido.
Os olhos de Anne estavam tão arregalados que não se podia dizer se ela ainda estava nesse plano, talvez aquilo fosse algum tipo de brincadeira, pensava. Orfeu, por outro lado, parecia estar bem mais instável que Anne, era como se todo seu corpo estivesse vibrando.
— Somos chamados para ajudar e somos presos por um crime que não cometemos? – Dizia Anne, indignada, em alto e bom-tom, enquanto uma das freiras prendia o seu pulso com a algema.
— Se você consegue tremer de indignação a cada vez que se comete uma injustiça no mundo, então somos companheiros.
— Eu disse, silêncio! Exceto caso queiram ser executados mais cedo. — As palavras viriam de uma freira alta, com músculos bem definidos, sua pele era morena e seus cabelos longos e castanhos.
Orfeu não estava mais se controlando, seu corpo tremia de raiva e seu olhar para sua invocação Anne era assustador quase a forçando a entrar em sua dimensão, entretanto Anne preferiu recusar a oferta do seu mestre e se manteve a mercê. O rapaz é imobilizado e tem as algemas colocadas em seu pulso, enquanto estava no chão Orfeu com o mais puro ódio olhava para Maria.
— Maria, que aura é essa que lhe ronda? — Por um segundo as freiras pareciam olhar para sua líder, entretanto logo se voltam para Orfeu.
— Do que você está falando? — Falou Maria através de um pequeno sorriso para Orfeu.
— Levem-no para a masmorra. — Disse Maria.
Dito isso, uma das freiras segurou Anne e Orfeu pela gola da blusa, os levantando do chão, escoltados por duas cada um, disseram.
— Vamos, andando. — A expressão de fúria era evidente principalmente para Orfeu.
Ao chegar nas masmorras que mais parecia uma prisão medieval Anne foi jogada em uma sela e presa, naquele lugar havia uma pessoa, ela estava tão magra como se houvesse passado semanas sem comer. A garota possuía cabelos negros e curtos, era alta e ostentava tatuagens por todo o seu corpo, sua pele era pálida como a de Anne, mas estava cheia de hematomas por todos os locais.
— Seja bem-vinda ao inferno. — Exclamou.
Enquanto isso, Orfeu que era o mais rebelde teve um destino diferente, na frente da sela de Anne na parede mais distante ele foi pendurado pelas mãos o deixando como um Touro abatido em exposição.
— Matar nossa Madre, acusar nossa mestra e ainda se manter com essa expressão de raiva? — Disse uma das freiras, antes que Orfeu pudesse falar algo ele é recebido com um soco forte no estômago que o faz querer vomitar tudo o que ele havia comido.
— Você deverá ser disciplinado. — A segunda freira contemplou Orfeu com um soco no rosto que o fez virar o mesmo com o impacto.
As freiras que haviam escoltado Anne também começam a se reunir em volta de Orfeu, eram quatro pessoas simultaneamente espancando seu companheiro diante os olhos de Anne. Nesse momento qualquer tentativa de fuga ou ajuda era fútil, as algemas selavam todas suas habilidades, inventário, atributos, etc. Anne e Orfeu agora eram como simples pessoas normais e tudo o que Anne pode fazer era ver seu mestre ser espancado a medida que o som de gritos e impactos ecoava no silêncio da masmorra mais profunda.
Foi minutos que mais pareceram horas, Orfeu havia levado diversos socos, chutes, inúmeras chicotadas e até mesmo golpeado com um pedaço de madeira, o jovem estava em uma situação tão precária que mal conseguia formular uma palavra, seu corpo todo não se movia, seu braço e sua perna haviam sido quebrados e algumas costelas fraturadas quando ele foi jogado na prisão junto de Anne e da garota desconhecido como se fosse um pedaço de lixo.
— Espero que apodreça aí. — Uma das freiras cuspiu no rosto do rapaz caído no chão.
Anne, por outro lado, havia tido um tratamento completamente diferente, talvez por não ter reagido ou direcionado tanto ódio como Orfeu ou por algum motivo que ela desconhecia, mas logo lhe seria revelado.
Enquanto isso, nos pisos superiores era realizado o funeral da Madre Teresa. Maria, se sentava na antiga sala da Madre de forma completamente privada das demais freiras, exceto por uma única que se mantinha ao seu lado.
— Ao grande senhor da luz! — Disse Maria.
— O sacrifício deverá ser feito hoje à noite antes do torneio começar. — Ao lado de Maria estava a freira que guardava a entrada do convento, usando uma faixa que selava sua visão, seu rosto e objetivos eram um enigma.
— Devemos começar agora, Maria. O ritual do sacrifício da chave. — Continuou.
— Sim, vamos... Francine... — Disse Maria Antes da dupla começar a caminhar em direção a masmorra do convento.
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O caminho da luz
AdventureConta a história de aventureiros que batalham para alcançar a arma lendária "utopia" a única arma capaz de parar a escuridão que assola o mundo!