Antônio
19 anos depois
- Antônio, você tem que entender que não importa o que os outros pensam, você é e sempre será um Manginello. - Zoey afirma. - Você pode não ter o mesmo sangue, mas foi escolhido para ser um deles. O coração bondoso e a honra é mesma. Tenho certeza que seus pais e o Don têm muito orgulho de você. Então, não vale a pena ouvir o que as pessoas falam, garanto que muitos gostariam de estar no seu lugar e o invejam.
- Eu entendo, Zoey, mas ainda assim me sinto inseguro. Na máfia é tudo sobre o sangue e hereditariedade. Eu nem pude ser o subchefe, simplesmente por ser adotado e sinto que me deram esse posto se consigliere como um prêmio de consolação. - solto um suspiro cansado. - Acho que Luca e meu irmão fazem um trabalho incrível e amo o meu cargo, não me entenda mal, porém sinto que fico meio jogado de lado.
- Pela sua família?
- Não, muito pelo contrário, meus pais sempre tratam meus irmãos e eu de maneira igual, sem distinção. Eu falo da Organização no geral, me sinto deslocado e não queria trazer essa pauta, mas acho que tem algo relacionado a minha cor de pele.
- Acha que é desvalorizado pela Família por ser negro?
- Infelizmente sim, porque isso só evidencia que não tenho o sangue deles.
- Antônio, agora que estamos no final da consulta, reflita sobre algo. A sua família te trata bem, com respeito e te ama incondicionalmente, seus amigos idem. Infelizmente para ser aceito pela Organização, você precisa ganhar o respeito deles. O certo seria eles te aceitarem de qualquer forma, mas são preconceituosos. Então o que você pode fazer é não abaixar a cabeça pra ninguém, ter pulso firme, mostrar sua liderança e claro, não permitir nenhum desrespeito. - ela retira seu óculos. - Mostre para o mundo que você é Antônio Manginello, muito mais do que aquele garoto que fugiu da Resistência. Você é o consigliere da máfia italiana e não deixe ninguém te dizer que é menos que isso.
- Vou pensar sobre. Obrigado, Zoey.
- Imagina, é o meu trabalho. - ela escreve algo em sua agenda e diz. - Semana que vem mesmo horário?
- Isso mesmo. Muito obrigado. Já te disse que você é incrível? - beijo a testa da japonesa.
- Você pode dizer sempre, é bom para minha autoestima. - ela sorri. - Até mais, Toni.
Saio de seu escritório e vou para minha casa. Mamãe vai fazer um jantar para a futura noiva do meu irmão mais velho, Leo.
Eu fui adotado aos oito anos de idade, eu nasci no Senegal, mas fugi com minha prima para os Estados Unidos. Não vivíamos em boas condições, nossos pais para nos proteger nos colocaram em um navio e clandestinamente viemos para cá. Fomos encontrados por um homem que acreditava que era meu salvador, porém com o tempo ele foi se mostrando alguém muito ruim. Fugi de lá, mas Sam, minha prima, que já tinham feito lavagem cerebral nela, acabou ficando.
Os Manginello me encontraram e me adotaram. Pude conhecer o que é o amor de verdade, uma família de verdade, mas mesmo assim senti necessidade de fazer terapia. Comecei com quinze e até hoje sinto necessidade de fazer as sessões.
Zoey é minha psicóloga há quatro anos. Meu amigo me indicou ela e gostei muito das consultas. Apesar de termos uma relação boa, acredito que psicólogos não devam ter relações pessoais com seus pacientes, então não passamos disso.
Estou a caminho da minha casa quando recebo uma mensagem de um amigo, Logan*.
Vai no clube hoje? Rebecca vai.
Hoje não posso, tenho um jantar em família. Vamos deixar para próxima.
Frequento um clube de BDSM há um tempo já. Quando comecei a ter uma vida sexual ativa, percebi que algo faltava no sexo, precisava incrementar. Então conheci Logan na Lussuria Rossa que me convidou a ir nesse clube um pouco diferente, o nome é Dark Submission. Eu não tenho submissas e nem me considero dominador como ele. Estou mais para uma pessoa que tem fetiche em dominar no sexo, porque dominador é algo muito mais complexo, é um estilo de vida. Eu já gosto de usar uns brinquedos, uns acessórios fetichistas, dar uns tapas.
Rebecca é uma advogada que conheci nessas casas nortunas e acabamos ficando algumas vezes, porém não é nada sério. Nos damos bem na cama e é isso, ela gosta de ser dominada e eu de dominar, nada mais. Além dela, fico com outras mulheres, mas também não é nenhum relacionamento sério.
Não que eu não queira me apaixonar, penso em namorar, casar e formar uma família um dia. No entanto, não encontrei a mulher certa e acho que será difícil encontrar alguém que aceite minhas preferências no sexo. Então prefiro continuar com minhas fodas sem compromisso.
Eu gosto de transar e tenho uma vida sexual bem ativa, não me importo que me chamem de cafajeste ou mulherengo. Sou solteiro e livre, sempre deixo claro para as minhas parceiras que não estou em busca de um relacionamento sério no momento e só quero sexo.
Acabo chegando em casa nesse meio tempo, me despeço do motorista e vou em busca dos meus pais.
*Nota da Autora:
Logan vai ser o protagonista de um dos livros da próxima série que vou escrever.
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Seja Minha - Série Irmãos Manginello (Livro 4) / CONCLUÍDO
RomanceAntônio Manginello é o consigliere da máfia de Chicago. Por fora é um homem extremamente sedutor e cavalheiro, mas por dentro sofre com inseguranças e traumas do passado. Tudo muda quando conhece a jovem, Lena Beqiri. Filha do chefe da máfia rival...