Capítulo 15

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Lena

Não lembro com o que sonhei, mas sei que foi muito bom, pois acordo me sentindo leve e disposta. Antônio não está na cama, o que já é de costume, ele acorda muito mais cedo que eu. Sei que não está em casa, então desço para comer algo. Ele havia me dito ontem que iria se consultar com Zoey hoje cedo, depois teria um compromisso rápido e voltaria para casa para almoçar comigo, nem sempre ele pode.

Decido fazer uma comida para nós. Adoro cozinhar, mas não faço isso há muito tempo. Tive que aprender por necessidade ou passava fome. Nora nem sempre podia me dar algo para comer, então tive que me virar. Falando nela, não há um dia em que não sinta falta dela, penso sempre no seu carinho por mim e o quanto ela foi importante na minha vida. Posso até soar repetitiva quando falo dela, mas não posso evitar, a saudade é grande. O que me conforta é saber que nem ela e nem Enver estão nas mãos daquele homem.

Não me lembro da minha mãe direito, sei que ela era uma das amantes preferidas do meu pai, antes de Nadja. Tinha cabelo loiro como o meu e os mesmos olhos azuis. Seus pais eram fazendeiros, mas foram mortos por Kanun e seus homens. Meu pai sequestrou minha mãe e a colocou no porão junto com as outras. Dizem que ele ficou tão encantado por ela que a levava pro seu escritório apenas para ficar observando sua beleza, enquanto trabalhava. Ela tinha apenas dezesseis anos. Kanun a matou assim que nasci, porque suspeitava que Drita, minha mãe, tinha traído ele com um de seus soldados.

Nora me contou que isso é mentira, Drita nunca o trairia, ela presava por sua vida. Além disso, me falava direto que minha mãe me amava muito e que faria qualquer coisa por mim. Drita queria que fugíssemos juntas para ter uma vida melhor, porém nunca conseguiu. Kanun foi mais rápido e descobriu o plano, proibiu minha mãe de sair do quarto dela. Depois a matou, eu tinha 2 anos apenas. Nora foi como uma segunda mãe para mim, ela sempre esteve presente em todos os momentos. Quando falei pela primeira vez, ou quando andei, ou quando aprendi a escrever.

Balanço a cabeça para afastar esses pensamentos saudosos e começo a separar os ingredientes para cozinhar. Vejo que têm todos os quais preciso para fazer um tasqepab, uma das minhas comidas albanesas favoritas. Prendo meus cabelos num coque alto e coloco a mão na massa.

- O que achou? - olho para Toni que experimenta minha comida

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- O que achou? - olho para Toni que experimenta minha comida. Fiz arroz e legumes para acompanhar o ensopado de carne. Ele quando coloca na boca, solta gemido apreciativo e minha apreensão passa.

- Maravilhoso. - ele limpa a boca e me dá um selinho.

Essas semanas convivendo juntos tem sido uma experiência tão diferente do que já vivi na minha vida. Dormimos juntos todos os dias e fazemos outras coisas juntos que nunca pensei que faria com alguém, como tomar banho ou dividir comida. Nem preciso falar do sexo, sempre é sensacional.

- Você vai comigo amanhã no clube, não é?

Ele me convidou para irmos na famosa Lussuria Rossa para eu finalmente a conhecer em funcionamento. Daqui a alguns meses vai acontecer um baile de inverno que Toni também me convidou, será uma espécie de evento beneficente organizado pela empresa de Leonardo e Paolo, o irmão do meio. Combinei com as meninas, Giovanna, a caçula dos Manginello, e Marina, de comprarmos nossos vestidos com a estilista que fez o vestido de casamento dela e também o enxoval para o bebê. Marina descobriu que estava grávida na lua de mel, está de um mês.

- Claro que sim. Enver me ajudou a escolher a roupa de amanhã e por incrível que pareça ele tem muito bom gosto. - seu rosto se torna carrancudo. Ele não gosta do meu amigo por saber que eu tinha uma paixonite nele. Entendo seus ciúmes, porque eu tinha da Zoey também, mas hoje vejo que é um relacionamento estritamente profissional e ela é casada há dez anos também. - Não precisa ter ciúmes dele, Toni. Somos um do outro, lembra? E Enver é apenas um amigo.

- Verdade, minha loira, mas não consigo evitar não sentir ciúmes. Esse é meu jeito. - ele me puxa para o seu colo e eu sento de lado. - Você é minha, Lena Beqiri. - segura meu rosto e me beija com tanto vigor que fico sem ar.

Seja Minha - Série Irmãos Manginello (Livro 4) / CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora