Capítulo 4

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Antônio

Dia Seguinte

- Então ela se ajoelhou e implorou? - Zoey pergunta.

- Sim, eu fiquei me sentindo muito mal. Eu sei que magoei ela, mas sempre deixei claro que não queria nada sério. Ela me ligou cinco vezes hoje de manhã, não sei o que fazer. Devo falar com ela?

- Não, Antônio. Provavelmente, Rebecca foi muito machucada na vida, isso que ela tem se chama carência afetiva. Se desenvolve normalmente na infância da pessoa, pois nós reproduzimos o afeto que recebemos quando somos crianças. Provavelmente o pai ou a mãe a negligenciaram. Vou te fazer umas perguntas e você responde sim ou não, ok? - confirmo com a cabeça. - Ela já demonstrou ser submissa além do sexo?

- Sim.

- Ela é muito ciumenta? - penso bem e me lembro de cenas em que ela se incomodava quando me via com outras mulheres no clube e começava uma discussão.

- Sim, um pouco.

- Ela gosta de chamar atenção? - e assim por diante ela vai me fazendo perguntas, e eu confirmo todas elas. - Então, todas essas características são de uma pessoa que possui carência afetiva. Claro que é necessário fazer uma avaliação mais densa e consultar a pessoa para ter certeza, mas mesmo assim conseguimos supor.

- E o que posso fazer pra ajudá-la?

- Só indicando uma psicóloga pra ela. Esse é um problema da Rebecca com ela mesma, e ela só pode se curar buscando ajuda e tratamento.

Termino a consulta com Zoey e vou para minha casa, me surpreendo quando vejo uma pequena comoção na sala

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Termino a consulta com Zoey e vou para minha casa, me surpreendo quando vejo uma pequena comoção na sala. Minha mãe anda de um lado pro outro e os sogros de Leo estão aqui também preocupados.

- O que está acontecendo, mamma? - ela olha pra mim e vem me abraçar. Dou um beijo em sua testa.

- Meu filho, Leonardo e Marina sumiram. Depois da festa de noivado ninguém mais os viu. Paolo foi ver no apartamento dele.

- Calma, ele deve estar lá com ela, mãe.

- Deus te ouça.

Vou para cozinha pegar um suco e aproveito para comer algo também. Faço um sanduíche e como junto com o suco de laranja. Danilo, meu irmão mais novo aparece.

- Como está a faculdade? - pergunto a ele. Danilo começou a faculdade tardiamente, porque ele não tinha ideia do que fazer e agora descobriu sua paixão por futebol americano, ele ainda é reserva, mas está louco para ser tornar capitão do time. Meu irmão está se dedicando dia após dia e quem sabe não concorre a um draft e entra em um time da NFL.

- Bem, no treino de sexta me colocaram como titular e eu joguei muito bem. Talvez agora eu fique nessa posição.

- Tomara, fratello. - bato de leve em seu ombro e vamos para sala.

No fim das contas, Leo e Marina chegaram. Os dois dormiram juntos e eu já imaginava isso. Eu sentia a atração entre eles de longe, uma hora ou outra ia explodir. Meus pais ficaram um tanto chateados, mas não puderam negar que fizeram a mesma coisa no passado.

Me despeço de todos já tarde e decido ir no clube de BDSM. Estou precisando relaxar e encontrar outras parceiras, já que terminei tudo com Rebecca. Inclusive ela anda me procurando e me ligando. Não entendo como alguém pode fazer isso, já deixei claro que não quero mais nada com ela e a mulher insiste, chega a dar um pouco de pena. E tenho certeza que não sou o primeiro que ela faz isso.

Vejo as gotas de chuva caindo na janela do carro, decido colocar uma música, Smokin Out The Window do Bruno Mars. Sigo pelas ruas vazias de Chicago, já está bem tarde, eu diria umas dez horas da noite. Paro no sinal vermelho e aguardo, quando vou avançar no sinal verde uma mulher loira aparece do nada e quase a atropelo. Freio bruscamente e vejo que ela se assustou, como a rua está vazia, saio do carro e vou em sua direção.

- Você está bem? - pergunto. Quando ela levanta o olhar, vejo uma fada. Sua beleza é tão grande que parece um ser místico. Já vi seu rosto em algum lugar, mas não estou reconhecendo. Nos encaramos por muito tempo e percebo que estamos vidrados um no outro.

- Sim. - ela diz baixinho e percebo um sotaque, ela deve ser da Europa. - Des... desculpe.

- Sem problema. - vejo que ela usa roupas completamente inadequadas para o frio. Está de calça jeans, tênis e uma blusa simples. Seus cabelos estão molhados e sua roupa também. - Você quer uma carona? Posso ajudar você de alguma forma?

- Você poderia me informar onde fica a boate Lussuria Rossa? Estou um pouco perdida.

- Eu posso te levar, conheço muito bem esse local.

- Não é por nada, mas não confio em estranhos.

- Você está certa e não deve confiar. Mas fica tranquila, eu sou um dos donos desse local, olha. - pego meu celular que mostra uma notícia minha e dos meus irmãos a respeito do clube. Mostro pra ela. - Sou Antônio Manginello.

- Você poderia me ajudar, então? Sou Lena Beqiri. - quando ela diz isso a ficha cai. Estou com a filha de Kanun na minha frente.

Seja Minha - Série Irmãos Manginello (Livro 4) / CONCLUÍDOOnde histórias criam vida. Descubra agora