Epílogo - Três.

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Zack

A casa estava toda silenciosa naquele horário da manhã. O cheiro de panqueca estava impregnando a cozinha, enquanto eu tentava preparar o café da manhã. Mas eu não tinha talento algum para fazer comida, isso era um fato.

—O que achou? —Olhei para Charlote, vendo ela pegar um pedaço da panqueca com os dedinhos pequenos e enfiar na boca, fazendo uma careta. Soltei uma risada vendo ela olhar pra mim e rir. —Eu sei, papai não cozinha igual o tio Collin, não é? Nem igual a mamãe.

Peguei ela no colo, vendo ela pegar outro pedaço da panqueca e enfiar na boca, mesmo não estando tão bom. Ela encostou a cabeça no meu ombro, mastigando com cuidado enquanto observava o pedaço de panqueca na sua mão com muita curiosidade. Isso me fez sorrir e deixar um beijo no topo da sua cabeça.

—O que acha de irmos acordar a mamãe? —Questionei baixinho, parando tudo que estava fazendo e desligando o fogão.

—Mamãe dorminhoca. —Murmurou, enquanto subíamos as escadas.

—É, a mamãe dorminhoca. Vamos acorda-la com milhares de beijos. —Falei, com Charlote balançando a cabeça que sim.

Abri a porta do quarto devagar, vendo o pequeno montinho sobre a cama, que era a perfeita silhueta de Bia dormindo. Snow estava deitado na ponta, como uma bolinha branca de pelos. Charlote estendeu as mãos na direção de Bia quando a viu, me fazendo sorrir e ficar com o coração acelerado. Era incrível como ela se parecia com a mãe. Era exatamente como eu imaginava. Mais do que perfeita.

—Vai lá acordar a mamãe. —Dei um beijo na bochecha dela, soltando-a na cama, ao lado de Snow. Charlote engatinhou até Bia, abraçando ela de um jeito engraçado é fofo, antes de deixar beijos estrelados no rosto dela.

—Ei! —Bia soltou uma risada, agarrando Charlote e a apertando em um abraço, enquanto a enchia de beijos no rosto, fazendo a pequena gargalhar. —O que você e o seu pai estão aprontando, hein?

—Panqueca. —Charlote revelou, enquanto Bia erguia os olhos até mim, com um sorriso muito grande nos lábios.

—E estavam boas? —Questionou, e Charlote não hesitou em balançar a cabeça negativamente. Bia soltou uma risada, enquanto eu subia na cama e me deitava ao lado das duas.

—Meus dotes culinários não estão a altura dessa princesinha. —Falei, fazendo cócegas na barriga dela, ouvindo sua risada preencher todo o quarto.

—Preciso descer até lá e salvar o café da manhã? —Bia indagou, enquanto Charlote se afastava de nós dois para ir até Snow na ponta da cama.

—Não, juro que está tudo sobre controle. —Afirmei, fazendo ela rir. —Como está o pequeno Mason?

—Chutando muito e me deixando cada vez mais ansiosa. —Bia puxou a coberta, deixando que eu tocasse sua barriga, que estava super grande já que ela podia dar a luz a qualquer momento.

—Ei, cara, você precisa deixar a mamãe dormir um pouco mais. —Falei, erguendo a camiseta do pijama dela para beijar a linda barriga de grávida. —Eu sei, também estamos ansiosos pra te conhecer.

—Olha só! —Bia sorriu, colocando a mão sobre a minha quando ele chutou de novo, fazendo meu coração disparar. —Ele já conhece a sua voz, de tanto que você fala com ele.

—Será que ele sabe o quanto eu já o amo também, linda? Assim como amo a mamãe e a irmãzinha dele? —Olhei pra ela, vendo seus olhos todos derretidos pra mim, antes de me puxar e juntar nossos lábios.

Não importava quantas vezes eu sentisse ele chutando, ou recebesse aquele olhar derretido de Bia, essas coisas sempre faziam meu coração disparar. Assim como olhar pra Charlote todos os dias e saber que ela é nossa filha. Uma coisinha nossa.

—Sabe o que eu estava pensando? —Falei, enquanto deixava alguns selinhos nos lábios de Bia. —Charlote é todinha você. Então tenho certeza que Mason vai ser uma mini versão de mim. O que significa que ele vai ser tão gato quanto o pai dele.

—Zack! —Exclamou, soltando uma risada alta, enquanto suas bochechas ficavam ficavam coradas. —Só você pra dizer essas coisas.

—Vai dizer que não sou lindo? —Apontei para o meu rosto. —Você é apaixonada pelas minhas covinhas que eu sei, linda. Apaixonada desde aquela época que eu grudava chicletes nos seus cabelos.

—Eu sou mesmo. Elas são fofas. —Bia apertou minhas bochechas, ainda rindo. —Sou apaixonada por tudo em você. Mas naquela época que queria te matar. As vezes eu ainda quero.

—Pode me matar. —Toquei na ponta do nariz dela. —Mas me enchendo de beijos e ficando abraçava comigo.

Ela riu de novo, me dando um beijo que foi rápido e acabou cedo demais, porque Charlote estava vindo pro nosso meio de novo, gargalhando ao ouvir os miados de Snow. Ela se deitou entre nós dois, ficando agarrada em Bia enquanto levava as mãozinhas até a barriga onde estava o irmão.

Olhei para Bia, sorrindo tanto que minhas bochechas doeram, porque aquilo era tudo que eu sempre quis. Bia sempre foi tudo que eu sempre quis.

—Te amo, linda. —Falei, erguendo o rosto para deixar um selinho nela.

—Eu também te amo. —Ela sorriu de volta, enquanto nós dois olhávamos para Charlote de novo.

Ergui a mão e coloquei sobre a dela, sentindo que Mason estava chutando de novo. Charlote olhou pra mim de olhos arregalados como sempre fazia quando o irmão fazia aquilo e eu me abaixei para beijar a testa dela, antes de olhar para Bia de novo, com meu coração disparado.

O que poderia ser melhor do que aquilo que tínhamos? Absolutamente nada.


Continua...

10 Maneiras de Salvar o Natal / Vol. 4Onde histórias criam vida. Descubra agora