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> Sina <

Eu e o JJ estávamos indo para a convivência, demorou um pouco, mas logo chegamos.

O Ashtray e o Fez estavam no caixa conversando.

- E aí, gente - Fez.

- E aí - murmuro

- Fiquei sabendo do que aconteceu hoje na escola - disse Fez.

- Quem te contou? - perguntou JJ

- E óbvio que foi o Ashtray, seu lerdo -  nego, rindo de sua cara.

- Lerdo é você - ele falou e me deu um tapa na cabeça.

- Faz isso de novo pra você ver se eu não te dou um tiro -  Sina.

- Você não é doida - disse JJ.

- Fala "duvido" -  Sina.

- Eu não - JJ.

- Ué, você disse que eu não sou doida. Fala "duvido" - Sina.

- Não - ele respondeu rindo nervoso. - Da última vez que você mandou eu falar isso, você me deu uma flechada no braço - disse JJ.

- Pegou trauma? - provoquei.

- Lógico - respondeu.

- Como assim? Você já deu uma flechada no braço dele? - perguntou Fezco.

- Já. Ele ficou me provocando, falando que eu ia errar a mira. Daí, eu disse que se ele não calasse a boca, eu ia mirar e atirar a flecha nele. - explico.

- Daí ele ficou duvidando, fui lá e atirei. - completo.

- Tá vendo como ela é louca? Teve a coragem de acertar a flecha no meu braço, e ainda por cima não pediu desculpa. - ele fala inconformado.

- Ah, qual é? Não seja dramático, eu mirei no canto do seu braço, não acertei pra machucar, nem doeu - reviro os olhos.

- A relação de vocês é tão cariosa - Fez fala irônico.

- Mas e aí, o que aconteceu depois da briga? -  Fezco muda de assunto

Expliquei para ele o que aconteceu e depois ficamos conversando sobre um monte de coisas.

- Fala uma música que você gosta. - Ashtray falou. Fez e JJ estavam lá fora conversando, e eu estava no caixa com Ashtray.

- O nome é "Vida Loka Parte 1", é boa. - falo.

- Coloca aí que eu quero ouvir. - pediu Ashtray.

- É em português você não vai entender nada. - comentei.

- Tanto faz, coloca logo. - disse Ashtray enquanto entregava um fone para ele e ficava com o outro (obs: era um fone sem fio) e coloquei a música.

- É legalzinha, mas não entendi nada. Ashtray.

- Vou traduzir uma parte da música para você. - disse Sina.

- Fé em Deus que ele é justo!
Ei, irmão, nunca se esqueça
Na guarda, guerreiro, levanta a cabeça, truta
Onde estiver, seja lá como for
Tenha fé, porque até no lixão nasce flor
Ore por nós, pastor, lembra da gente
No culto dessa noite, firmão, segue quente
Admiro os crentes, dá licença aqui
Mó função, mó tabela, pô, desculpa aí
Eu me sinto às vezes meio pá, inseguro
Que nem um vira-lata, sem fé no futuro
Vem alguém lá, quem é quem, quem será meu bom
Dá meu brinquedo de furar moletom!
Porque os bico que me vê, com os truta na balada
Tenta ver, quer saber, de mim não vê nada
Porque a confiança é uma mulher ingrata
Que te beija e te abraça, te rouba e te mata - traduzido pra ele

- Sina, vamos embora, vai ter jogo na escola, e o Ares vai participar - JJ fala me puxando pra fora da conveniência

                                    [...]

Fomos para a escola para ver o jogo e chegamos atrasados, pois o jogo já tinha começado, mas não fazia muito tempo, então estava tranquilo. Sentamos na arquibancada e começamos a assistir ao jogo. Passou um tempo e o jogo já estava acabando, e quem ganhou foi o time do Ares. Eu e o JJ descemos para falar com ele.

- Você jogou muito bem - elogio.

- Valeu, o pessoal vai sair para comemorar a vitória, vocês querem vir junto? - convidou Ares.

- Eu quero - disse JJ.

- Não, obrigada. Eu vou para casa - respondi, já que não iria para um lugar onde só tem homens.

- Tudo bem então - disse Ares.

- Já vou indo, tchau - me despedi.

- Tchau, tome cuidado, qualquer coisa me liga - Ares.

                                    [...]

Fui para casa e, chegando lá, fui direto para o meu quarto. Peguei meu caderno de desenho, sentei na cama e comecei a desenhar. Estava com fome, então desci e fui até a cozinha. Estava procurando algo para comer e achei um bolo de morango com chocolate. Coloquei-o em cima da mesa e, na hora em que eu ia partir o bolo, um dos homens que trabalha para o meu pai entrou na cozinha, puxando o Ashtray pelo braço.

- Desculpa atrapalhar, mas você conhece esse menino? - o homem pergunta.

- Conheço, pode soltá-lo - Sina.

O homem solta Ashtray e vai embora.

- Deveria ter dito que não te conheço, assim eles iriam te matar - falo enquanto corto um pedaço de bolo.

- O que você veio fazer aqui? - questiono.

- Vim te entregar o seu fone, você esqueceu de pegá-lo de volta - ele diz, colocando o fone em cima da mesa.

- Obrigado, era só isso? Porque se for, você já pode ir - Sina.

- Que falta de educação, nem oferece um pedaço de bolo, né? - comenta Ashtray.

- Você quer um pedaço de bolo? - pergunto de forma debochada.

- Já que você está oferecendo... eu quero - responde Ashtray.

- Idiota... - sussurro - deixa que eu corto para você - Sina.

- Quer alguma coisa para beber? -  Sina.

- Não, a não sei... o que que tem aí? -  Ashtray.

- Tem veneno, água sanitária, cloro... - ironizo - tem água, suco, refrigerante, cerveja  -  Falo olhando a geladeira.

- Eu quero refri - Ashtray

Cortei um pedaço para ele e me virei para entregar, mas quando me virei ele estava de costas, sentado na cadeira mexendo no meu caderno de desenhos.

Me aproximo dele e coloco o prato com o bolo na frente dele.

- Mexendo onde não deve, né? - falo ao pegar meu caderno da mão dele.

Ele virou o rosto bem na hora. Se eu tivesse ido um pouco mais para frente, teríamos nos beijado. Percebi ele olhando para minha boca e me afastei.

- O que tem de tão importante nesse caderno que eu não posso ver? - pergunta Ashtray.

- Não tem nada demais, só não quero que fiquem mexendo nele - respondo.

- Sei... - ele fala duvidando.

- É sério - afirmo.

- Eu não disse nada - Ashtray.

- Você disse "sei..." como se estivesse duvidando - aponto.

- Isso é coisa da sua cabeça - Ashtray.

- Aham, sei. - Sina.

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CAPÍTULO NÃO REVISADO

𝐍𝐚̃𝐨 𝐒𝐞𝐢 𝐂𝐨𝐦𝐨, 𝐌𝐚𝐬 𝐀𝐜𝐨𝐧𝐭𝐞𝐜𝐞𝐮 /𝐀𝐬𝐡𝐭𝐫𝐚𝐲Onde histórias criam vida. Descubra agora