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—Vocês não são obrigados a responder nada!—Disse Voronin a Artur e Andrey enquanto andavam em direção a sala do delegado —Eles não podem forçá-los a dizer algo que não queiram, por isso procurem respostas curtas e não mintam, porque policiais costumam fazer as mesmas perguntas de formas diferentes. 

—Se eu não souber como responder?—Perguntou Artur um pouco nervoso

—Se não souber ou se a verdade parecer um pouco frágil, inacreditável ou sem necessidade de ser revelada, limite-se ao silêncio e deixe o resto comigo!

—Posso ficar em silêncio o tempo inteiro?—Perguntou Andrey 

—Um bom policial não vai aceitar um silêncio total, mas pode falar apenas se ele se dirigir a você!

—Certo!

Artur anuiu em silêncio, estava nervoso, provavelmente mais nervoso que Andrey que colocou um belo terno cinza da Armani, uma camisa preta da Gucci e um óculos de sol da Prada, ele se perguntou o motivo do irmão estar tão arrumado, provavelmente queria explorar a ideia de "Rico demais para matar alguém ou se envolver em problemas". Enquanto ele, estava pateticamente aterrorizado usando uma calça jeans e uma polo da Tommy. Todo o caminho pelo corredor até a sala de luz brancas com persianas na janela foi insuportável, as dicas de Voronin o deixaram ainda mais desesperado, não saber o que esperar o trazia uma ansiedade mortal e ele só queria sair dali o mais rápido possível.

—Bom dia!

Andrey apertou a mão de Artióm e sorriu educadamente, Artur fez o mesmo mas não conseguiu sorrir

—Acho que não havia necessidade de chamar os meus clientes a delegacia, visto que Nadia invadiu uma propriedade privada!

Artur olhou para o delegado que apontou para as cadeiras—Por favor...

Doutor Voronin sentou-se e tanto Artur quanto Andrey fizeram o mesmo

—A casa não foi invadida, a senhorita Nadia tem as chaves!—Afirmou o delegado

—Não foi bem assim!—Disse Artur, recebendo um olhar firme do advogado a sua direita, o homem chegou a encostar o ombro no dele como se pedisse para não indagar

—Vou deixar que me conte!—Disse ao sentar—Por que você e seu irmão a ameaçaram?

—Foi o que ela disse?—Artur questionou com a voz um tanto alterada—Eu não ameacei ninguém, ela estava no escritório do meu pai bisbilhotando, procurando por algo que não a pertencia!

—Ok, então o que ela queria por lá?—Indagou, olhando para Andrey

Artur olhou para o advogado sem saber o que dizer, enquanto Andrey respirou fundo e preguiçosamente perguntou —Como podemos saber?

—O que ela procurava?—O delegado questionou olhando diretamente para Artur

—Pergunte a ela!—Artur respondeu ao homem que arrumou o óculos no rosto, claramente descontente 

—Está ciente das acusações feitas por ela, certo?

Andrey arrumou a postura sentindo uma dor forte na lateral do corpo,mas ainda assim não tirou os olhos do delegado

—Eu e meus clientes estamos tomando as medidas cabíveis, calúnia e difamação não serão aceitas com cordialidade!—Disse o advogado

Artióm bebeu um pouco do café que estava em uma xícara branca—Isso seria facilmente resolvido com mais algumas respostas!—Falou ao apoiar as mãos na mesa —Mas, pelo visto ninguém aqui faz questão de falar!

—Muito pelo contrário, faça as perguntas certas que eles responderão de bom grado! 

—Certo, doutor!—O delegado sorriu, mostrando os dentes amarelados pelo excesso do consumo de café—A pergunta que tenho pode não ser a certa, mas é interessante, garanto!

As Justiceiras - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora