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Eduard desceu no terceiro andar daquele prédio e entrou no quarto 39 enquanto Andrey entrou no 37, sempre faziam isso para passar despercebidos, só quem limpava o hotel sabia que ambos quartos eram ligados pelo banheiro, mas as pessoas ali tinham medo demais da influência de Andrey para comentarem sobre qualquer coisa.

Andrey passou pelo banheiro e abriu a porta da suíte com um sorriso raro nos lábios, um sorriso fruto de uma felicidade que ele aprendeu a experimentar na vida adulta. A sua frente, sentado na cama estava Eduard que queria desesperadamente conter a euforia de seu corpo ao olhar para aquele homem elegante, que tinha um belo par de olhos azuis, lábios desenhados, nariz pontudo e um queixo quadrado.

Eduard não seria forte o suficiente para ignorar o sentimento, estava com uma saudade pulsante, muitíssimo preocupado e o corpo de Andrey chamava pelo dele, sentia-se como o metal atraído pelo imã, seguindo-o de uma forma irresistível e foi por isso que ele levantou e deu os dois passos necessários para que pudesse perder o rumo de vez.

Andrey fechou os olhos e deixou que Eduard passasse o nariz em seu pescoço,beijasse sua mandíbula e depois arrastasse seus lábios no dele.

—Senti sua falta!—Ele disse quando Ed segurou o queixo dele e o beijou

—Fiquei com medo de como as coisas seriam agora...—Disse Ed com a boca próxima a de Andrey, que passou a mão por dentro do moletom dele e recebeu uma leve mordida nos lábios enquanto o outro o segurava com força pela cintura, intensificando o beijo intimo e repleto de desejo

—Devagar,eu levei uma bela surra,ainda dói!

Eduard anuiu e o selou antes de se afastar,deixando Andrey órfão de suas mãos firmes

—Estava contando os segundos para te ver!—Disse Eduard e Andrey tirou o paletó olhando diretamente para ele—Achei que ia se afetar depois...

—Estou aqui não estou?—Disse antes que outro terminasse de falar e colocou o paletó no baú de tampo acolchoado que estava de frente para a cama —Eu avisei que nada ia mudar!

Ed abaixou a cabeça, ter Andrey por perto era reconfortante, mas sua mente ainda pairava pelo trauma da madrugada de sábado, sem esforço ele se lembrava do homem dizendo que mataria o filho, do alarme de incêndio apitando e de tirar Ale daquela escada e correr para fora do prédio em chamas.

—Ed?—Andrey chamou e viu o outro balançar a cabeça negativamente

—Eu não durmo desde aquela noite!

Andrey andou até ele —Pode dormir agora se quiser,eu não ligo,só queria passar um tempo longe daquela gente insuportável...

—Drey...

Buscando os olhos do outro ele decidiu questionar —Que tom é esse? O que aconteceu?

—Eu não te liguei porque queria te ver...

Andrey mexeu as sobrancelhas—Nossa...

—Não é bem isso o que eu quis dizer!—Ele respirou fundo e juntou os lábios de forma hesitante—É óbvio que eu queria te ver,que eu queria saber como você estava, mas eu estou com problemas!

Andrey cruzou os braços —Que problemas? Algum dos seus...—Ele coçou a garganta, o fato de Eduard ser um garoto de programa o incomodava, mas não havia o que ser feito,o conheceu naquela vida—Clientes, fez algo contra você?

—Não! É algo sério! A polícia prendeu a minha amiga!

—Uma amiga? Qual nome dela?

Eduard hesitou—Ela está envolvida no caso do seu pai, eu não vou mentir para você, mas estou preocupado, não sei onde ela está, qual a delegacia e se ela vai ficar assim por muito tempo...

As Justiceiras - Série Crianças de MoscouOnde histórias criam vida. Descubra agora