Ao chegamos no cinema, Park Jimin desceu e fez um gesto para abrir a porta do carro para mim e fechá-la, como um cavaleiro. Mas eu neguei com a cabeça antes que ele o fizesse, fechando-a com as minhas próprias mãos.
Bom, ele não pareceu incomodar-se.
Haviam muitos casais ㅡ veja bem, com isso eu quero dizer homens e mulheres ㅡ juntos, o que causou alguns olhares sinuosos em nossa direção, por estarmos claramente apenas nós dois juntos. Mas simplesmente ignorei aquilo.
Nós compramos pipoca e refrigerantes, antes de entrarmos na sala de cinema.
E não havia mais ninguém.
Nos sentamos na última fileira e ali permanecemos, encarando a tela vazia em silêncio, já começando a devorarmos a pipoca.
ㅡ Percebe como a tela tem um retângulo perfeito? O único problema é o canto estar amassado pela lona. Provavelmente vai estragar a visão quando o projetor for ligado. ㅡ comentei, de repente após longos minutos, sequer olhando para Park.
Eu estava me sentindo tão nervoso e eufórico que ao menos conseguia olhá-lo direito, por mais que Jimin estivesse digno de ser apreciado por obras seguidas, como uma venusta obra de arte neoclássica.
Senti o homem me encarar de canto, e ele dei uma risadinha, concordando com a cabeça.
ㅡ De fato. Mas acredito que sequer notaremos quando começar o filme.
ㅡ Uma vez notado, difícil ser desvisto. ㅡ tomei coragem para observá-lo, enfiando mais pipoca na boca. ㅡ Posso saber como você descobriu o meu nome?
ㅡ Perguntei ao senhor da mercearia. E como você descobriu o meu? ㅡ Ele ergueu uma das sobrancelhas, com um sorriso ladino que, ao invés de provocador, saiu pulcro.
ㅡ Perguntei ao senhor da mercearia.
Nos encaramos em pleno silêncio.
De repente, rimos juntos, ambos voltando a encarar a tela escura em nossa frente.
Jimin fazia qualquer um ter vontade de abraçá-lo, fazer carinho em suas madeixas e protegê-lo de qualquer mal do mundo. E eu queria tanto ser essa pessoa.
Eu sentia como se ele estivesse levando, a cada segundo perto de mim, cada insignificante átomo do meu ser.
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1954 | Jikook
Fanfiction"Ás vezes o amor pode parecer passageiro, mas ele fica dentro de você, como se estivesse tatuado em seu peito e em sua alma. Mas não adianta encontrar o passageiro para o avião e não ter um aeroporto digno de se pousar."