Me afastei para o lado esquerdo do banco, ficando um pouco longe dele. Eu finalmente estava, de fato, prestando atenção na trama que era projetada na tela.
No entanto, após alguns minutos, notei como Jimin se remexia no banco. Ele movia os próprios dedos, os estalava, apoiava o rosto na mão, cruzava e descruzava as pernas.
Eu nada lhe disse, pois tinha medo de acabar dizendo alguma besteira ou informação baldia. Permaneci em meu canto apenas o encarando disfarçadamente.
Mas, em determinado momento, ele fez algo.
Jimin deitou a sua cabeça em meu ombro, assim como fiz minutos antes.
De repente, a minha respiração parou. Meu coração começou a bombear o sangue mais rápido que o normal e, dentro das minhas veias, ele esquentava. As minhas hemoglobinas estavam entrando em colapso.
Me ajeitei no banco para que ficar mais perto dele, uma vez que, antes, eu me afastei. Eu sabia que ele não iria aguentar ficar naquela posição por muito tempo, logo o seu pescoço começaria a doer, e consequentemente as suas costas, e então ele desistiria da posição.
Mas aproveitei o máximo que pude do contato.
Senti os seus fios de cabelo afáveis em contato com o meu pescoço, fazendo cócegas, as suas pequenas movimentações, procurando uma melhor forma de estar sentado sem que a sua coluna reclamasse, e também o som da sua respiração medianamente alta, que me passava uma espécie de paz.
De repente, imaginei como seria poder ter esse contato com ele todos os dias. Como seria poder beijá-lo, abraçá-lo, ser o seu porto-seguro e a pessoa a qual poderia confiar para contar qualquer coisa.
Céus, como eu queria poder ser aquela pessoa.
Em determinado momento, deitei a lateral da minha cabeça na dele. Mas cerca de dois minutos depois, ele finalmente se levantou, voltando a sentar na sua posição inicial.
Senti vontade de rir, pois deveria ter o avisado que era desconfortável deitar daquela forma nos ombros alheios. Mas tudo bem.
Aquelas migalhas de tempo estavam valendo o que sonhei viver em quase um ano.
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1954 | Jikook
Fanfic"Ás vezes o amor pode parecer passageiro, mas ele fica dentro de você, como se estivesse tatuado em seu peito e em sua alma. Mas não adianta encontrar o passageiro para o avião e não ter um aeroporto digno de se pousar."
