Os meus olhos ansiosos o encaravam de canto, observando a sua mão descansando em seu próprio colo, esperando por algo que não veio.
Quando o filme estava chegando em seu fim, finalmente tive coragem de fazer algo. Com toda a minha cara e coragem, cruzei o meu braço no seu, que descansava em cima do apoio da cadeira.
Não tive coragem alguma de olhar para ele quando fiz isso.
Mas ao invés de permanecer calado, ele abriu a boca e comentou sobre uma parte do filme não estar legendada, provavelmente uma que sequer prestei atenção por estar ansioso demais com as minhas próprias ações e pelo novo contato que experimentei.
Quando o filme acabou, nós fomos embora.
Estávamos caminhando no corredor quando eu disse:
ㅡ Ei, vou ir ao banheiro. ㅡ apontei para a porta do toalete, que havíamos acabado de passar.
Com um sorriso gentil, ele disse, sorrindo também com os olhos:
ㅡ Ah! Tudo bem. Quer que eu segure a sua pasta? ㅡ Park questionou, apontando para a bolsa pendurada em meu corpo.
Naquele momento, senti uma pontada de esperança mesclada com uma sombra de dúvida.
Ele era educado daquela forma com todo mundo ou só estava fazendo aquilo para não me deixar chateado?
ㅡ Não precisa. ㅡ respondi com um sorriso quase imperceptível dando alguns passos para trás e entrando no banheiro em seguida.
Lá, eu encarei o meu reflexo no espelho por cerca de cinco minutos.
O que eu estava fazendo de errado? Por quê ele parecia estar tão desinteressado? Por quê me chamou se não gostava de mim? Os seus olhares transmitiam mais piedade do que interesse.
Eu estava torcendo para que aquilo tudo fosse coisa da minha cabeça, mas estava claro.
Park Jimin provavelmente havia se arrependido da minha companhia.
Eu sentia como se tivesse acabado de dar de cara com um cavalo de troia.
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1954 | Jikook
Fanfiction"Ás vezes o amor pode parecer passageiro, mas ele fica dentro de você, como se estivesse tatuado em seu peito e em sua alma. Mas não adianta encontrar o passageiro para o avião e não ter um aeroporto digno de se pousar."