Eu não fiquei muito tempo na mercearia.
Tomei meu café o mais rápido possível, observei decorosamente Jimin enquanto ele escrevia, distraído, e paguei senhor Choi.
No entanto, algo inusual ocorreu naquele dia.
Antes que eu me afastasse do idoso e corresse pro ponto do ônibus, este cutucou o meu braço, chamando a minha atenção.
Encarei-o, confuso, ouvindo-o perguntar com a voz amena:
ㅡ Por quê não fala com ele?
ㅡ C-como? ㅡ questionei, olhando para os lados, me certificando que ninguém estava prestando atenção em nós. ㅡ Não brinque com esses assuntos, sr. Choi. Eu gosto de mulheres.
O senhor ajeitou os óculos no rosto, rindo baixo com a sua voz rouca, enquanto tentava tirar do balcão um pedaço de fita que já estava colada ali há anos.
ㅡ Não irei te denunciar, moleque. Você está vindo aqui há cinco meses já, e só para ver ele. Se você não estivesse interessado, por quê me perguntaria o seu nome?
Olhei para Choi com um certo terror nos olhos. Apesar dele ser tranquilo, ele era fofoqueiro. Não demoraria para mais pessoas descobrirem que eu estava obcecado por Park Jimin e todas as suas matizes.
Por isso, eu engoli em seco e peguei o troco que ele deixou em cima do balcão, dando as costas e saindo sem sequer olhar para trás.
Daquela vez, não olhei para Park.
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1954 | Jikook
Fanfiction"Ás vezes o amor pode parecer passageiro, mas ele fica dentro de você, como se estivesse tatuado em seu peito e em sua alma. Mas não adianta encontrar o passageiro para o avião e não ter um aeroporto digno de se pousar."