A noite havia passado tranquilamente, a neve caía cada vez mais branca e fofa e os moradores da mansão cochilavam enquanto o sol nascia despercebido, pelo frio intenso que ocupava todas as paisagens possíveis naquele natal.
Black foi a primeira a acordar, sentindo a perna esquerda de Harry em cima de sua barriga. Os dois dividiram o quarto naquela noite, mas Harry teve mais um de seus pesadelos e resolveu dormir na cama da garota. Ele dormia com a cabeça virada para os pés dela, e estava esparramado de maneira confortável. Ela tirou o pé do garoto de cima de sua barriga, se espreguiçando e encarando a janela coberta pela cortina quase transparente.
O dia estava "escuro" pelas nuvens carregadas da mais pura neve, e por conta do horário. Ela se levantou com cuidado ouvindo Harry murmurar
-Harry: ...Siga as aranhas Rony.
Ela sorriu cansada, abrindo a cortina da janela, sentando no parapeito extenso e fechando as cortinas novamente. Olhou para o céu sentindo uma nostalgia gostosa, dos tempos em que o natal era de fato algo mágico. De quando o "papai noel remus" deixava alguma coisinha simples na lareira apagada, de quando ele deixava ela comer a massa de biscoitos ou outras tradições comuns.
Veio em mente uma de suas lembranças, uma daquelas que amava quando vinham a mente.
*FlashBack*
-Black: Papai! — a garotinha de quatro anos dizia, correndo para o andar de baixo.
-Remus: Sim?
Remus tinha a aparência de um garoto, apesar da idade. Ele sorriu com os cabelos ondulados sobre a testa, olhando com carinho a pequena menininha que adentrou a cozinha.
-Black: Esse ano eu gostaria de escrever para o pai Siriús. — disse enquanto era erguida para se sentar na bancada. — você me ajuda?
-Remus: Só se você me ajudar nos biscoitos
Ele colocou um pouquinho de massa no nariz da pequena. Rindo junto a ela. A garotinha usava uma calça de pijama marrom e um casaquinho de lã costurado por Remus. Ele retirou debaixo da bancada um gorro de papai noel, colocando na cabeça da mesma.
-Remus: Então, ajudante do Papai Remus Noel, hoje faremos biscoitos. O que acha?
-Black: Ajudante acha legal! — disse estabanada
-Remus: Que bom, ajudante. — ele pegou a menina nos braços após virar a massa sobre outra travessa. — experimenta. — levou uma colher rasa de massa a boca da filha.
De início, a menina contraiu o rosto em desaprovação, mas depois os olhinhos infantis se abriram em prazer e contentamento.
-Black: Bom, muito Bom!! — dizia lambendo o lábio.
Remus riu, dando mais a filha.
Com cuidado, ele ensinou a ela como fariam os biscoitos, colocando uma cadeira para que ela o alcançasse. Em poucos minutos a cozinha era preenchida por risadas infantis.
-Remus: Manuella, não! — riu tirando a mão da garota de dentro da massa. — é com a colher.
Ela lambia os dedos cobertos de massa enquanto Remus corria atrás de um pano úmido.
-Monstro: O que você tá fazendo? — questionou irritado
-Black: Bicoisto — Ofereceu uma mão melecada ao elfo.
-Monstro: Bicoisto? — debochou. — Biscoito sua insolente. Cadê seu pai?
-Remus: Eu estou aqui, fique de olho na Manu por favor. — disse da sala, aparentemente procurando algo.
-Monstro: mereço. — bufou, puxando outra cadeira, para que ficasse do tamanho de black.
-Black: Faz um. — sugeriu, apontando para a massa.
-Monstro: Eu... — olhou para os dois lados, vendo que Remus não estava por la, sussurrou no ouvido da criança. —...Eu consigo fazer um unicórnio.
-Black: De Bicoisto!? — arregalou os olhos, largando a mão melecada.
-Monstro: De biscoito. — corrigiu, limpando a mão gordurosa. — veja.
O elfo mexeu as mãos em um ritmo leve, como uma orquestra. Aos poucos, um unicórnio se formava na bandeja cheia de biscoitos deformados, antes feitos por black.
A garota bateu palmas, e pulou da cadeira contente.
-Black: Eu tenho um presente.
Correu para a sala, passando por Remus, o qual se assustou, colocando a caixinha que segurava para trás do corpo. A menina tirou uma das meias que estavam penduradas na lareira, correndo para a cozinha novamente.
-Black: Aqui... — disse subindo na cadeira com certa dificuldade. —...Você pediu uma pro papai.
"Da próxima me dê uma meia seu imundo!" Lembrava
-Monstro: Garota... — disse assustado. — eu... você... você não pode me oferecer isso! Se eu aceitar, terei minha liberdade.
Ela não entendeu, tentando entregar meia para o elfo que se recusava teimoso.
-Monstro: Eu... eu não posso. Não de você sua idiota.
Pulou da cadeira
-Black: Por favor Mon! — disse com os olhinhos brilhando em um quase choro infantil.
-Monstro: Não pode contar a ninguém... nunca!
Pegou a meia, aparatando para debaixo da escada, aonde dormia e guardava os seus pertences.
-Remus: Querida, voltei... aonde está aquele elfo?
-Black: Papai... — ela chorava. — Eu fiz algo muito bom hoje.
Remus riu, acolhendo a garota nos braços.
-Remus: Veja, eu vou fazer algo bom agora
Ele tirou uma caixinha pequena do bolso, abrindo-a com dificuldade pela criança nos braços. Tirando de lá um colar de ossinho dourado.
-Remus: Quando ficar maior, você vai entender o por que do osso.
Ela sorriu, vendo o pai colocar o colar em seu pescoço
*FlashBack Off*
A menina, agora em seus 16 anos, acariciava o colar sobre o peito. "Monstro é um elfo livre..." refletiu.
Se assustou quando alguém abriu a cortina, segundos depois um Harry sonolento se sentou em sua frente, fechando as persianas atrás de si.
-Harry: Feliz natal, Black.
-Black: Feliz natal, Harry.
As cortinas se abriram de novo, e um Rony cansado se espremeu ao lado de Black.
-Rony: Feliz natal Harry
-harry: Feliz natal Ron.
-rony: Feliz natal black
-Black: Feliz natal Ronyzinho...
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