Marlene? 🌺

314 39 14
                                    

A garota fechou as cortinas, seguindo mais adentro da casa, afim de explorar os cômodos. Passou por uma porta que emitia sons mágicos, parando abruptamente e entrando no belo local.
Era outro jardim, mas naquele a magia prevalecia fortemente. Uma melodia ressoava de algum lugar deixando o ambiente aconchegante, um córrego brilhante pela luz das estrelas cheirava a grama molhada, enquanto belos jacintos nasciam daquele solo fértil.
Estava de noite lá, assim como o exterior. Bicuço adentrou, parecendo surpreso.

-Black: Lumus máxima!

O Qilin bambeava pelo sono, logo dormindo na grama.
Alguns vagalumes sobrevoavam o local, e perto ao córrego uma coruja preta observava a garota, logo voando em sua direção.

-Black: Luna... — correu, pegando a coruja, a qual não era mais tão pequena. — Como você veio parar aqui? — riu, sentindo a ave esfregar a cabeça sobre sua bochecha. — Não te vejo já tem semanas! Como cresceu!

A coruja se encostou em Black com carinho, firmando as garrinhas no ombro da garota, sem machucar ou arranhar.

-Black: Bicuço, não é de comer! — deu um tapinha na testa da criatura após ver que o mesmo analisava a pequena coruja. — Veja, um espelho... no meio do mato. — sentiu-se confusa, porém foi até o belo objeto.

O espelho era ladeado por grandes detalhes em dourado e preto, com rosas bem esculpidas nas mesmas cores. Era esplêndido e muito bem feito.
Não era a garota que se mostrava no reflexo, mas sim o quarto de Remus. O qual ele e Siriús dormiam.

Colocou a mão sobre o gélido refletor assustada.

-Black: Pai!? — sabia que a voz ecoava do outro lado pois ouviu Molly dizer "Céus, ouvi a voz de Black!" — No quarto!!! Senhora Weasley!! Estou no quarto!

Os passos apressados indicavam que alguém se aproximava do cômodo. A porta foi aberta revelando um Remus com os olhos inchados pelo recente choro. Siriús o seguia, pior que o mesmo, com as orbes azuladas com cantos vermelhos pelas lágrimas.

-Siriús: Pelas barbas de Merlin! Que bom!!!

Colocou as mãos sobre o espelho, esperando sentir a pele da filha, recebendo o gelado do "vidro".

-Remus: Aonde você tá? — empurrou siriús, quase entrando no espelho. — Querida, eu te procurei pela floresta, eu te vi correndo e tentei te seguir mas, quando cheguei próximo fui lançado em uma árvore. — os olhos lacrimejaram enquanto ele encarava preocupado a menina.

-Siriús: Aonde você está? — empurrou Remus ficando de frente para a filha novamente.— eu vou te buscar... que floresta é essa?

-Black: N-não sei... — chorou, não havia motivo mas, sentia que a confusão a atordoava de forma latente. — Eu acho que estou na casa de Dumbledore! Naquela casinha que ele criou.

-Arthur: Não era um blefe? — disse adentrando o quarto. — como chegou aí, querida?

Remus afastou a todos, com lágrimas escorrendo pelos olhos.

-Remus: Respira e inspira... — sussurrou confiante. — quando estiver pronta, conte.

A menina respirou e inspirou, respirou e inspirou e repetiu novamente.

-Black: Eu... vim para cá graças a bicuço. Ele apareceu... Bom, Bellatrix e GreyBack estavam lá e eu corri, mas acabei me ferindo...— Remus e siriús começaram a observar a garota com mais cautela, vendo o rasgo na blusa da mesma manchado de sangue. — ...Por conta disso eu acabei ficando exposta, e adormeci. Bicuço me resgatou, conheci um Qilin também. Mas, enviei sinais a vocês e nada me foi entregue! Apenas algumas bolas de fogo, a qual eu imediatamente não reconheci e voltei para cá.

-Remus: Não saia da casa até que te encontremos! Não é nenhum de nós, pode ter absoluta certeza! — o rosto do homem empalideceu. — Não pode deixar as luzes acesas, apague todas e volte para cá. Se tranque e fique por aqui em nosso campo de visão! Você terá de dormir aí, mas não sairemos da frente do espelho.

A menina fez os comandos do pai, trazendo um cobertor que encontrou em um quarto lindíssimo e encantado.

Voltou ao espelho, antes trancando a porta do segundo jardim.
Bicuço e o Qilin se juntaram a menina, deitando-se cada um de um lado da mesma.
Siriús e remus agora estavam em cima de um colchão que foi colocado de frente para o espelho, observavam sérios os movimentos da garota.

-Siriús: Tenha certeza que vamos te resgatar. Amanhã mesmo, se possível. Até lá, tem de ficar aonde possamos te ver. Bicuço está fazendo um ótimo trabalho.

Em um estralo, o enorme cachorro preto apareceu, chamando a atenção de Bicuço, o qual começou a emitir barulhos irreconhecíveis. Remus ainda encarava a menina.

Siriús voltou a sua forma humana

-Siriús: Bicuço cuidará de você. Ele disse que Dumbledore a trouxe aonde está. Mas já se foi.

Siriús colocou a mão sobre a cabeça, observando a situação.
Remus suspirou, observando a expressão de medo no rosto da filha.

-Remus: Não vamos sair daqui. — tranquilizou

-Siriús: Estamos com você.

-Remus: Sei que é assustador mas-

-Black: Eu não pude me defender... — interrompeu — fui fraca, fui tola e apenas fugi! Sinceramente, não mereço ser filha de vocês.

Os dois a olharam, agora sérios.

-Siriús: Se algo, ou alguém lhe insinuou uma barbaridade dessas, eu espero que não tenha considerado. — ponderou, encarando a menina chorosa. — somos seus pais. Nós dois! Você tem nosso sangue, você é uma Black, é uma Lupin e sempre será. Mesmo que não fosse de sangue, seria nossa filha e amaríamos você na mesma intensidade! Você é tudo que temos, não ouse duvidar de si ou de nossos sentimentos.

A voz firme de siriús fez com que a garota deixasse lágrimas rolarem por seu rosto abatido.

-Black: Eu...

-Remus: Você sabe que é biologicamente impossível que tenha nascido de um de nós dois, mas saiba que  somos sim seus pais. Você é forte! É determinada e só nos dá orgulho! Seu coração é puro e seu sofrimento fere a todos pois você não merece, ninguém merece. Você é pura, seu gênio é puro e suas ações me impressionam. É sim uma legítima Black, assim como é uma Lupin. É nossa primeira e única filha. A mulher que te deu à luz teve em seu corpo meus genes e os de siriús, portanto, é e sempre será nossa filha. Tenha certeza de que Marlene não gostaria de te ver duvidando de todo os esforços que fizemos.

A garota se arrepiou ao ouvir o nome da mulher que a carregou por nove meses. Sentindo o choro embalar cada vez mais.
Havia alívio ali. Ela sempre quis entender sua origem e o porque de tantas risadas ou murmúrios em cima disso.

Marlene...

-Remus: Querida, Nós fizemos a inseminação artificial. Marlene McKinnon nos ajudou, ela faleceu ao final da primeira guerra bruxa, mas tenha certeza, foi uma das mulheres mais incríveis que já conheci em minha vida. Ela te gerou mas sempre nos dizia que o mérito era nosso, sempre foi generosa e adorava fazer o bem. Portanto, orgulhe-se Black.

A garota sorriu em meio as lágrimas, sentia-se completa, sentia-se bem.

————🌺————

Wolfstar e black🐺🖤🐾Onde histórias criam vida. Descubra agora