Capitulo 1 (POV: DRACO)

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POV: DRACO

Na primeira vez que vi o Potter, não pude evitar ter uma queda instantânea por ele. Mas assim que ofereci a minha amizade, ele a rejeitou.

Desde então finjo odia-lo em vez de amá-lo. Pois não consigo evitar odiar ter o meu orgulho ferido. E todos os dias, eu acordo com mais raiva por me sentir tão atraído por ele.

Mas a cada dia, Potter fica mais insistente em se aproximar de mim. É quase provocador. Não tem como isso não ser intencional. E ninguém parece perceber.

Quando meu pé toca o primeiro degrau da escada em direção ao salão principal, vejo cabelos rebeldes entrarem na minha frente, apenas míseros centímetros mais baixo que eu.

-Ora roa, se não é o menino de ouro - provoco - O que quer comigo hoje, Potter?

Ele sorri como se não visse nada de provocativo em minha fala.

-Nada, é só que me lembrei do dia em que me empurrou nesses degraus. Não é nostálgico? - ele responde.

Suspiro como quem não aguenta mais vê-lo.

-Sim, muito nostálgico, Potter. Tanto que me dá vontade de repetir o ato.

Seu sorriso se torna tão caloroso que seus bochechas chegam a enrubescer.

-Você é tão engraçado, Malfoy - Wesley e Granger o puxam pra baixo, obrigando-o a descer as escadas a parar de falar comigo logo, mas seus olhos continuam em mim enquanto termina de falar - Nos vemos no jantar.

Finjo não me importar e ignoro-o. Pode ser infantil o tanto que for, eu nunca tive o orgulho tão ferido quanto no dia em que ele me rejeitou. Eu tava tão apaixonado que o choque de ser rejeitado foi enorme. Não vou ceder.

Pansy suspira, cansada só de ouvir a conversa.

-Não era assim antes. Por que ele tá sendo tão... amoroso, agora? - ele murmura.

-Também não consigo entender. Fica difícil irritá-lo desde que ele aceita todas as provocações.

Descemos as escadas e nem olho na direção da mesa da Grifinória enquanto caminho até a mesa da minha própria casa.

Depois dos anúncios diários de Dumbledore, converso e como com os outros sonserinos por um bom tempo.

Não consigo evitar e disfarço enquanto dou uma espiada na mesa da Grifinória. Potter está recebendo uma caixinha cheia de chocolates de uma grifinória.

Meu coração acelera um pouco, mas na verdade não sinto raiva. É só uma tristeza genuína.

Ele pega a caixinha e agradece, mas não come nenhum. Talvez esteja guardando pra comer depois.

Ele levanta o olhar e seus olhos miram os meus. Desesperado, eu desvio o olhar na mesma hora.

Será que ele me viu? Provavelmente sim.

Me seguro pra não olhar na sua direção novamente.

Depois de quase uma hora, me levanto e saio, me despedindo dos meus amigos. Não costumo sair primeiro, mas hoje eu estava especialmente melancólico.

Não quero voltar pro quarto, então começo a vagar por hogwarts. Demoro alguns minutos pra chegar ao jardim, e quando desço as escadas e meus pés tocam a grama, ouço passos apressados vindos de dentro do castelo.

-...Malfoy - diz Potter, baixinho ao me alcançar, do topo da escada.

Me viro na sua direção e realmente não sei o que dizer.

-Oi - respondo.

-...Oi! Eu... - ele olha em volta, como se procurasse o que falar - Eu...

-O que você quer, Potter?

Silêncio.

Potter parece realmente estar em guerra consigo mesmo.

Suspiro e passo a mão no meu cabelo, deslizando-o pra trás, por mais que ele estivesse arrumado de qualquer jeito.

-Quer saber? Eu vou falar. Você tem agido de maneira estranha ultimamente. E não adianta dizer que não. Você sabe que está. O que aconteceu, Potter?

Ele é tão expressivo que chega a ser engraçado. Seu rosto fica em choque, e depois ele olha pro chão, pensando no que dizer.

Suas bochechas ficam vermelhas quando ele levanta a cabeça novamente, com uma expressão quase raivosa.

-...Eu só vim dizer que gostei do seu cabelo.

E assim ele dá meia volta, andando pra dentro do castelo. E não olha mais pra trás.

Por Merlin, o que foi isso????

Passo a mão no cabelo novamente, me perguntando o que tem de diferente. Procuro por algum espelho a minha volta, mas não acho nada. Enfim, corro de volta para o meu dormitório.

Em todo o caminho, eu não parava de pensar sobre isso, passando repetidamente a mão sobre os fios loiros. Ao entrar no meu banheiro e me olhar no espelho, confirmo o óbvio: meu cabelo está como sempre.

Me sinto quente só de pensar no assunto. Ele elogiou meu cabelo!?

Na mesma hora, uma raiva e vergonha sem sentido toma conta de mim e eu bagunço o meu cabelo todo.

Amanhã eu vou pra aula sem arrumar o cabelo pra trás.

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