Capitulo 4 (POV: HARRY)

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Estou no salão da comunal conversando com o Ron e a Mione enquanto tenho tempo até o castigo. Ambos entendem esse castigo como uma completa injustiça, mas pra mim é uma pela oportunidade.

-E ainda com o Malfoy!? Tenho dó de você, Harry - diz Mione.

-Ele não é tão terrível - deixo escapar.

-Não é tão terrível!? Por Merlin, Harry, você tem sido vítima dele desde o primeiro ano, não entendo o que passa nessa sua cabeça.

Uma vez Malfoy me derrubou em uma partida de quadribol. Eu caí no chão e sai bastante machucado, mas me recusei a ir à sra. Pomfrey antes ou depois do jogo, pois estávamos no segundo ano e as mensagens da câmara secreta me importavam muito mais do que aqueles machucados. Eu não conseguia parar de pensar na quilo, ou na possibilidade de Malfoy ser o verdadeiro herdeiro de Salazar Sonserina. Mas naquela noite, Malfoy convenceu Ginny a me dar um remédio mágico. Ginny tinha uma quedinha por mim, então ele achou que seria fácil convencê-la, mas ela não conseguiu guardar o segredo e me contou que foi Malfoy.

Malfoy vem me machucando e secretamente cuidando de mim desde sempre. E por algum motivo, isso me enche de vontade de bota-lo contra a parede.

Pobre garoto que não sabe como lidar com seus sentimentos. Me sinto completamente confortável em continuar brincando com eles.

-Ele tem seu charme - digo.

Ron bate em sua própria testa.

-Ele enlouqueceu.

Quando o meu tempo termina, saio da comunal em direção ao salão principal. Já está de noite, é o horário em que o professores dão os castigos pra não colidirem com as aulas de dia. Sorrio ao encontrar Malfoy já varrendo o salão.

  Ele levanta a cabeça ao ouvir meus passos e faz uma expressão de raiva.

-Está atrasado.

-Ah, sinto muito, sentiu minha falta?

-Nem um pouco.

  Sorrio e dou os ombros.

-Duvido muito.

  Ele não responde. Continua limpando enquanto eu vou pegar o espanador de pó. Limpamos por um bom tempo em silêncio antes que eu possa provocar ele novamente. Ficamos em silêncio por um bom tempo e devo admitir que o salão estava ficando mais limpo do que já esteve em anos.

-Por que me beijou? - Malfoy perguntou, rápido como se quisesse acabar logo com isso, ou antes de perdesse a coragem.

  Um sorriso involuntário toma conta do meu rosto. Me aproximo dele, eu já tinha trocado o espanador por uma vassoura, então me apoio dela pra observá-lo de perto.

-Por que? Está ansioso por mais?

  Ele já estava vermelho, mas sua feição revelava mais raiva e insegurança do que qualquer outro sentimento.

-Responde, porra.

  Passo a mão no cabelo, imitando seu gesto.

-Hum... porque é lindo ver você todo desorientado assim.

  Ele arregala um pouco os olhos e da um passo pra trás.

  Assim, eu dou um passo pra frente.

-Isso é uma tentativa nova de me humilhar? - ele pergunta, com a feição dura.

-Te humilhar? De maneira alguma, Draco. Por mais que a sua reação tenha valido muito a pena - dou mais um passo em sua direção, nos deixando realmente próximos de um beijo - Mas sim agradar a você. - Digo devagar, passando a mão pelo seu cabelo - É gostoso, não é? Não tem vontade de ter mais?

  Brincar com ele é tão imensamente bom que eu me torno quase dependente disso pra viver.

  Ele franze as sobrancelhas, se mostrando bravo. Mas, de novo, não se afasta.

  Ahhh, que vontade enlouquecedora que eu tenho de fazê-lo implorar por mim.

  Aproximo sua boca de minha e novamente, ele não se afasta.

  Parece sério, esperando pelo meu próximo movimento, pensando sobre o que deveria fazer e se gostaria de continuar.

  O beijo é mais selvagem do que da última vez, mas tão bom quanto. Viro o rosto e ele segue meu ritmo. É tão tão bom.

  Suas mãos seguram o tecido do meu uniforme com relutância. Sinto seus dedos por cima da minha roupa e penso que adoraria senti-los por de baixo também.

  Ele se senta conta a ponta da mesa da Sonserina e eu continuo beijando-o. Ele parece estar gostando, e muito.

-Você não odeia isso, não é? - murmuro entre beijos.

-Odeio.

  Meu Merlin, eu gosto dele.

  De uma maneira ou outra ele parece quase enfeitiçado.

  Só preciso provocá-lo um pouco mais e ele me puxa pra mais perto. Malfoy puxa a gola da minha camisa branca e a gravata da grifinoria balança com o puxão repentino. Nossos corpos se encostam e eu esfrego minha virilha na dele como se não percebesse.

  Ele murmura algo quase gemendo e leva sua mão às minhas calças. Desabotoa o primeiro botão, e depois, parecendo ter pensado duas vezes, abaixa o zíper. Quando ele enfia um único dedo na minha cueca pra puxa-lá pra baixo, seguro a mão dele.

  Então, Malfoy olha pra mim.

-O que?

-Tá proibido.

  Uma veia de raiva quase salta da sua testa. Ele obviamente se sente injustiçado depois de ser provocado.

-Como assim "proibido"!?

-Proibido. - deixo beijinhos pelo seu pescoço e o amoleço enquanto falo - Você é muito guloso, Draco. Como quer provar de um prato que diz odiar?

  Por mais que seja óbvio que ele adore, ele não demonstra nada enquanto beijo e belisco seu pescoço.

  Um pouco inseguro, ele pergunta:

-...Então, o que eu-

-Quando você admitir que ama muito, fique a vontade pra experimentar como quiser. Eu garanto e o prato é muito gostoso.

  Com raiva ele me afasta com um empurrão e sinto a forte presença dos seus dedos no meu peito. Ele estrala a língua, passa a mão no cabelo daquele jeito elitista dele e dá passos pesados até a porta, deixando o salão principal.

  É tão gostoso provoca-lo. Começo a rir alto e é óbvio que Malfoy pode ouvir enquanto anda nos corredores, voltando pro dormitório da Sonserina.

  Não vou deixar ele tocar em mim antes de conseguir o que eu quero.

  Ele vai admitir que gosta de mim.

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