Amizade Rejeitada

Capitulo 2 (POV: HARRY)

  POV: HARRY

  Não é que eu seja SUPER tímido, mas porra, não é fácil chegar em alguém por quem você tem uma quedinha.

  Quedinha? Quem eu quero enganar? A minha "quedinha" pelo Malfoy é bem maior que a altura do Monte Everest. Tipo, mil vezes maior.

  Mesmo assim eu tenho tentado. Custa ele colaborar? Eu tenho sido gentil. Não tenho mostrado minhas intenções claramente?

  Juro por Merlin que dou um tapa naquele rostinho bonito da próxima vez que ele me obrigar a ser tão transparente com ele.

  Eu tenho tentado ser óbvio, mas eu não estava pronto pra elogia-lo tão abertamente ainda. Nem eu sei porque o segui.

  Malfoy e eu nos odiamos desde que me entendo como gente. Desde aquela maldita amizade rejeitada.

  A verdade? Eu rejeitaria novamente. Não é a amizade dele que eu quero. Eu quero bem bem mais que isso.

E a tensão sexual entre nós também é inegável.

  ENTÃO POR QUÊ ELE CONTINUA SENDO TÃO INSISTENTE EM ME REJEITAR!?

  Será rancor? Isso é a cara daquele loiro mimado de ego inflado.

  Então, hoje de manhã, quando desci do meu dormitório, um dia depois de elogiar o cabelo dele, que estava sempre exatamente igual, ele apareceu com o cabelo diferente.

  Uma veia de raiva pulsa na minha testa.

  ESSE IDIOTA.

  O pior é que ficou extremamente sexy. É como ver um colega gostoso indo pro trabalho de terno, com o cabelo sempre arrumado e bonito, e do nada: casual.

  Extremamente sexy.

  Por mais raivoso que eu estivesse, eu não perderia a oportunidade. Alguma hora vou fazê-lo querer me beijar como um louco.

  Me aproximo dele, nas escadas novamente. Ao reparar em mim, ele desvia o olhar inocentemente.

  Agarro seu queixo e movo-o, de forma que me ajude a avaliar o seu novo cabelo.

-Bonito o cabelo. Mudou só porque eu falei?

  Ele demora um pouco pra processar, mas assim que decide me responder, eu o corto, falando primeiro.

-Fico feliz que eu seja tão importante assim pra você - acaricio seu maxilar - Meu elogio te afetou tanto assim? - provoco-o.

Ele tenta manter a expressão dura, mas é óbvio pra mim o fato dele tentar esconder um monte de sentimentos conflitantes.

-Não.

-Hum... não parece.

Solto seu maxilar, mas não me afasto.

O fluxo de pessoas passando por nós logo acaba, se demorarmos mais um pouco, nos atrasamos pro café da manhã.

-Você disse algo sobre eu estar agindo diferente ontem. Agora me pergunto se não é você quem está agindo de maneira estranha. Quer tanto assim deixar claro a sua rebeldia contra mim?

Os lábios de Malfoy tremem antes de falar.

-Quando me mostrei rebelde em relação a você?

Como ele ousa fazer uma pergunta tão descarada?

Rio com a ironia.

-"Quando se mostrou rebelde?" Malfoy, desde o primeiro ano, parece que você não consegue me tirar da cabeça. Estou errado? Sentimentos conflitantes esses que você tem aí dentro. Por que não os divide um pouquinho comigo? - movo a mão do seu maxilar para seu pescoço, na nuca, trazendo-o um pouquinho mais pra perto de mim - Por que me odeia tanto? Não vejo o porque disso.

Ele não se afasta do meu toque, nem faz menção de tal coisa. Mas ele suspira com raiva, levantando uma sobrancelha.

-Só não me misturo com a sua laia - ele responde simplesmente.

-Ah? Mestiços? ou Sangue-ruins?

Uma vermelhidão sobe por suas bochechas, mas ele continua com cara de mal.

-Só... sua laia. Teimosos e egocêntricos.

-Ooh. Grifinórios. Deve ser difícil pra um sonserino como você ouvir na cara o quão desagradável você é, não é? Sabe, a característica principal da Grifinória é a coragem. Entendo porque você nos odeia tanto.

Ele parece ficar ainda mais irritado, agarrando o meu pulso que está sobre seu pescoço e movendo-o pra baixo. Mas sem soltá-lo.

-Você tem sido mais irritante que o normal ultimamente, Potter.

-Ah, é? Não foi minha intenção, quero ser o mais adorável possível. Você me perdoaria?

Malfoy estrala a língua.

-Saia da minha frente, o café da manhã vai começar.

-Com todo o prazer.

Assim que saio da sua frente, volto o meu pé para que ele tropece. Quando seus olhos se arregalam, espero que ele me agarre pra se salvar. E ele o faz.

Isso satisfaz o meu ego por um tempo.

Seguro sua cintura, trazendo-o pra perto novamente.

-Que descuidado - falo baixinho.

Ele range os dentes os as bochechas vermelhas entre raiva e vergonha.

Não tenho mais nenhum segundo para provocá-lo enquanto ele me empurra, se soltando do meu abraço e corre para o salão principal.