Capitulo 15 (POV: DRACO)

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Com a mão dada à de Harry, ando pela rua até que cheguemos à um parque.

-Por que a gente não aproveita pra passear? - Ele sugere.

-Não quer conversar sobre a conversa louca que acabamos de ouvir?

  Ele ri.

-Conversar? Pra que? Já tá bem na cara o que tá rolando. E sinceramente, nem me impressiona muito.

-Sirius, o até então traidor dos seus pais, e o professor Lupin, o tutor que desapareceu de repente, não apareceu nem no encerramento do ano, tendo uma briga de casal? Não acha isso surpreendente?

-Isso explica porquê Sirius o mencionava a cada três segundos nos diálogos cotidianos.

-Harry, isso é a descoberta mais dramática do ano.

-O professor Lupin deve ter se sentido tão traído. Imagine, quando disseram que o namorado dele era o traidor.

-Sim!

  Ele me olha por alguns segundos, pensativo.

-...Se te dissessem que eu era o traidor, você acreditaria?

  Franzo as sobrancelhas.

-Claro que nem, cê nem sabia falar.

  Levo um empurrão no ombro.

-Não nessa perspectiva, seu idiota. Se eu fosse o Sirius, e você o Lupin, o que você faria?

  Desvio os olhos, pensativo.

-Choraria até morrer. Na verdade, faria mais sentido eu ser o Sirius e você o professor Lupin.

-Então, eu deveria acreditar que não foi você.

-Obviamente. Por que eu mataria meus sogros?

  Levo outro empurrão.

-Não nessa perspectiva! Ai Malfoy, você não presta. Vamos.

  Ele volta a segurar minha mão, mesmo parecendo irritado, percebo um sorrisinho sobre meus lábios. Logo me arrasta até aquela mesma cafeteria em que nos encontramos poucas horas atrás.

Escuto o sininho da porta fazer barulho quando entramos.

Nós sentamos naquela mesma mesa em que eu estava quando nos encontramos e eu peço um café preto, enquanto Harry pede um milkshake de baunilha com cacau.

Me lembro da vez em que senti cheiro de baunilha ao cheirar a poção de amortentia na aula do professor Snape. Um cheiro muito específico, característico de Harry.

-Você sabia o tempo todo que eu gostava de você? - Pergunto, seriamente curioso.

Devagar, um sorriso convencido nasce em seu rosto. Quase maléfico.

-Você gostava de mim o tempo todo? - Ele revida.

Percebo que cometi um erro. Alimentar o ego de Harry Potter nunca foi uma atividade segura. Ainda mais quando ele me tem na palma de sua mão.

Ignoro os batimentos cardíacos acelerados e coloco minha franja para trás da orelha, do jeito mais esnobe que consigo.

-Seu garoto iludido.

Ele não para de sorrir em momento algum.

-Desde quando sabe que eu gosto de você? - Ele pergunta dessa vez.

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