Capitulo 7 (POV: DRACO)

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O baile da Sonserina é um evento idiota o qual meu pai idiota me obrigou a fazer parte.

Quando eu era menor, eu fazia isso de boa vontade, pois eu tinha uma gigantesca dependência em aprovação e validação de adultos.

Mas agora as coisas são diferentes, e eu não poderia odiar mais meu pai por me colocar em situações como essa. É bem óbvio pra mim o fantoche que acabei me tornando pra ele dentro de Hogwarts.

Já é noite, e eu estou no meu quarto me preparando para o baile. Os alunos arrumaram o evento para ser secreto, e num salão do subsolo. O que significa que somente sonserinos podem entrar, assim como a entrada é limitada para sonserinos na comunal.

Coloco um palitó verde escuro, num tom mais neutro, acompanhado da calça no mesmo tom e por dentro, um colete branco.

Penso em arrumar meu cabelo, mas na verdade gosto de como está. Pego minha máscara verde escura e me arrasto até o salão, nada animado para o baile.

O salão é construído nas profundezas do lago negro, e é cercado de janelas que nos permitem ver os animais horripilantes que nos cercam.

Alguns veem uma beleza nessa visão. Eu com certeza não sou um deles.

Quando meus pés terminam de descer as escadas e tocam o chão do salão, sinto um arrepio na nuca.

O lugar já está cheio de sonserinos e não consigo deixar de pensar em porque nos pais não conseguem formar alianças de um como normal. Vivemos da mesma escola. No mesmo dormitório. Não poderíamos fechar alianças dentro de nossos quartos e negociar de maneira informal?

O fardo que todos os sonserinos de sangue puro carregam é serem obrigados e viver como marionete de seus pais.

E as vezes pareço ser o único a enxergar isso.

-Chegou só agora? - pergunta Tifany.

Tifany é uma das garotas na lista de pessoas com quem meu pai quer que eu mantenha relações.

Ele insistiu em destacar que a família dela concordaria com um casamento arranjado.

Tive nojo da ideia.

-Sim. Tive um imprevisto - digo, dando um sorriso de desculpas.

Eu não tive um imprevisto. Só estava adiando ao máximo o meu sofrimento. Quanto mais tarde eu chego, menos tempo eu fico.

-Me aceitaria em uma dança? - propõe Tifany docemente.

Estico o braço pra que ela o aceite e a leve para uma dança. Não respondo sua pergunta. Não quero ter que dizer "sim" em voz alta.

Estou cansado demais.

Não danço nem por dois minutos, pois um garoto sussurra algo no ouvido de Tifany e ela troca de parceiro sem mais nem menos.

Olho confuso pra ela, mas de repente, alguém toma seu lugar aos meus braços.

Um garoto com um terno castanho elegante toma seu lugar. Sua pele é morena, deixando-o ainda mais atraente em sua escolha de vestimenta. Seu cabelo é totalmente bagunçado e é nesse comento que me dou conta de com quem estou dançando.

Nem mesmo sua máscara escura poderia ocultar sua identidade. Não pra mim.

-O que está fazendo aqui!? - indago, num sussurro gritado e irritado.

-Você estava insistindo tanto em se manter emburrado que me deu vontade de te fazer uma surpresinha.

Dou um tapa na sua nuca.

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