Amizade Rejeitada

Capitulo 9 (POV: DRACO)

  Não invento uma desculpa muito conveniente pra Blaise. Mas fala sério, ele não pode realmente chegar à conclusão de que eu estava dando uns pegas em Harry Potter, o meu maior e pior inimigo, no dormitório da Sonserina, justo no dia de um evento pra praticamente gritava: "reunião de filhos de homens ricos que querem matar Harry Potter"

  Penso em meu pai. Faz cerca de dois anos que comecei a me rebelar contra suas vontades. Eu nunca disse em alto e bom som que sou contra Aquele que não deve ser nomeado. Mas acho que dizer que não desejo a morte de todos os bruxos não sangue puro quer dizer isso mesmo, não é?

  Acho que eu deveria ser mais claro, mas não quero ser expulso de casa antes de ser independente. Ser gay já é polêmico o suficiente. (Outro segredinho que eu guardo dele, aliás)

  Mas sinceramente, não ser heterossexual no mundo bruxo não é o mesmo tabu que é para os trouxas. O que cria o estigma e preconceito sobre a comunidade não heterossexual é mais relacionada ao catolicismo e à biologia. Mas como os bruxos vai contra ambos, o preconceito não é tão forte.

  Por mais que ainda exista.

  Mas por que estou pensando nisso agora? Não é como se eu precisasse assumir um relacionamento. É? A menos que eu queria me casar com Harry.

  O que eu adoraria.

  Brigaríamos de dia, mas de noite dormiríamos na mesma cama.

  Mas acho que isso é conversa pra outra temporada da minha vida.

  Não vou me preocupar com meu pai sobre essas questões.

  Desço as escadas pulando os degraus de dois em dois. Um frio gela minha barriga ao ver Harry a minha frente de repente.

  Seus olhos tão verdes me deixam quase sem ar, coisa que nenhum feitiço fez comigo antes. O olhar de Potter tem magia própria. E, juro por Merlin, é minha pior inimiga.

-Ansioso pra me ver?

-Você está falando de você mesmo - digo, dando os ombros, contornando-o e passando reto.

  Merlin, sim, ansioso até demais, Eu poderia morrer. Tudo isso que ele me faz sentir, o frio na barriga e o coração acelerado, é assustador e prazeroso.

  Dá medo, me deixa ansioso, mas eu quase imploro por mais.

  Ele se vira pra mim, me vendo partir na sua frente e me segue.

  Olho para os lados rapidamente e agarro seu coralino.

  Ele sorri sem mostrar os dentes num sorriso satisfeito enquanto eu o arrasto para um corredor vazio e aproximo sua boca da minha.

-Já com saudades? - ele pergunta.

  Respondo-o tampando sua boca com a minha. Minhas mãos agarram instintivamente sua cintura, e ele agarra as minhas vestes nas minhas costas.

  Seus lábios são macios e sedosos. Sedutores. Continuo me deliciando neles e aproximando meu corpo do seu.

  Sinto suas mãos subindo sedutoramente e envolvendo meu pescoço. Juro que poderia ficar nessa posição por toda a eternidade.

  Ouço passos e empurro-o contra a parede, nos afastando um do outro.

-Ei! - grita Granger.

  Ela da passos apressados em nossa direção e agarra o braço de Harry, de modo protetor.

-Vai azarar a outro, Malfoy - ela diz com raiva e o puxa com ela para as escadas - Não acredito que ele fez isso! - Ouço-a falar pra ele - Ele chegou a te bater?