Amizade Rejeitada

Capítulo 12 (POV: DRACO)

Beijar era só mais uma palavra do dicionario até eu conhecer a boca de Harry Potter.

Eu durmo na minha cama do dormitório da Sonserina todos os dias pensando naquela boca. E eu rezo para Merlin para que ele durma pensando o mesmo de mim.

As férias estão chegando e eu pensei mil vezes em chamá-lo para passá-las na minha mansão. Nunca daria certo. Meu pai jamais permitiria e eu nem mesmo sonharia em como ele reagiria se descobrisse que viramos algo mais que "pessoas que existem no mesmo ambiente". Ainda mais namorados.

Quando eu tentei propor qualquer coisa do tipo, Harry interviu:

-Dumbledore diz que eu tenho que passar lá todas as férias - ele disse, esfregando o próprio rosto com raiva e se jogando na poltrona do salão.

Em teoria, não deveríamos ser vistos juntos, para evitar qualquer suspeitas. Mas as vezes o "foda-se" fala mais alto, sabe?

-Mas porquê? De que forma isso é da conta daquele velho?

-Não sei, Draco. Alguma coisa sobre um feitiço, eu tenho que ficar perto deles de tempos em tempos.

-Não teria como eu ir junto?

Ele dá uma risada histérica.

-Meus tios são quase tão detestáveis quanto os seus pais. Só que sem uma varinha.

Fico quieto por uns segundos, sentado à sua frente, brincando com uma mecha loira do meu cabelo enquanto finjo não estar emburrado.

O silencio continua até Harry suspirar, colocar sua perna sobre a minha e dizer:

-Olha, talvez eu possa aparecer por lá uma semana mais tarde. Eles não vão sentir falta.

-E o Dumbledore?

-Dane-se o Dumbledore. Acho que o que importa é que tenho que passar algum tempo perto deles.

Ele desvia o olhar como se tivesse um pedido muito difícil de se fazer.

-O que é?

-Eu queria visitar uma pessoa - ele comenta.

Uma pessoa?

-Quem?

-Eu não sei se posso te contar, mas eu realmente queria vê-lo e sinceramente não é fácil encontrar oportunidades de me encontrar com ele, então pensei em dar uma escapada nessas férias.

Merlin, ele quem?

-Quer me dar um bolo pra encontrar outro cara?

Ele parece sinceramente ofendido.

-Você está aumentando as coisas.

-Não, eu parafraseei o que você disse.

-Não, você manipulou as palavras ao seu favor.

-Então você quer dar um bolo no seu namorado pra encontrar um cara que eu nem mesmo posso saber quem é. Disse certo dessa vez?

-Eu tenho um motivo! E não quero te dar um bolo. Eu quero - por um segundo, ele parece envergonhado, coçando a própria nuca e parecendo adorável - Eu só queria que vocês se conhecessem, mas não sei se isso pode acontecer. Se você não quer, então tudo bem.

Coloco minha mão delicadamente sobre a sua nuca, fazendo um carinho silencioso.

-Harry, quem é? - Pergunto docemente.

-Seu maldito idiota, acha que não percebo o que tá fazendo? Sendo manhoso quando lhe convém...

Suspiro e retiro minha mão dali, cruzando meus braços em frente ao corpo e deixando de teatro.