Wednesday Addams. 9 anos depois
O dia tinha amanhecido como qualquer outro, até que ouvi um barulho e muita agitação, parecia alegria e por um momento eu me irritei com aquilo. Observei da minha janela e percebi que o barulho vinha dos meus vizinhos, até aí nenhuma novidade, mas eu vi alguém descer do carro lá na frente que eu não via a muitos anos.
-Enid Sinclair ainda está viva?- Me fiz essa pergunta e meu irmão apareceu do nada respondendo.
-Sim, ela permaneceu durante todos esses anos em um colégio interno.
-Não sabia que nossos vizinhos gostavam de tortura.
-Ela parece ter mudado tanto.- A mesma possuía os cabelos loiros com as pontas azuis e rosa, usava um vestido extravagante e uma maquiagem simples, mas bem rosa.
-Não me lembro muito bem dela, só sei que terá uma festa de boas vindas a ela essa noite.
-Como você sabia?
-Lucille me convidou.
-Quem?
-Irmãzinha você precisa socializar mais.- Depois disso meu irmão saiu do meu quarto e pude ouvir a voz do meu tio Fester pelas paredes.
-Pugsley tem razão Wandinha, você é jovem, na sua idade seu pai e eu saíamos com as meninas pelos cemitérios a fora.
-Que bom que eu não sou vocês, agora será que posso ficar sozinha no meu quarto?- Não obtive resposta, e pude ficar só novamente.
Com o decorrer do dia a noite chegou e com ela um barulho dos infernos, com certeza os Addams realizam festas melhores que os lobisomens. Eu não sabia muito sobre essa espécie já que pouco se tem conhecimento e os livros feito por lobisomens ficam em bibliotecas particulares de ter acesso, sei disso porque já tentei invadir a mansão Sinclair e é difícil entrar sem ser pega com uma espécie que tem um nariz extremamente bom.
Fui até o cemitério que ficava no meu jardim para ter um pouco de paz quando encontrei minha mãe sentava em um banco admirando a luz do luar.
-Wandinha, como vai querida? Andou sumida no dia de hoje.
-Não consegui ter um dia muito bom com essa agitação toda dos nossos vizinhos.
-Bom, se eu fosse a senhora Sinclair também estaria eufórica, fazia muitos anos que eles não viam a filha mais nova deles.
Engoli em seco ao olhar a lápide do meu irmão mais novo Pubert, ele nasceu quando eu tinha oito anos e morreu poucos meses depois com a invasão dos padrões enfurecidos na nossa antiga casa, todos estávamos bem com a morte dele, o que deixa minha mãe enraivecida é o fato dele ter morrido de uma maneira muito covarde e muito novo.
-Mãe porque você não entra? Papai já deve estar louco te procurando.
-Wandinha, deixe ele se martirizar enquanto me procura, não aprendeu ainda como os Addams amam? Um dia você terá alguém louco por você também.- Fiz uma careta e mamãe riu.
-Sou fã de tortura, mas essa eu passo.
-Querida ninguém está totalmente livre disso, deveria ter se conformado já.
-Cara mia!- Meu pai apareceu, minha mãe ofereceu sua mão e ele a beijou.
-Gomez, porque demorou tanto?
-Gosto de como você fica linda nessa luminosidade da lua.- Se eu pudesse vomitar eu o faria, meus pais a cada dia se tornavam mais insuportáveis.
Continuei andando pelo cemitério até que eu vi uns túmulos diferentes e percebi que estava na propriedade dos nossos vizinhos, suas criptas estavam tomadas por poeiras e matos do tempo, eles não cuidavam daquele lugar?
Estava tudo bem até que ouvi um choro leve e quase imperceptível vindo de uma cripta, aquilo me deixou intrigada e decidi seguir por aquele barulho, até que debaixo de uma estátua de um lobisomem imponente havia uma garota frágil demais para ser realidade.
-Enid?- Ela se virou em minha direção, seus olhos azuis pareciam cinzas de tão claros e suas lágrimas tomavam seu rosto inteiro, odiaria confessar, mas aquela cena fez meu coração bater apertado e por incrível que pareça odiei a sensação.
-Wandinha. Wandinha Addams?- Ela abriu um sorriso e veio até a minha direção abrindo os braços, me afastei e ela sorriu mais ainda. -Oh pela deusa da lua, é você mesma! Quanto tempo!
-O que faz aqui, não deveria estar em sua festa?- Seu semblante animado mudou para um sério.
-Seu irmão já chegou? Deveria perguntar a ele o que aconteceu.- Eu não entendia o que ela queria me dizer, o que meu irmão teria haver com aquilo?
-Meu irmão estragou sua festa? Não pode ser, admito que estou orgulhosa, mas confesso que não esperava.
-O que? Não.- Ela começou a rir sem parar. -Só você mesma para me fazer rir depois disso, minha mãe criou essa festa para tentar encontrar um companheiro digno para mim.- Ela bufou e depois continuou. -Só que ela viu seu irmão e o expulsou da festa, minha prima achou ruim e discutiu com ela, eu tentei intervir e não foi uma boa ideia, só sei que sai do salão com raiva e chateada pela postura da minha mãe.
-Primeiro: Por que teria que haver uma festa para te encontrar um companheiro, não consegue achar sozinha? E segundo: Só eu posso humilhar meu irmão diante de uma festa em família.- Confesso que estava com raiva, já estava andando em direção a mansão daquela cadela ridícula, quando senti alguém segurar minha mão.
-Por mais que eu admire seu ato de defender seu irmão, não posso permitir que brigue com minha mãe, isso causaria uma guerra entre os lobisomens e sua família, pois eles encarariam como uma invasão e afronta direta a um membro dentro do nosso território.
-Bom, com certeza ganharíamos essa possível guerra.- A lobisomem riu na minha cara e eu desfiz nossas mãos e a empurrei para longe com um chute em seu estomago. -Não deveria ter dado risada da minha cara.
-Uau você é bem forte. Wandinha você não conhece uma matilha de lobisomens, deixe isso para lá, eu conheço minha mãe ela gosta de humilhar as pessoas é uma característica podre dela, vai por mim e deixe isso.
Eu reconsiderei as ações que tinham acontecido naquela noite e realmente deveria ser melhor deixar isso para trás, mas se não importava mesmo porque ela estava chorando?
-Por que estava chorando?
-Bom, porque eu estava com tanta saudades de casa que não me lembrava como realmente era viver aqui.
-É tão ruim assim morar aqui?
-O problema não é o lugar em si. Enfim, preciso voltar, acredito que passei muito tempo aqui fora, até mais Wandinha, foi legal te ver de novo.
-Gostaria de poder dizer o mesmo.- A mesma sorriu.
-Talvez morar aqui não seja tão ruim assim como a recepção que tive, até mais Willa.- A mesma teve a audácia de piscar em minha direção antes de sair e meu coração bateu de novo daquele jeito esquisito.
-O que foi isso?- Mãozinha saiu de trás de uma cripta e insinuou coisas e eu o peguei. -Se repetir isso de novo eu jogo fora todos os seus cremes. -Ele se assustou e eu sorri sádica o levando até nossa casa.
Chegando lá passei pelo quarto do meu irmão e os mesmo estava sorrindo bobo.
-Credo, tem um sorriso no seu rosto, aconteceu algo muito grave naquela festa mesmo.
-Wednesday, ela me beijou.- arregalei meus olhos desesperada.
-Quem?
-Lucille Sinclair.
-Que nojo Feioso! Você está parecendo nosso pai, recomponha-se!
-Eu acho que ela me ama!- Olhei para ele com uma expressão estranha e sai dali correndo com medo de pegar essa doença, só poderia ser uma praga, na minha cabeça só vinha minha mãe falando sobre como isso acontecia com todos e como eu deveria aceitar que um dia aconteceria comigo, impossível! Eu sou superior a isso que os mortais comuns chamam de amor, tenho certeza.
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Vizinhos |Wenclair + Concluída|
FanfictionA família Addams foi expulsa de sua casa por padrões enfurecidos, eles decidiram se mudar para Califórnia e não contavam com um bando de lobisomens dispostos a defender seu território. Enid sempre foi uma lobinha curiosa, num belo dia ela decidiu e...