Capítulo 3

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N/A: Para os leitores novos em primeiro lugar sejam muito bem vindes, em segundo lugar eu imploro para não me cobrarem capítulos, os leitores que me acompanham a muito tempo sabem que pedir capítulo não vai fazer com que eu escrava e sim o contrário porque de verdade me da raiva, eu peço que me respeitem em relação a isso igual os meus leitores antigos.

🕷🖤🐺💖

Enid Sinclair. Pov

Durante todos esses anos eu vivi afastada da minha família e isso me fez ser forte no sentido de suportar saudades, óbvio que eu ainda sinto e sofro com isso, mas tenho maior resistência caso fique longe de quem eu amo, quer dizer eu acho né.

Eu estava tão feliz de finalmente poder voltar que nem me preparei tanto assim, durante esse tempo nas férias escolares eu via todos da escola ir embora curtir com a família e fui a única durante esse tempo a ficar na instituição com a diretora, mamãe não queria que eu voltasse enquanto não conseguisse me transformar , ela dizia que estar perto de quem eu amo estava atrapalhando meu processo de transformação, acontece que nunca consegui me transformar e eu acabei o colégio e fui obrigada a voltar.

Mamãe estava furiosa, meus irmãos estavam todos casados com suas devidas companheiras, muitos já tinham até filhos enquanto isso eu permanecia do mesmo jeito, então ela decidiu dar uma festa de boas vindas, bem foi isso o que ela me disse, mas chegando lá eu descobri que era tudo um plano para que eu me envolvesse com alguém.

-Mamãe, como pode fazer isso comigo?- Meu olhos já estavam cheios de lágrimas.

-Ora Enid, seus sobrinhos daqui a pouco vão estar na idade para se transformar e você... Eu nem consigo olhar para você!

-Fazer uma festa para que eu encontre alguém não é radical demais? Eu consigo alguém sem precisar disso.

-Consegue mesmo, então porque está sozinha? Daqui alguns meses você fará dezoito e se não se transformar até lá não terá volta! Nunca terá um companheiro e sem a transformação se tornará uma loba solitária! Você consegue entender a gravidade disso? Por que você não pode ser normal que nem todos os outros lobisomens!?

-MÃE!- Ela iria me dizer alguma coisa, até que viu alguém e se distraiu.

-O que esse Addams faz aqui? Eu quero ele fora da minha casa!

Eu olhei para aquela direção e vi o Pugsley Addams, fazia tanto tempo que eu não via alguém daquela família que cheguei a me esquecer de algumas características deles, mas agora que posso ver não sei como consegui viver tanto tempo sem aqueles diferentes tons de preto, eu convivi muito pouco com meus vizinhos, mas tudo que me lembro é que apesar de hábitos peculiares os mesmos se importavam uns com os outros, coisa que aqui em casa eu nunca tive.

-Eu o convidei.- Lucille disse, ela é minha prima que teve a transformação tardia como a minha, seus pais a colocaram em um acampamento para lobisomens para que ela conseguisse se conectar com sua loba, sinceramente não sei o que me fará conectar com a minha, parecemos seres opostos em único corpo já que ela se recusa a estabelecer uma aliança comigo.

-Quem te autorizou a trazer um desses invasores até minha casa?

-Ninguém, mas se Pugsley não é bem vindo aqui significa que eu também não sou e até onde eu sei ainda faço parte da alcateia.

-Por que você está defendendo tanto alguém que invadiu nossas terras?- Minha prima riu debochada, a essa altura a música já havia parado faz tempo e todos só prestavam atenção na discussão das duas.

-Por favor né tia, os Addams compraram o terreno eles tem a documentação e tudo, eles não invadiram nada!

-Esse gótico não é bem vindo aqui!

-Então eu vou ir embora, tchau família.- Minha prima pegou na mão dele e saíram do salão.

-Mãe você poderia parar de brigar com as pessoas!

-Especialmente se for minha filha.- Meu tio, pai da Lucille era um alfa bem reservado, pelo jeito ele não gostou do tom que minha mãe usou com sua filha.

A partir desse momento começou uma discussão sem fim e eu estava sufocada naquele lugar, fui para o cemitério da família não por opção, mas porque era o primeiro lugar que eu sabia que ficaria sozinha e teria ar livre para eu respirar em paz.

Foi ali que eu a vi, Wednesday estava linda como eu me lembrava, as trancinhas perfeitamente alinhadas, seus olhos escuros penetrantes, o vestido preto simples e a pele branca dando contraste com as cores pretas que usava, confesso que sentia saudades dela, provavelmente ela nem se lembrava de mim, mas sua ajuda significou tanto que eu sempre considerei como minha primeira e única amiga.

A mesma me chutou para longe e sinto que minha loba gostou da audácia dela de me chutar assim que disse que eles não venceriam uma guerra contra lobisomens, não querendo me gabar, mas somos muito fortes, rápidos, nossas garras matam qualquer um com facilidade, fora que minha família é em maior número que a dela, pelo menos os que vivem na mansão são poucos.

Não conseguia entender muito bem o que aconteceu com esse nosso reencontro, só sei que por algum motivo desconhecido minha loba gostou e se ela gostou tentaria me aproximar dela, preciso entender melhor minha loba e ela quase nunca se manifesta, se Wandinha Addams fazia minha loba tentar tomar o controle do meu corpo e se manifestar então eu ficaria grudada nela, ela gostando ou não.

Bom essa tarefa seria muito difícil, mas se Lucille conseguiu se aproximar do irmão dela não deveria ser tão difícil, apesar que eles não são a mesma pessoa né, nunca tive amigos, então não sei como me aproximar dos outros... Isso vai ser um desastre.

Estava no meu quarto me lamentando pela noite de hoje, pela falta de educação da minha mãe, por não entender o que minha loba quer e como ela possa se mostrar fisicamente de fato.

De repente ouvi um barulho, era alguém batendo na minha janela e estranhei, então abri a mesma e vi uma mão sem corpo.

-Oi, você seria quem?- Ele disse que vinha da casa dos Addams e se chamava Mãozinha.

-Entendi, mas você quer o que aqui? Wandinha te pediu para vir? Mentira!- Ele disse que era verdade e acreditei, afinal ele não teria motivos para mentir, né?

-Amanhã no lago perdido as 3 pm? Tem certeza que ela te pediu mesmo para vir aqui?- ele disse que sim, o mesmo já estava saindo quando viu minha prateleira cheia de esmalte, tipo daquelas de manicure.

-Oh claro que pode usar, nunca pintei as unhas com alguém.- Ele disse que também não. -Own que fofo Mãozinha, vamos lá, podemos conversar mais enquanto fazemos as unhas.

Vizinhos |Wenclair + Concluída|Onde histórias criam vida. Descubra agora