Capítulo 07 - Silhueta

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"E desde o primeiro "oi" você já podia ter me considerado sua."

"Foi muito lindo te ver pela primeira vez e pensar, sem palavras: eu quero."

Karina.

Sozinha na lanchonete minha cabeça está á mil, as palavras de Ed, "Se ele souber o que você faz ele vai te prender" "ele é tão ruim quanto eu" "se aproximou de você porque achou qur podia te usar contra mim".
A campainha da lanchonete é tocada indicando que alguém entrou.
– Estamos fechados.– Afirmo colocando o prato junto dos outros no armário pequeno que tinha ali.
– Até pra mim, bruxinha? – Indaga se aproximando, não sei o que fazer ou em quem acreditar, só posso confiar em mim mesma.
– Até pra você, há outras lanchonetes abertas por ai e meu nome é Karina.– Sou direta, melhor afastar qualquer um que se aproximasse, fora que as câmeras estavam ligadas, Ed saberia que Rafael estava ali.
– Porque está agindo assim? Aconteceu algo? – Ele me encara da cabeça aos pés. – Seu pescoço. – Constata, me sentia um cachorro com coleira.
– Vai embora, por favor.– Peço, ele olha em volta e nota as câmeras.
– Tudo bem, eu vou.– Diz e sai da lanchonete, respiro aliviada, termino meu serviço e saio dali, vou andando para casa como sempre e antes de entrar em casa sou puxada bruscamente e encostada na parede, pronta para gritar encho meus pulmões.
– SOCORRO! – Grito alto, os cachorros da vizinhança começam a latir e minha boca é tampada rápido, eu lutaria pela minha vida se fosse necessário.
Ele tenta aproximar o rosto do meu ouvido pra dizer algo mas eu estava cansada dos homens me fazerem mal, me usarem, a partir de hoje eu lutaria!
Dou uma joelhada entre as pernas dele e ele geme de dor liberado minha boca.
– SOSCORRO! – Grito novamente.
– Bruxinha, sou eu.– Ele diz num sussurro gemendo de dor.

– Rafael? – Indago, ele finalmente vai para a luz me fazendo ver o seu rosto. – Porque chegou dessa forma? Enlouqueceu? – Pergunto.
– Achei que não podíamos conversar na lanchonete por causa das câmeras então te esperei aqui na rua, mas tem razão, não devia ter te puxado.– Afirma.
– O que quer? O que quer falar comigo? – Me afasto.
– Quero entender porque está fugindo de mim? Porque me evita? Fiz algo errado? – Sussurra.
– Não. Não fez nada, apenas não nos conhecemos, somos estranhos.– Digo, queria ter sido mais direta, a verdade? Não sei se você é uma pessoa boa ou má.
– Te envenenaram contra mim, até sei quem foi.– Diz.– E esse..chupão no seu pescoço? – Pergunta.
– Me deixa em paz.– Afirmo voltando a andar para casa. sinto os passos dele atrás de mim, passo pelo portão, ele para e fica me olhando.
– Posso entrar? – Pergunta.
– Porque insisti nisso? Você nem me conhece! – Digo.
– O suficiente para ter passado a noite com você.– Rebate.
– Isso não te torna especial, fora que a marca no SEU pescoço indica que você também tem seus segredos.– Concluo.
Ele passa pelo portão mas não entra na minha casa, eu fecho a porta e ele fica do lado de fora.
– Karina, é sério! Mentiram para você e sinceramente eu estou aqui porque..– Ele para de falar, abro a porta e o encaro.
– Porque? Por causa das pérolas? Veio buscar algumas? Ou tentar me levar e me obrigar a fazer sexo com você ou com outro como Ed faz? Eu estou cansada de usarem meu corpo como brinquedo! Me deixa em paz! – Digo séria e quando estou quase fechando a porta ele a empurra entrando na minha casa.
– Suas pérolas? Eu tenho dinheiro suficiente, não preciso de suas pérolas Karina, na verdade estou aqui porque..– Novamente ele para.
– Porque? Então, fala.– Digo.
– Não quero as pérolas, quero seu corpo, nossa transa foi tão boa..– Diz avançando em minha direção e me beijando.

Shell Girl || Luan Santana Onde histórias criam vida. Descubra agora