Capítulo 28 - Menina

43 6 0
                                    

"- Ainda a ama, não é?
- Não consigo imaginar o dia que não amarei."

"Sabe como eu sei que gosto mesmo de você? Porque machuca, mesmo quando tudo está bem."

Karina.

Volto para casa com a sensação de vômito na boca do estômago, não por causa da gravidez e sim por ver Rafael na sala de estar no momento exato em que eu passava.
- Boa noite.- É tudo que digo sem parar de andar.
- Boa noite. - Responde.- Soube que foi ao médico hoje e passou mal na faculdade, o que houve? - Pergunta me fazendo parar no lugar, me viro e encaro Elliot que faz cara de 'paisagem'.
- Eu devia cortar sua língua fora.- Afirmo.
- Desculpe senhora, mas eu sigo ordens, meu patrão é o Senhor Rafael.- Argumenta.
- Então a partir de hoje você vai ser o guarda-costas dele e não o meu, não quero mais você fazendo a minha segurança e nenhum outro.- Dessa olho para o Rafael.- Cansei de ter alguém 24 horas por dias atrás de mim.- Concluo.
- Pelo visto está muito bem, ameaçando funcionários, sendo hóstil e ignorante, o mal estar já deve ter passado.- Rafael diz.
- Me deixa em paz.- É tudo que digo e continuo a subir, no meu quarto eu tranco a porta e me sento na cama tentando respirar, coloco a mão na barriga, eu não estava mais sozinha em nenhum momento.
- Karina! Vamos conversar, abre a porta! Isso já foi longe demais.- Rafael diz tentando virar a maçaneta mas a porta na abre.
- Me dá espaço! - Peço.
- Eu estou te dando espaço a um mês! Eu também cansei! - Diz.
- Amanhã, amanhã a gente conversa.- Digo e ele então sai de perto da porta, burra, achei que ele tivesse cedido mas minutos depois escuto alguém mexer na porta e destranca-lá por fora, então ela abre e ele entra segurando a chave mestra da casa nas mãos.
- A gente vai conversar hoje.- Diz, aquele não era um bom momento, eu estava nervosa, ele estava nervoso, nada de bom poderia sair dali.

- Rafael, não.- Alerto.
- Eu sei que você passou pelo inferno a um mês atrás, mas eu estou aqui! Você não vê? Te dei espaço e fiz o que eu pude pra te deixar confortável.- Afirma.
- Nossa e o que você quer? Um prêmio? - Indago.
- Quero que pare de agir como se só você tivesse dores e problemas.- Afirma.
- EU POSSÍVEL FUI ESTUPRADA RAFAEL! VOCÊ TEM UMA DOR MAIOR QUE É ESSA? AH, ME PERDOE POR NÃO QUERER QUE VOCÊ TOQUE EM MIM OU TRANSE COMIGO! - Grito entre lágrimas.
- VOCÊ ESTÁ SENFO EGOÍSTA! QUEM DISSE QUE EU QUERO TE TOCAR PRA TRANSAR COM VOCÊ? EU QUERIA TE ABRAÇAR, PEGAR SUA MÃO, MOSTRAR QUE EU ESTAVA AQUI PARA QUALQUER COISA MAS VOCÊ SÓ ME AFASTA! - Ele grita até perder o ar e então olha para o chão se acalmando.- Eu entendo o que você passou mas você não vê que não está sozinha nisso? Pior ainda, não vê que você mudou? Essa dor está te consumindo e acabando com você, automaticamente com nós.- Diz com a voz mais suave.
- Essa noite fez mais estragos do que você poxe imaginar, ele não machucou só o meu corpo, ele arrancou a minha alma e como se não bastasse ainda fez pior, plantou a dúvida em mim.- Sussurro.
- Então fala comigo! Me deixa te ajudar, vamos viajar, sair desse lugar ou não sei, construir um hospital e fazer de você a diretora dele! - Afirma.
- Faria isso por mim? - Indago, construir um hospital do zero e ainda por cima ne deixar como chefe dele.
- Eu faria qualquer coisa por você..- Ele tenta se aproximar mas dou um passo para trás.
- Tem algo mais que aquela noite pode ter causado, algo que você precisa saber, provavelmente vai me odiar.- Digo.
- Nada no mundo tem poder suficiente para me fazer te odiar.- Afirma.
- Tem Rafael, confie em mim, existe coisas que podem te fazer me odiar.- Respiro fundo.
- Vamos lá então, diga, vamos ver se tem mesmo força suficiente pra me fazer te odiar.- Desafia.
- Eu estou grávida de 4 semanas e não sei quem é o pai, você ou o Ed.- Digo vendo o sorriso dele sumir.

Shell Girl || Luan Santana Onde histórias criam vida. Descubra agora